Capítulo 5: Submersa

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POV. Lauren P. Gonçalves

Voltando pra fazenda fui refazer minhas malas, aproveitei que Carol estava com a caminhonete e acompanhada de Vitória para realizar a minha pequena "mudança" pra casa da nascente. Elas de carro e eu as seguindo de moto, no caminho passamos num mercadinho pra fazer uma compra básica.

As meninas me ajudaram numa limpeza pesada, mantivemos os móveis quase que no mesmo lugar, eu me adaptei a simplicidade tão linda e aconchegante daquela casa.

Era como se aquele lugar tivesse sido projetado pra ser o meu refúgio durante aquela viagem. Eu precisava daquilo, precisava de calma, precisava passar a tarde conversando com duas garotas de seus dezoito, dezenove anos, sei lá. Eram jovens e cheias de coragem pra viver a vida.

Carol e Vitória me fizeram companhia até o entardecer, logo foram embora me deixando sozinha naquela maravilha de cenário.

Acho que o que me mais me encantou nesse lugar foi essa pequena queda-d'água em meu quintal foi sem dúvidas o que conquistou o meu coração foi essa nascente maravilhosa.

E com o calor que fazia, era impossível resistir à vontade de viver dentro daquele riacho. Confiei na privacidade de uma localização afastada pra nadar, dessa vez, completamente nua.

O contato refrescante daquela água gelada me trouxe uma sensação única, era como se a minha alma estivesse sendo lavada à medida que eu adentrava aquele rio.

Em meio a mergulhos a minha mente viajava em pequenos insights da noite anterior, não teve como não sorrir ao me lembrar das coisas que Rita me dizia enquanto nos beijávamos naquele mesmo rio.

Mergulhei uma vez mais e agora parecia que depois de tantos anos a minha mente finalmente se calou.

Vir para Muçambê foi a melhor coisa que me aconteceu.

Precisava agradecer minha mãe por isso.

POV. Camila Ferreira

Quando cheguei na nascente, praticamente tive um déjà vu. E por um instante questionei a minha sanidade.

Tô é doida.

Não é possível que aquela cena fosse mesmo real e que Lauren estivesse realmente ali se banhando no riacho. Só que dessa vez, sozinha.

Não consegui desviar os olhos quando percebi que estava nua, engoli a seco os sinais que meu corpo dava e quando finalmente tomei coragem de ir embora, ela percebeu a minha presença.

— Camila?

Parei no meio do caminho e me virei enquanto Lauren cobria seus seios com as mãos.

— Desculpa, eu só... - Não conseguia formular uma maldita frase.

Aquela mulher me deixava completamente desnorteada.

— Joga a minha camiseta, por favor. - Pediu ela apontando pra camiseta que estava jogada na beira do rio.

Ela estava com vergonha por ser pega num banho daqueles.

Joguei a camiseta a ela que rapidamente se vestiu ainda na água, uma camiseta preta com uma estampa de algum artista que eu não conhecia, era tão grande que lhe serviu de vestido.

O tecido molhado colado ao seu corpo deixou as coisas ainda mais complicadas pra mim. Oh, disgraça! Por que é que eu tô reparando tanto?!

Ela percebeu meu olhar; percebeu por que também, eu dei uma escaneada em cada centímetro daquele corpo que eu mesma nem me reconheci, não conseguia organizar meus pensamentos...

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