Capítulo 72: Saluba Nanã

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N/A: Tropicana ficou mais longa do que eu imaginava, mas finalmente estamos entrando na reta final dessa história. Eu espero poder aparecer mais por aqui, continuar com meus projetos e tal. Mas ultimamente estou me dividindo em mil por conta do Bar. Graças a Oxalá tudo está caminhando e eu não poderia estar mais feliz. Amanhã tomarei a vacina e porra. Que loucura foi tudo isso. Espero que vocês estejam bem, mesmo em meio tudo isso... Temos sempre que ser gratos a mais um dia de vida.

Palavras de uma pessoa que há alguns anos atrás tentou inúmeras vezes tirar a própria vida, hoje eu entendo todos os propósitos do universo para comigo.

Ficou bonito isso aí.
Amo vocês!

POV. Lauren P. Gonçalves Ferreira


– Não é possível!


Exclamei ao sair de dentro do quarto onde Camila estava.


Já se passaram dias desde a chegada de Romina, e nada de Camila sair desse maldito estado de coma.


– NÃO FAZ SENTIDO, MÃE. - Meu tom de voz estava alterado, minha cabeça estava mais fodida que o normal desde o acontecido. 


Camila não estava mais na unidade de tratamento intenso, já estava no quarto e passava por uma bateria de exames para descobrir a origem desse estado de coma. Romina decidiu esperar por mais alguns dias, para só então realizar a retirada do útero. Sim, aquele desgraçado havia conseguido causar um dano terrível a minha esposa.


– Filha, você precisa ter esperança. Camila irá acordar. - Minha mãe me seguia pelo hospital, tentava me acalmar.


– E então minha gente? - Perguntou Carol ao nós ver sair.


– Ainda nada. - Disse minha mãe num sussurro.


Eu não queria falar com ninguém. 


– Tu vai andando pra casa? - Perguntou Rita.


Continuei caminhando sem ao menos olhar para trás.


– Deixa ela, Rita. - Falou Vitória.


Caminhei pela aquela estrada de terra por horas, pra ser honesta eu nem sabia mais onde estava. O rio que cortava a cidade, era o mesmo da nascente que havia em frente a minha casa. Me sentei na beira e coloquei os pés dentro daquelas águas que corriam com uma certa força naquela altura.

Fechei os olhos e deixei o choro vir. 

Foi na beira do rio, aonde Oxum chorou, chora aiê êo, chora os filhos seus... 


Chorei tanto que me senti até cansada, meu peito parecia ter um imenso buraco e minha mente parecia me sabotar o tempo inteiro, não conseguia ter a esperança que minha mãe pedia perante aquele cenário.

Olhei para aquele céu azul limpo de nuvens, nele só havia aquele sol brilhando com tanta força que chegava arder meus olhos de tão forte. Fechei os olhos, mas continuei com o rosto virado para aquele céu. 

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