POV. Lauren P. Gonçalves
Acordei num solavanco por conta do toque irritante do despertador.
— Que droga! - Resmunguei ao procurar o celular pela mesa de cabeceira.
Olhei em volta e percebi que estava sozinha, procurei por Camila pela casa e me surpreendi ao perceber que ela havia fugido após uma transa.
— Meu Deus, quantos anos essa criatura tem? - Me perguntei enquanto segui pro banheiro.
Tomei uma ducha rápida, vesti uma roupa confortável camiseta regata cavada e um short de um pijama.
Enquanto passava o café me recordava da noite anterior com um sorriso bobo nos lábios.
Foi uma surpresa boa, forcei meu cérebro na tentativa de lembrar se em algum momento a idade de Camila me foi dita; mas cheguei à conclusão de que não havíamos conversado muito, fomos direto ao ponto.
— Oh de casa! - Era Carolina.
Estava sentada na mesa da cozinha tomando uma xícara de café quando minha irmã adentrou segurando o saco de pão, cheirava tão bem que chega me deu água na boca. Estava faminta e minha compra de mercado havia sido péssima, tinha poucas opções de comida.
— Bom dia, Carol. - Falei com um sorriso nos lábios.
Me cumprimentou com um beijo na bochecha, colocou o saco de pão sobre a mesa e se sentou na cadeira de frente pra mim.
Por um momento minha mente viajou na possibilidade der sonhado com aquilo tudo e talvez Camila nem mesmo tenha passado por aqui.
Não era possível que eu tenha viajado tanto assim, não estava bêbada e tão pouco chapada pra ter uma brisa dessas.
— Bom dia, maninha. Brigou com um gato foi? - Franzi a testa ao ouvir aquela pergunta.
— Como? - Estava perdida em meus pensamentos.
— Ôxe, só pode. Tu tá toda azunhada.
Ok, foi realidade.
Olhei para meus braços e me deparei com as marcas de vergões, nem quis imaginar como estaria minhas costas.
Não consegui conter o sorriso ao me lembrar das caras e bocas que Camila fazia, o jeito manhoso que gemia enquanto me causava essas marcas.
— Quem foi a felizarda? Foi Rita, não foi?! Aposto. - Carol serviu um pouco mais de café pra nós duas.
Pela lógica o palpite de Carol seria exato. Mas não minha irmã, surpreendentemente não foi Rita, a felizarda foi Camila e lembrar disso me causa um pequeno surto mental.
Não podia contar nada, não agora. Afinal eu nem sei ao certo como tudo ficou, porque a morena havia fugido durante a noite.
— Agora deu, vou ter que te contar dos meus esquemas é? - Peguei um pedaço de pão.
— Claro, somos manas.
— Foi uma garota aí. - Disse dando ombros.
— Hmm segredo então. Deixa, que uma hora dessas eu descubro. - Ela estava certa de que era Rita.
— Beleza, Sherlock. Avisou o pessoal que as aulas começam hoje?
— Sim, antes de vir pra cá passei na casa de dona Simone. Só estava faltando mesmo avisar a ela.
Se eu perguntar por Camila soaria estranho?!
— Hmm... E ela se animou? - Resolvi não arriscar.
— Sim! Só que a coitada tava era preocupada com Camila que passou a noite na casa de uma amiga fazendo trabalho da faculdade e chegou morta de cansada.
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Tropicana
RomanceLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...