POV. Lauren P. Gonçalves
Me arrependi em ter trocado número de telefone com Rita pela quantidade absurda de mensagens que ela me enviava. Eu poderia até me animar com o conteúdo de algumas delas, mas não conseguia afastar aquele pensamento que se instalou em minha mente depois que soube de Camila.
Comecei a pilhar em aquela ter sido sua primeira vez, talvez eu tenha exagerado em alguma coisa. Não sei.
Eram tantas perguntas que me obriguei a dar um perdido em Rita e recusar sua proposta de me fazer companhia naquela noite. Estava há tão pouco tempo naquela cidade e já tenho um enrosco com duas mulheres.
O que minha mãe pensaria? Na cabeça dela essa cidade me faria mudar, desacelerar, não me meter em confusões... E olha só, estou indo dormir cedo pra que o dia seguinte chegue logo e eu possa conversar com Camila pra finalmente ter paz a minha cabeça.
Pensamento positivo, Lauren.
Uma noite bem dormida me fez acordar otimista, hoje era um outro dia pensei ao chegar em minha "sala de aula".
— Bom dia, mana.
Disse Carol com a respiração ofegante, vermelha e obviamente acompanhada por Vitória.
— Tão fazendo o que aqui? - Perguntei desconfiada.
Estava nítido o que as duas estavam fazendo, minha pergunta foi um pequeno momento de blackout da minha mente pervertida.
— Que pergunta idiota. - Eu mesma me respondi.
— Porra hein, que fetiche mais clichê... Sala de aula. Porra me sinto mal como professora. E se alguém chega? Já pensou nisso, Carolina? - Continuei.
— Manaa. - Carol ajeitava seu vestido.
— Manaa. - Imitei a voz de Carol.
— Deixa de ser sonsa. Só por favor não digam que usaram as mesas... Porra, isso dá pra se fazer em qualquer parede, cantinho... Não quero imaginar uma cena dessas aqui.
— Lauren!!!! - Carol subiu o tom de voz.
Vitória estava mais vermelha que um pimentão, se ela pudesse teria se enfiado em seus cachos e desaparecido.
— Sorte que ainda não chegou nenhum aluno. - Disse enquanto pegava algumas coisas no armário.
Na minha cabeça só vinha a mãe de Camila flagrando Vitoria e Carol.
— Bom dia, meninas! Vim trazer mãe.
Era Camila.
Fechei o armário e voltei pra perto da mesa onde estava Carol e Vitória sendo cumprimentadas por Camila que aparentemente estava feliz, mas foi só ela me ver pro seu sorriso desaparecer.
— Bom dia, Dona Simone. Bom dia, Camila.
Dei um sorriso amarelo ao perceber que minha presença a incomodou.
— Bom dia. - Respondeu ela rapidamente.
Evitou contato visual comigo e voltou a atenção pra sua mãe.
— Mainha, quando a senhora terminar a aula passe na baia de Esmeralda viu? - Beijou o rosto de sua mãe. - Amo a senhora, boa aula. Tchau meninas.
Outra vez fugiu, só que dessa vez pude entender que ela não queria assunto comigo. Talvez estivesse arrependida do que aconteceu.
Tocamos a aula e Carol percebeu que a minha cabeça estava em outro lugar.
— Mana o que foi? - Perguntou discretamente.
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Tropicana
عاطفيةLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...