Capítulo 27 :

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Do meu campo de visão, conseguia ver os dois na pista. A música era eletrônica, ou seja, eles nem se encostavam. Mesmo assim, continuei não gostando e nem conseguia disfarçar.

O Ronan estava me contando sobre alguma coisa do trabalho dele, mas eu sequer prestava atenção. Só conseguia observar a minha pitica com outro cara.

Como se percebendo o meu desconforto, a megera da Pocah decidiu que aquela era uma boa hora para voltar a me alfinetar:

Pocah: Não fique preocupado, eles são apenas amigos. Grandes amigos...

Arthur: O quê? — Fingi que não tinha entendido.

Pocah: O João e a Carla... Eles são apenas bons amigos.

Arthur: Que? — Ela conseguiu minha atenção.

Pocah: Sim, melhores amigos, melhores. — A megera sorriu e saiu triunfante em direção à pista de dança.

Arthur: Eles já foram namorados? — perguntei ao Ronan.

Ronan: Quem ? – Ele franziu o cenho.

Arthur: João e a Carla. – Ele começou a ri, aquilo me deixou nervoso.

Ronan: Eles nunca namoraram por que o João é gay. – Eu cuspi a cerveja em cima do Ronan. – Caralho Arthur.

Arthur: Desculpa véi...

Ronan: Você estava com ciúmes do João ? – Ele perguntou zoando.

Arthur: Não, claro que não.

Ronan: Sei.. Vou fingir que acredito.

Parei de pilhar, e me concentrei na conversa com o Ronan, que me bombardeava com piadinhas ridículas sobre eu estar com ciúmes do João.

Mais tarde, João sumiu. Não o vimos mais. Só que, quando pensei que tinha deixado para lá, algo inacreditável aconteceu.

Carla queria ir ao banheiro e eu, como cavalheiro, a acompanhei. Fiquei do lado de fora, encostado na parede. Estava com meu celular na mão quando ela saiu.

Sorri e continuei trocando mensagens com a Dani minha irmã — aquela garota dormia tarde pra caramba. Quando voltei meu olhar na sua direção, um cara estava segurando o braço dela com uma mão e alisando o cabelo dela com a outra.

Carla tentou empurrá-lo, mas ele insistia. Uma raiva fulminante e desconhecida tomou conta de mim. Fui até eles. Falei para que a deixasse em paz, que ela estava acompanhada, mas o babaca só ignorou.

Xxx: Você devia tomar conta melhor dessa sua gostosa. — O idiota simplesmente passou a mão nela.

Fiquei cego de raiva. Empurrei o cara, e ele me empurrou de volta. Partimos um para cima do outro com socos e pontapés. Ele me acertou no olho, mas consegui chutar suas bolas. Caímos no chão e rolamos igual a dois moleques de rua.

Eu não parei, mesmo com os gritos apavorados da Carla. Só parei quando o segurança da boate apareceu e nos expulsou.

Foi ali que assinei minha sentença...

A volta para casa foi estranha e silenciosa. Minha cabeça estava a mil, na tentativa de entender o que tinha acontecido comigo.

Literalmente havia me atracado com um cara na boate por causa de uma garota. Para piorar, ela ainda era famosa, certeza que amanha vai esta em tudo que é site de fofoca.

Claro que ele estava assediando-a, mas, mesmo assim, aquele não era eu. Nunca ficava com ciúmes de ex e muito menos saía na porrada por causa de mulher. O que estava acontecendo comigo?

Quando chegamos à casa dela, despi-me e fui direto para a cama. Minha pitica sentou ao meu lado na cama e me empurrou suavemente para que me deitasse, então pegou um saco com gelo e colocou sobre o ferimento.

Arthur: Eu não sou violento... — Tentei explicar

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora