Capítulo 1 :

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CARLA DIAZ

Eu nunca pensei que conheceria o homem da minha vida em uma festinha de aniversário de criança. Muito menos que ele seria um cafajeste.

Minha afilhada, Vitória, estava fazendo um aninho e foi na festinha dela que conheci o Arthur.

Ele era alto, olhos e cabelos claros. Alto e gostoso.

Qualquer mulher o notaria. Até uma velhinha centenária o notaria.

O Arthur tinha os músculos definidos e um abdômen sarado, no qual eu me perdia contando os gominhos da barriga. Afinal ele é professor de crossfit.

Para completar, seus lábios eram vermelhos, de dar inveja a qualquer mulher, seu sorriso era meigo e ele ainda tinha uma carinha de anjo.

No entanto, quando me olhava com desejo, seu olhar era de um predador pronto para atacar sua presa.

Mas não se enganem, de anjo aquilo não tinha nada.

O Arthur era um lobo em pele de cordeiro. É como se esse ditado fosse feito para ele.

Minha amiga, Pocah, mãe da minha afilhada, tentou me alertar contra o Arthur, mas eu fiquei totalmente surda no momento em que o vi.

Fui atraída como um inseto em direção à luz e não dei ouvidos a ela.

Minha comadre me contou que ele era um mulherengo incorrigível e infiel, um típico cafajeste, que nunca ficava com uma mulher só mais de uma vez. Mesmo assim, não dei ouvidos.

No começo, eu só queria experimentar mesmo. Poxa, um cara lindo daquele me dando mole? É claro que eu aproveitaria. Afinal, um peitoral gostoso daquele, a gente tem que aproveitar.

Só que esse foi o meu primeiro erro.            

Quem bebe daquela água, vicia, é pior que heroína. Você fica totalmente dependente e foda-se o resto.

As semanas que passamos juntos foram as mais incríveis da minha vida.

Conforme já disse, fui alertada de que o cafajeste nunca ficava com uma mulher mais de uma vez, mas, milagrosamente, ele quis me ver de novo e de novo.

Eu que nunca fui boba, aproveitei. Bom, esse foi meu segundo erro, pois, depois de um tempo, eu já estava caindo de amores por ele.

Vou contar como nos conhecemos e como era estar com o Arthur Picoli de Conduru.

Vocês entenderão porque eu fiquei tão dependente daquele homem, até hoje.

Entenderão porque não consegui resistir aos seus encantos mesmo após ter sido tão alertada.

Quando digo "tão" alertada, me refiro ao fato de ter recebido olhares assassinos da mãe do aniversariante, além de cutucões e sacudidas de cabeça reprovadoras.

Não só eu, mas o coitado do Ronan, marido da maluca da Pocah, foi praticamente ameaçado de morte por ter me apresentado ao Arthur.

Até pensei que rolaria um desquite. Quase fui o pivô de uma separação sem ao menos ter alguma coisa com o cara.

Mas vamos lá. Tudo começou assim: Já estava quase na hora dos parabéns quando o Arthur entrou no salão de festas.

Não apenas eu, mas o restante das garotas solteiras — e outras não tão solteiras assim — o notaram.

Até aí, tudo bem. Passado o efeito da sua entrada triunfal, voltei para minha realidade, afinal, um deus lindo daquele jamais olharia para mim, ainda mais tendo uma coleção de mulheres fitness, todas trabalhadas na harmonização facial, no local.

A Pocah, minha amiga, me contou que ele é personal trainer, dono de uma academia muito badalada aqui do Rio.

Pessoas importantes malham lá. Mas voltando às ratas de academias, havia uma variedade delas.

Com uma seleção de panicats daquelas, nunca que ele olharia para mim.

Eu não estou dizendo que sou sem atrativos. Como o meu amigo João sempre diz, sou uma baixinha danada de bonita. Eu tenho meus atributos vai. Contudo, gosto de mim exatamente como eu sou.

Ai, espera, estou desviando o foco!

Voltando ao assunto, continuei na minha conversa com o João, que é o padrinho da Vitória, quando nossos olhares se cruzaram.

O Arthur estava falando com o Ronan. Logo em seguida, ele cochichou algo e o Ronan olhou para mim.

Não precisava ser expert para saber que falavam de mim.

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora