POV. Camila Ferreira
Chegamos no lugar que Sarah havia dito que ficava o tal barco, sentia minhas carnes se tremerem de tão nervosa e poderia jurar que a qualquer momento eu teria um treco.
— Mulher, se acalme que tu vai ter um troço. - Carol vinha atrás de mim tentando me acalmar.
— Se acalma, se acalma... Como é que eu vou me acalmar????? - Esbravejei enquanto caminhamos a procura do tal barco. - Se tua irmã tá em algum canto com aquela pistoleira?!
Carol foi na frente, pois Sarah tinha passado as descrições do mesmo só pra ela. Infelizmente só Carol podia achar sem que fosse preciso eu fazer um escândalo.
— Ei, aqui Camila. - Me chamou.
Estava na frente de uma espécie de pequena casa flutuante, era um lugar bem chique. Não dava pra ver nada por que as cortinas estavam fechadas, mas dava pra ouvir o som ligado.
— Mulher vá com calma, viu?! Não estamos no Brasil, não. E também eu nem saberia pra onde fugir porque não conheço essas bandas.- Carol começou a palestrar antes de me dar passagem.
— Tá! Tá certo. - Parei de ouvir no "vá com calma".
Entramos no deck e eu fui direto na maçaneta da porta.
— Que isso??? - Disse Lauren quando viu a porta se abrir. - Camila??
Se levantou do sofá assustada.
— Como você... - Se aproximou de mim, mas eu a empurrei.
— SAI! - Comecei a procurar a vagabunda por tudo quanto é canto daquele lugar.
A "casa" se resumia a uma sala com uma pequena cozinha americana, uma suíte e uma varanda.
— Abre essa porta! - Forcei a maçaneta do banheiro. - Abre AGORA ou vai ser pior quando eu conseguir abrir. - Avisei.
Dei um tapão na porta e logo depois senti Lauren me pegar pela cintura. Tentava me soltar a todo custo enquanto xingava todos os nomes possíveis.
— Bicho, eu num vô abrir não. - Falou a pessoa dentro do banheiro.
— É a voz de Vitória?! - Carol perguntou ao se aproximar.
— Foi ideia dessa doida! Lauren! Explica logo mulhê!!! Camila tá já quebrando essa porta. - Gritou Vitória do banheiro.
Lauren nem conseguia mais me segurar de tanto que ela estava rindo, enquanto eu a olhava sem acreditar naquela presepada, meus batimentos estavam tão acelerados a ponto de me deixar ofegante.
— O... Que? - Perguntei ofegante. - Eu não acredito nisso não, Lauren!!! - Disse enquanto dava tapas em Lauren. - Não tem graça!!!! Para de rir!
Vitória abriu a porta e saiu com medo.
— Aiiiii para de me bater!!
Lauren tentava segurar minhas mãos pra que eu parasse de lhe bater.— Tinha planejado te trazer pra cá, mas fiquei brava com a mensagem e resolvi te dá um sustinho.
Falou com toda tranquilidade do mundo.– Tu sabia disso Carol?? - Perguntei.
– Eu não! Essa peste tinha dito que estava se sentindo mal, tava na cama toda enrolada. - Agora era Carol quem batia em Vitória.
– Você parece besta, não teve graça. - Estava brava com Lauren.
– Poxa, precisamos trabalhar esse nosso lado aí hein dona Camila.
– Vou trabalhar sim, mais tarde você vai ver só como vou trabalhar esse meu lado.
– Ihhhh, bora Vitória. Bora que a senhora também vai ter o que merece.
– Não, maninha. Vitória foi quase que obrigada, não brigue com ela. - Falou Lauren.
– Essa doida me obrigou. - Coitada de Vitória.
POV. Lauren P. Gonçalves
Minha irmã e minha cunhada foram embora me deixando no maior climão com Camila que estava com uma tromba do tamanho do mundo pela brincadeira.
– Vou lá fora soltar a corda do barco, vai ficar aí sozinha sua bicuda? - Perguntei ao abrir a porta.
– Pra quê?
– Pra quê o que, bicuda?
– Pra que soltar a corda? - Se levantou e foi comigo ora área externa.
– Pra levar o barco para outro canto, ué. - Falei enquanto puxava a corda.
– E tu sabe coisar esse barco?
– Sei coisar sim. - Ela me deu um tapa, por ter imitado ela. - Você vai passar a noite toda me batendo é? - Perguntei assim que voltamos pra dentro da casa.
A cabine de navegação ficava na outra ponta do barco, Camila me acompanhou ainda emburrada.
Espero que essa sua birra não dure a noite toda, pensei.
POV. Camila Ferreira
– Eu pensei que tu tava aqui com aquela fulana lá. - Comentei ao ver Lauren dando partida no barco.
– Então isso significa que precisamos conversar um pouquinho mais sobre confiança. Eu sei que não deveria dar lição de moral sobre esse assunto já que fiquei irritada com aquela mensagem... Mas, foi só coisa do momento e logo coloquei a cabeça no lugar.
– Eu sei, me desculpa. Tu teve total razão em ficar brava, errei em não ter falado nada com Julia. Mas também mereço um desconto, poxa, quando estou contigo esqueço do mundo.
– É foi complicado ver outra pessoa chamando a minha noiva daquele jeito, ainda mais agora que você volta em alguns dias para o Brasil...
– Eu posso imaginar, porque fiquei quase doida quando vi aquele vídeo que vocês mandaram. Só pensei que tu tivesse chateada a ponto de chamar aquela outra lá.
– Eu e Madison não temos mais nada tem um bom tempo. E eu jamais seria capaz de lhe trair dessa forma, estamos noivas Camila e vamos nos casar assim que eu botar os pés no Brasil.
Aproveitei que ainda estava anoitecendo e levei o barco para um ponto específico do lago.
– Tu promete que não vai demorar? - Perguntou Camila usando toda sua manha em seu tom de voz.
Desliguei o motor e soltei a âncora do barco;
Aquele local seria perfeito para passarmos os últimos dias a sós.
– Eu prometo não demorar, meu amor. - Selei seus lábios. - Pronto, agora podemos voltar pra dentro da casa e aproveitar o seu último final de semana em Los Angeles.
– Ei amor, não tem perigo?! A gente ficar aqui no meio do nada? - Perguntou ela olhando ao redor.
Estava começando a ficar um completo breu ao redor, mas eu sabia que ela iria amar o amanhecer naquele lugar.
– O perigo tá é lá dentro... - Falei num tom malicioso arrancando uma risada de Camila.
Se aproximou de mim com aquele sorriso de menina arteira com a língua entre os dentes.
Ah, como eu amo esse sorriso.
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Tropicana
RomanceLauren é fruto de um romance entre um nordestino e uma americana; nasceu no Estados Unidos, nunca pisou no Brasil e nem mesmo conhece seu pai. Tinha de tudo e ao mesmo tempo não tinha nada. Alcoólatra aos 27 anos, valentona que vive se metendo em co...