Capítulo 69: Voltar

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N/A: Primeiramente gostaria de agradecer a você que ainda está aqui. Esperando por essa história. Eu agradeço de coração, mesmo. Tempos difíceis para todos, não é mesmo? Hoje consegui finalizar esse capítulo que venho trabalhando há um bom tempo, me senti inspirada hoje... Senti a paz em meu coração depois de tantos dias difíceis, e se você estiver passando por dias difíceis... Vai ficar tudo bem. Lo juro. - Morgak

Vitória estacionou o carro na frente a entrada do hospital público da cidade vizinha, porque Muçambê não tinha nem mesmo um pronto socorro. Senti vontade de chorar só de ver a decadência daquele lugar, tudo muito precário e era ali que a minha esposa estava sendo atendida.

Era sim uma tragédia, mas para mim não era surpresa alguma. Podemos dizer que já estava anunciada desde o momento em que Pedro soube da gente. Eu me sentia um lixo por não ter conseguido evitar essa merda toda.

Minha mãe estava chorando.

Me abraçou fortemente e depois me olhou preocupada.

- Você está toda suja, filha. E com a roupa molhada... O que aconteceu? - Disse ela ao sentir a umidade em minha roupa. 

- Nada. - Respondi rapidamente. - Cadê a minha esposa? Já deram alguma informação? Eu preciso vê-la.

- Ela está sendo atendida, Lauren. - Disse Rita ao aparecer acompanhada por Carol.

- Eu preciso vê-la. - Falei olhando para a porta do hospital.

Rita tentou me segurar, mas não conseguiu. Adentrei aquele hospital a procura de alguém que pudesse me dar alguma informação e senti um desespero só de pensar como Camila estava sendo atendida naquele lugar tão precário.

- SERÁ QUE ALGUÉM PODE ME DAR UMA MALDITA INFORMAÇÃO? - Gritei ao perceber que não havia ninguém na recepção.

- Ei se acalme, viu moça?! - Disse uma senhora que estava sentada na espera. - Parece que chegou alguém no morre e não morre e o povo foi todo lá pra dentro. - Concluiu. 

Esse alguém era a minha esposa.

- As coisas por aqui são assim. O povo tudo some quando chega alguém já morrendo. - Disse outra mulher.

- NÃO É POSSÍVEL. - Dei um soco no balcão de atendimento. - O QUE UMA MALDITA ATENDENTE IRIA AJUDAR?

Não conseguia controlar o meu tom de voz e muito menos o meu nervosismo.

- Ei, Lauren. Não vai adiantar tu gritar ou querer quebrar as coisas. - Falou Rita bem atrás de mim.

- ESSE INFERNO DE LUGAR! EU VOU TIRAR CAMILA DAQUI É AGORA!

Estava prestes a ir quando Rita me impediu.

- EI! - Rita elevou a voz ao segurar meu rosto. - Olhe pra mim. - Pediu num tom sério.

- Tu não vai fazer nada. Não agora. Entendeu?

Seu tom de voz era firme, assim como seu olhar.

- Eles... Eles não vão conseguir, Rita. Olhe para esse lugar.

Sentia um nó na garganta me sufocar.

Já não gritava mais, pelo contrário à minha voz não saia por conta do choro. Rita me puxou para um abraço apertado e pediu baixinho em meu ouvido que eu fosse forte. Ficou ali acalmando o meu pranto até conseguir me levar para fora do hospital.

- Filha se acalme por favor...

Foi a primeira coisa que minha mãe disse ao me ver voltando abraçada com Rita.

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