Capítulo 55: Rede

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POV. Camila Ferreira

Já era noite e nada de Lauren aparecer;

Ô agonia não conseguir falar com alguém.

Minha cabeça só passava desgraça, aquela seria uma noite que eu passaria em claro se essa mulher não der sinal de vida.

– Eu tô começando a sentir uma coisa ruim.

Desabafei com as meninas. 

– Ei, Mila. Tu sabe que as vezes pode ser algo no celular de Lauren?!

Vitória até tentou me acalmar com aquela voz mansa.

– Ela podia pegar o celular de Sarah, não sei. Pra tudo dá-se um jeito, véi. O que não pode é fazer um negócio desses... - Esfreguei a mão em meu peito ao sentir uma falta de ar. - Tô até passando mal.

– Calma, Camila. Pelo amor de Deus... Ela já aparece com uma boa explicação. Eu te garanto, Mila. - Se levantou pra me abraçar. - Fica calma, bixinha. Poxa. 

– Vou tentando aqui. - Falou Vitória ao pegar o celular de Carol. - Amor, faça um chá daqueles bem forte de camomila pra ela.

Carol adorou a ideia e foi pra cozinha fazer o tal chá pra mim. E estava tão gostoso que foi a mesma coisa que remédio controlado, o efeito foi quase que imediato. Ficamos conversando sobre tantas coisas que no final daquela xícara eu já estava bocejando.

– Ei, porque tu não deita um pouquinho?! Quando conseguir contato com a Lauren a gente te acorda, o que achas? - Carol já estava me levando pro quarto.

– Ela deve ter ficado sem celular, não é Carolzinha? - Falei bocejando. - Tu me acorda mesmo viu?

Falei antes de entrar no meu quarto.

– Acordo, mulhê. Eu juro. Durma um pouco, vá. - Carol estava disfarçando a preocupação.

Entrei no quarto sem nem saber onde tinha colocado o celular, tô começando a desconfiar que tinha algo a mais naquele chá porque foi eu bater na cama pra adormecer. Estava com o corpo exausto por ter voltado a montar, por ter visto Domingos tão abatido... E pra finalizar pelo sumiço de Lauren, tudo misturado com o chá que Carolzinha fez foi a mesma coisa que apertar um botão de desligar, porque eu simplesmente apaguei.

– Eii... - Ouvi bem longe. 

Respirei fundo ignorando aquilo, estava sonolenta demais pra qualquer coisa.

– Acorda, meu amor.

Agora consegui ouvir claramente e podia jurar que era a voz de Lauren o que me fez abrir os olhos imediatamente, por um instante pensei que era alucinação quando ela se debruçou e selou meus lábios.

– O.. quê?! - Sussurrei. - Tu sumiu o dia inteiro! - Falei ainda sonolenta. - Sai daqui, eu não quero falar com tu não sua sonsa. - Me afastei de seu contato. - Tô pra dar na sua cara, Lauren. Tu não sabe não o ódio que eu tô.

Fiquei conversando como não tivesse dado conta do que estava acontecendo, como se o fato dela está ali fosse super normal.

Empurrei o corpo de Lauren e só agora percebi que ela realmente estava ali. Sentei na cama num pulo e olhei brava pra Lauren, estava prestes a soltar os cachorros quando ela me empurrou de volta pra cama se deitando por cima de mim.  

– Shhhh... Sem brigar. - Selou rapidamente meus lábios. - Sua mulher tá aqui com você agora. - Sussurrou pertinho da minha boca com aquele sorriso cafajeste.

Agarrarei sua camiseta, puxei seu corpo pra mais perto do meu e beijei sua boca. Estava com tanta saudade.

Lauren estava ali, ela realmente estava me beijando com urgência se deitando comigo na minha cama pela primeira vez. 

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