POV. Lauren P. Gonçalves
E foi nesse ciclo que se passou dois anos, eu me comportando feito uma adolescente sofrendo seu primeiro pé na bunda bebendo quase todos os dias.
— Filha, sente-se aqui por favor.
Havia acabado de chegar de um final de semana pesadíssimo em New Orleans, estava com uma ressaca absurda.
— Precisa mesmo ser agora? Minha cabeça está explodindo.
Joguei a mochila no sofá.
— E tire esses óculos escuro para conversarmos. - Pediu ela.
— Mãe, por favor... Eu preciso dormir, não sei nem como consegui chegar aqui... A claridade da luz do dia está queimando meus olhos.
— Isso se chama bebida em excesso, Lauren. Até quando você pretende ficar nisso? Você foi até Louisiana pilotando essa maldita moto e ainda me volta nesse estado? Você por um acaso perdeu o juízo? Sabe que dia é hoje?
Fechei os olhos ao me sentar na cadeira, eu não conseguia nem me recordar qual havia sido a sua primeira pergunta.
— Você por um acaso se lembra que hoje chega a garota que você me pediu pra ajudar a trazê-la do Brasil pra cá?
Meu Deus, Rita!
— Meu Deus. - Me levantei procurando o meu celular. - Que horas são, pelo amor de Deus.
Fiquei sóbria na hora.
— Você nem mesmo levou seu celular pra essa viagem, Lauren. Eu é que tive que tranquilizar a garota. Você não tem responsabilidade alguma pra manter essa menina aqui.
Sarah falava como se Rita fosse uma criança.
— Mãe, para! Que horas são? Vamos buscá-la no aeroporto, por favor.
— Você parece uma adolescente, Lauren.
Aquele sermão não iria parar tão cedo.
Sarah olhou a hora em seu relógio de pulso e só então parou de brigar porque provavelmente o voo de Rita estava prestes a chegar. Fomos em silêncio até o aeroporto, me sentia desconfortável em receber Rita naquele estado... Mas fazer o que? Eu nem mesmo lembrava da sua chegada.
Só no saguão de desembarque que minha mãe me entregou meu celular pra conversar com Rita.
Ela estava esperando sua mala chegar e pedia pelo amor de Deus pra esperar bem na entrada. Estava com medo de se perder. Coitada estava apavorada.
Aguardamos por uns 40 minutos até que Rita aparecesse com aquele típico sorriso aberto.
— Meu Deus que menina linda.
Comentou dona Sarah ao ver Rita se aproximar.
— Tu tinha esquecido de mim, é?
Perguntou Rita ao me cumprimentar com um abraço apertado.
— Me desculpa, Ritinha... Eu ando um pouco perdida.
— Dá pra notar, viu?
Agora ela cumprimentou minha mãe, também com um abraço.
— O que essa mulher anda aprontando, Dona Sarah? - Perguntou ao me avaliar com minha mãe.
Tô ferrada.
Agora a bronca seria em dose dupla.— Ihhh minha querida, nem queira saber. Lauren depois de velha resolveu dar trabalho.
E as duas foram falando mal de mim até chegar em casa.
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Tropicana
RomanceLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...