Capítulo 38: Eu Preciso

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POV. Camila Ferreira

Sendo muito honesta todo aquele movimento de viagem pra Aspen me deixou morta de cansada, mesmo sendo tudo tão incrível não tinha como não apagar assim que batesse numa cama. E foi dito e feito, dormimos a noite todinha e pela manhã quando acordei não encontrei Lauren na cama.

— Amor?

Chamei na esperança de que ela saísse do banheiro da suíte.

— Lauren? - Tentei uma segunda vez já me levantando da cama.

Quando não a encontrei no quarto tive uma leve crise de ansiedade ao pensar que chegaria sozinha num café da manhã na casa da mãe de Lauren, minha sogra. Avi maria. Meu Deus, eu não sei agir. A essas alturas dona Sarah já deve ter visto aquele carimbo imenso no pescoço de Lauren. Me agoniei ainda mais.

Toda aquela situação era nova, eu nunca fiquei com alguém a ponto de conhecer a "sogra". Estava desesperada!

Na mala só tinha roupa de frio, então tive que pegar uma roupa emprestada no armário de Lauren porque estava um dia lindo de sol. Embora fosse cedo, já estava quente.

— Que diabo é isso?

Falei ao ver no espelho o tamanho camiseta de Lauren comparado ao meu corpo.

— Como que pode? - Olhei a etiqueta. - É três vezes maior que o tamanho dela. - Falei.

Resolvi vestir a peça no corpo pra ver se entendia melhor o porquê ela ter comprado algo tão grande.

— Ahh, claro. - Disse ao me olhar no espelho. - Ela só pode usar essa camiseta como vestido.

Lauren era autêntica no seu visual. Eu adorava aquilo.

— Talvez se dobrar aqui... - Dobrei as mangas da camiseta. - Pronto. Ficou ótimo. - Falei ao me olhar no espelho.

Pode até parecer tolice, mas entrei em pânico quando encontrei apenas Sarah na cozinha e só não dei meia volta porque ela já tinha notado a minha presença.

— Camila!!! - Sarah estava na pia, lavando algo. - Bom dia, filha! - Parecia animada.

Tomei coragem e respirei fundo antes de adentrar a cozinha.

Vamos lá, Camila. Vamos lá.

— Bom dia, dona Sarah. Como a senhora está? Dormiu bem?

Ela sorriu com as minhas perguntas, secou as mãos no pano de prato e me abraçou. Sabe-se lá o porquê, mas ela me abraçou tão forte que me senti acolhida.

— Lauren tá te esperando lá no quintal, querida. - Beijou meu rosto. - Estou ótima, filha. Ótima! - Ela estava realmente feliz, dava pra sentir de longe.

Me levou até a porta onde dava acesso a um linfo quintal na parte dos fundos da casa. Era tudo muito lindo, o paisagismo, a arquitetura da casa tão bonita quanto a outra. A família de Lauren tinha muito bom gosto dos dois lados, pois a casa de Domingos também não deixa a desejar.

E não fazia nenhum sentido às conversas do povo de Muçambê sobre Lauren estar lá por aquelas bandas por dinheiro. Não mesmo. Ela não precisava disso.

Avistei Lauren terminando de arrumar uma bela mesa de café da manhã ao ar livre e então fechei os olhos para sentir os raios de sol batendo em meu rosto, sorri apreciando aquela sensação gostosa do calor.

Tomaríamos café ao ar livre, cercada pela natureza e sobre o sol da manhã; era perfeito.

Lauren pensava em cada detalhe, porque sabia que tudo isso fazia parte da minha essência. Amei conhecer a neve, mas não posso negar que prefiro mil vezes sentir o sol sobre a minha pele.

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