Capítulo 2 :

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CARLA DIAZ

O João, esperto como sempre, logo notou minha agitação.

Porque, se tem uma coisa que eu não aprendi, foi disfarçar quando percebo alguém olhando para mim.

É um troço esquisito, se percebo alguém me olhando, não consigo parar de olhar de volta.

Meu amigo levantou uma sobrancelha, que foi acompanhada de um sorriso maroto.

João: O que foi?

Carl:  Não foi nada. — Tentei disfarçar, mas ele me conhecia bem.

João:  Não mente. Eu vi o amigo do Ronan te olhando. E você bem que estava gostando.

Carla: Eu não! Estava gostando nada, nunca vi esse cara antes. — João me encarou com uma cara de "me engana que eu gosto" antes de continuar:

João: O cara é o amigo do Ronan, aquele que ele sempre menciona nas conversas dos tempos de faculdade em Goiânia.

As histórias dos tempos de faculdade do Ronan, na maioria das vezes, se resumiam a: mulheres, sexo, mulheres, festas, sexo, baseado e, de vez em quando, os estudos... E em suas histórias mais picantes, o tal Arthur sempre aparecia.

Ainda não sei como a minha amiga foi se casar com aquele tarado.

Brincadeira, o Ronan mudou muito. Hoje, ele é um cara sério, fiel e muito apaixonado por ela.

João: Você ouviu? —  perguntou, mas eu não sei o que ele disse, porque estava perdida em meus pensamentos.

Carla: Ouvi o quê?

João: Carla Days, fica esperta com esse cara.

Carla: Até parece que essa delícia vai querer alguma coisa comigo com esta variedade de mulher sarada... — Apontei para as garotas marombadas.

João: Alguns homens ainda preferem as mulheres naturais, Carla. — Dei um beijo na bochecha dele e, quando me virei, lá estava o "garanhão dos tempos da faculdade do Ronan" olhando para mim novamente.

Alguns minutos depois, a mãe da aniversariante, muito afobada, foi falar comigo.

Pocah: Você viu um cara loiro que estava falando com o Ronan?

Carla: Não — menti.

João: Ela viu, sim. Ele estava secando-a agora há pouco. — Cutuquei o João e o fuzilei com o olhar.

Pocah: Pois é. Fica longe dele! É um cretino galinha! Lembra-se das histórias...

Carla: Dos tempos da faculdade do Ronan. Lembro, sim. Eu já sei que o loiro delícia é o amigo do seu marido — interrompi-a. — Eu não entendo porque você está tão preocupada, não sou nenhuma idiota. E mais: com tanta garota linda aqui, acha que ele iria querer alguma coisa logo comigo?

Pocah: Amiga, para, você é linda e acredite, ele quer. Estava perguntando de você para o Ronan. — Meu coração disparou no peito com a informação.

Carla: Deixa de neurose, Pocah! Não sou uma adolescente ingênua. O que a faz pensar que eu vou querer alguma coisa com ele?

Pocah: Não sei. Talvez o fato de ele ser lindo de morrer — respondeu, sarcástica. — E o fato de a gente saber algumas histórias picantes sobre ele. O fato de você estar na seca...

Carla: Ei! Também não é assim! E, além do mais, lindo de morrer ou não, ele ainda é o amigo galinha do Ronan.

Ronan: Amor, está na hora de cantar parabéns. — ele apareceu, mostrando o relógio.

Pocah: Fica longe dele. — Ela se afastou, fazendo um gesto com os dedos, insinuando que estava de olho.

Carla: Quantos anos ela acha que eu tenho? Posso ser pequena no tamanho, mas ela  esqueceu que eu tenho quase 30 anos.— reclamei com o meu amigo, que passou a me ignorar.

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora