Capítulo 60: O Grande Dia

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POV. Lauren P. Gonçalves

Chegou o grande dia; e todo o preparativo desse casamento foi feito por Carol, Vitória e Rita. Sim, Rita estava de volta a Muçambê, tanto eu quanto Camila fazíamos questão da sua presença naquele momento tão importante de nossas vidas.

Graças a Deus as duas estavam se dando bem, acho que minha noiva se deu conta que de fato entre eu e Rita só existia um sentimento de amizade, foi bonito demais ver Camila e Rita se dando bem de verdade. 

Estávamos todos hospedados no imenso casarão de Domingos, afinal a cerimônia seria feita em frente ao nosso riacho e isso fez com que Carol nos expulsasse da nossa própria casa para manter a surpresa.

Aquele casarão nunca esteve tão movimento e alegre. 

Camila e eu dormimos em quartos separados na noite anterior, porque segundo a maluca da minha irmã, precisávamos seguir as tradições das noivas não se verem antes da cerimônia. Carol estava me deixando doida, por isso despachei ela para endoidar Camila e fiquei com a ajuda de Rita. 

- E tua mãe, já apareceu por aqui hoje? - Perguntou Rita ao me ver sentada em frente a penteadeira.

- Até parece. - Falei. - Quando dona Sarah percebeu que a bonequinha da história seria Camila, trocou de lado rapidinho.

- E tu num vai usar vestido mesmo? - Olhei pelo reflexo do espelho e pude ver Rita achando graça. - Tu ia ficar uma gracinha, mulhê. 

- Me poupe, Ritinha. - Soltei um leve riso. - Nunca me senti bem usando essas coisas, sei lá não me sinto confiante o bastante para isso, e hoje é o dia mais importante de minha vida, então preciso me sentir bem comigo mesma. Não vou usar um negócio só pra... Sei lá. Não sei. - Estava começando a ficar nervosa. - Só quero usar essa roupa, eu lembro do dia que Camila me viu vestindo essa roupa. - Sorri ao lembrar daquele momento. - Foi lá em Venice Beach. - Recordei daquele exato momento em que voltamos a reviver essa nossa história. - Foi naquele dia que reacendemos a chama desse amor ardente, quente feito essa cidadezinha do sertão. 

A roupa escolhida foi o mesmo conjunto branco que usei no dia em que eu e Camila ficamos na adega de vinhos em Venice Beach.

- Ihhhhh... Tô vendo que seu voto de casamento vai ser uma melação só. - Rita adorava me zoar. - Mas é uma linda roupa mesmo, você fica bem de branco.

- Fico bem de qualquer jeito, Ritinha. - Dei uma piscadela.

- Olha, tu pare. - Me deu um leve tapa no ombro. - Tu se esqueceu que sua futura esposa é doida de ciúmes?! Fique piscando por aí pra ver se você não fica sem esse seus olhos veio verde seu.

- Credo. - Ri daquela observação bizarra. - Camila só fala, mulher. Ela não teria coragem de me machucar não. 

- Tu pode até ser, mas os outros. Camila é uma onça, tu brinque pra ver.

- Ela aprontava muito? - Fiquei curiosa, Rita falava com tanta propriedade. - Vocês são primas mesmo?

- Oxi. Lógico que somos. Até a adolescência eu e Camila éramos muito grudadas, vivíamos atrepadas nessas árvores brincando de pega-pega.

- O QUE? Pega-pega em árvore?! - Ri só de imaginar a desgraça. - Isso é tecnicamente impossível, onde já se viu brincar disso em árvore?! Vocês não caiam não?

- Ahhhh pronto. - Rita se sentou na beira da cama. - Mulhê, as crianças daqui fazem coisa que até Deus dúvida. Camila mesmo era o cão, vivia toda arregaçada.

- Meu Deus. Vocês poderiam se machucar feio nessas brincadeiras, não tem como brincar desse jeito em árvore, Rita.

Não entrava na minha cabeça a possibilidade de brincar disso num galho de árvore. 

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