Capítulo 53: Domingos

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N/A: Novamente gostaria de pedir a vocês que conheçam a história do espaço LGBTQIA+ BAR DO VALE. Visitem o nosso Instagram, assistam o vídeo no IGTV, lá contamos um pouco sobre a nossa atual situação. Ajudem compartilhando, marcando o bar do vale em contas de apoiadores da causa LGBTQIA+ pra que a galera veja e nos ajude. Somos o único espaço LGBTQIA+ da cidade de Guarulhos e não queremos desistir. Enfim, sei lá deve tá chato pra vocês ficarem lendo meus desabafos. Mas é que quando estou aqui escrevendo para vocês, estou porque eu realmente acho que o mundo precisa de mais MUITO MAIS e-book, livros, séries, filmes, novelas, HQ, desenhos, tudo. E por isso eu me dedico tanto em criar essas romances lésbicos, geralmente vem de uma brisa, eu pego e elaboro e vou deixando acontecer... Pelo visto tenho agradado bastante e pretendo continuar. Eu só queria sei lá compartilhar com vocês que esse projeto é muito mais que um bar, é o início de uma nova era. Eu quero vejam sim, um casal de lésbicas a frente de um negócio, eu quero ter sim uma equipe composta por LGBTQIA+ se sentindo livre no ambiente de trabalho, quero que seja muito mais que uma equipe, eu quero ter uma família. Quero poder mudar a vida de um LGBT que foi expulso de casa. Eu sei lá, estou completamente chapada nesse momento e refletindo sobre o futuro. Só quero fazer a diferença sabe? Dar um rolê digno, sem assédio de cara achando que pode participar de um beijo entre duas mulheres, entende? Sem sentir medo de ser agredido por fazer um carinho em público... Eu só precisava de uma chance. Eu consegui construir esse lugar e não vou desistir.

Muito obrigada a você que leu esse meu desabafo, desculpa aí e vamos de Tropicana!

POV. Camila Ferreira

Acordei com o cheirinho gostoso de café e preciso admitir que a minha cunhada me mimava tanto quanto a minha noiva; Tive foi sorte de ter Carolzinha como cunhada.

Tomei um banho rápido e vesti minha roupa de montaria.

— Bom dia, cunhadinha! - Falei ao chegar na cozinha.

— Bom dia, Mila. Fiz café pra gente e minha namorada passou aqui pra deixar pão fresquinho ó. 

— Uhhh minha namorada. - Imitei seu tom de voz. - Tão bonitinho ver vocês assim... O amor é lindo, não é mesmo?! Queria a minha mulherzinha aqui comigo também. 

— Meu Jesus, tá mel puro. Tudo no diminutivo. Eu bem lembro de tu dizendo que não gostava de melação, pagou a língua tão bem-feito.

— E tem como resistir àqueles olhos verdes? Mulhê, tu já viu a minha noiva?

— Toda besta. - Riu. - Vai montar hoje é? - Perguntou ao me ver calçar as botas. 

— Vou, estou morrendo de saudades de Esmeralda. Preciso voltar a trabalhar, ué. Tenho que conversar com seu pai e ver se ele vai me contratar como veterinária também. 

— Óbvio que vai Mila, ele confia muito mais em tu que em Pedro.

— Tu achas?! - Perguntei desconfiada.

— Mila, acorda! Tu vai ver só. 

Fui pra fazenda pensando naquela conversa com Carol; Tive sorte de não encontrar Pedro pelo casarão. Bati na porta do escritório de Domingos e só entrei quando ele autorizou. 

— Camila! Que bom te ver. Como você está? Como foi na faculdade? - Ele estava sentado na cadeira do escritório.

Eu fiquei até sem ação em vê-lo, ele havia perdido bastante peso estava bem magro e era nítido que não foi uma perda saudável.

— É... Bom dia, Domingos. Es-tou – Limpei a garganta. - Estou bem sim.

Me aproximei de mesa. 

– Sente-se filha, fique à vontade. - Me sentei ainda desnorteada. - Tu não disse como foi na faculdade... - Falou ele.
 
— Foi muito bom, eu realmente amei estudar algo que eu gosto tanto... - Dei um leve sorriso ao me lembrar. - Obrigada pela oportunidade e pela viagem.

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