POV. Camila Ferreira
Só Deus sabe como consegui chegar em Muçambê depois daquela breve conversa com mainha; o balde de água fria que dona Simone me jogou, foi de lascar.
Pensei em ligar pra Lauren, mas não queria deixá-la preocupada com aquela merda toda. Nada mudou, mesmo depois de tanto tempo, absolutamente nada mudou. Resolvi então dar uma passada na fazenda de Domingos pra matar a saudade que eu tava de Esmeralda. Todo esse tempo longe estudando, quase que não aguento ficar longe dessa bichinha. O coração chega tava apertado, só aceitei mesmo porque Domingos me garantiu que ele mesmo cuidaria dela.
– Estava com tanta saudade de tu, Esmeralda.
Abracei o seu pescoço.
Amava ficar assim com Esmeralda, ela sempre me acalmava.– Eu sabia que te encontraria aqui...
Fechei os olhos ao ouvir aquela voz e respirei fundo.
— Pra falar a verdade estava de espreita... - Continuou ele.Beijei Esmeralda.
Ignorando o dono daquela voz.– Como foi em Nova York? Gostou da viagem que meu pai te deu de presente?
Me virei e Pedro estava lá, parado na porta da baia de Esmeralda.
– Nova York?! - Soltei um riso nasal negando com a cabeça. - Estávamos em Los Angeles, na casa de Lauren.
Ele riu ao ouvir o nome dela.
– Ih é?! Sabia não. - Seu tom de riso me fez respirar fundo. - E ela?! Tá bem?
Desde quando ele passou a se preocupar com ela?!
– O quié que tu tá querendo, Pedro? - Perguntei ao analisá-lo.
– Oxi. Eu?! Nada. - Riu. - Só perguntei pra saber, afinal temos o mesmo sangue.
– Mila! - Era Carol. - O que tu tá fazendo aqui macho? Vá caçar o que fazer.
Disse ao empurrar o irmão da entrada pra passar.— Camila nem bem chegou e tu já tá aqui enchendo o saco?!
– Enchendo o saco. - Repetiu ele. - Agora deu! Posso nem perguntar como a minha irmã mais velha tá?! Já que ela fez foi encomendar uma quenga pra ela, deve ter gostado de se deitar com uma nordestina.
Falou aquilo olhando pro meu corpo.
— Errada ela não tá, Rita é uma delícia na cama.Pedro tinha um sorriso tão nojento ao dizer aquilo, aprecia se recordar de alguma noite com Rita. Respirei fundo pra não dar na cara e acabar sendo demitida por justa causa.
– Pedro, sai daqui peste. - Carol praticamente fechou a porta na cara dele. - Menino véi podre, Deus que me livre.
– MUITO BOM TE TER DE VOLTA, CAMILINHA! - Gritou ele do outro lado da porta.
– Tá vendo?! Esse menino é doido Camila. - Falou Carol ao travar a porta. - Tu não devia ter tocado no nome de Lauren agora.
– Já disse que não vou me esconder, Carol.
– Não é esconder, Mila. É só evitar esse tipo de coisa, viu só as merdas que esse garoto falou?
– Sim... - Se eu não tivesse conversado com Rita, essa hora estaria surtando. - Só, sei lá...
Fomos pra suíte privada da baia de Esmeralda, aproveitei que Carol tava ali pra me sentar na cama e desabar.
– Eiiiii. Não chora, tu sabe que ele só fala merda. - Carol se sentou do meu lado. – Rita e Lauren nunca tiveram nada.
– Não é isso... - Falei baixinho. - Fui ver mãe.
– Ah meu Deus. - Carol segurou minha mão. - Quer falar sobre isso?
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Tropicana
RomansaLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...