POV. Lauren P. Gonçalves Ferreira
Rita conseguiu me convencer a ir para casa, não tinha como ficar ali naquele estado. Voltar para casa sem Camila foi uma tortura a parte, mas eu definitivamente estava precisando daquele banho.
- Vou voltar pro hospital.
Falei ao adentrar a cozinha onde estava minha mãe, Simone, Carol e Rita.
- Vitória acabou de ir embora, tu vai como mulher? - Disse Carol.
- Filha, não acha melhor descansar um pouco?! Ao menos tentar, Lauren. Já que não consegue nem se alimentar, pelo menos tente dormir. - Minha mãe estava preocupada.
E eu entendo sua preocupação, mas nesse momento não há nada que eu consiga fazer. Minha tensão me impedia de sentir fome, minha preocupação me deixava inquieta...
- Então vou até a fazenda de Domingos pegar o carro de Camila e ir para o hospital. - Falei.
Estava no automático. Eu só queria tá lá com Camila. E mesmo que não pudesse ficar em seu quarto, ao menos por perto eu queria estar.
- Está tarde, filha. - Tentou mais uma vez Dona Sarah.
E estava mesmo, era tarde da noite. Mas não me importava, eu só sairia daquele hospital com a minha esposa.
- E tu sabe o caminho? - Rita perguntou já sabendo da resposta.
Não havia ficado tempo o suficiente em Muçambê para fazer aquele percurso a pé. Não sabia.
- Eu sei sim. De carro é só seguir as estradas de terra lá, da no mesmo a pé. - Tentei argumentar.
Rita não me respondeu, apenas ficou me olhando com aquela cara de quem não havia se convencido com minha resposta.
- Só quero ficar lá, perto dela. - Argumentei novamente.
- E vai, desse jeito vai mesmo. - Respondeu Rita de imediato. - Porque vai acabar ficando doente! Tu só vai piorar ainda mais a situação.
Neguei com a cabeça.
- Vocês não entendem...
- Filha, ninguém aqui pode dizer que entende o que você está sentindo, mas cabe a nós te acalmar e pedir que se cuide pra mais tarde poder cuidar de Camila. - Disse minha mãe.
- Mana, se deite só um pouquinho. Eu já ligo pra Vitorinha, ela volta e te deixa lá. Pode ser? - Disse Carol.
- Está certo. - Respondi me dando por vencida.
Meu corpo estava praticamente implorava por um descanso.
Estava tensa, cansada e exausta da minha própria mente que não parava nem por um segundo... As vezes a cena do corpo de Pedro me passava como um flash e me causava arrepios. E mesmo aquilo sendo tão... Pesado. Eu não conseguia me arrepender de absolutamente nada.
Mataria ele de novo se fosse preciso.
Inacreditavelmente assim que me deitei, uma sonolência incontrolável me fez apagar em alguns minutos. Era como se algo tivesse me desligado. Estava novamente no estábulo, na baia de Esmeralda.
- Camila? - Chamei antes de adentrar o pequeno cômodo.
Haviam rastros de sangue pelo chão, trilhando um caminho até a suíte onde Camila descansava durante o trabalho.
Obviamente me desesperei com aquela cena horrível e comecei a gritar por Camila e dei de cara com Pedro sorrindo de forma diabólica.
- O que foi, maninha?! Sua Camila não está mais aqui. - Ria feito o diabo.
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Tropicana
RomansaLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...