Arthur: Tio, não tenho nada com a Carla — esclareci, um tanto sem jeito. — Ela é... É...Davi: Só mais uma? — ele me interrompeu. Meu tio me conhecia bem. Sabia como eu levava a vida.
Arthur: Mais ou menos.
Davi: Filho, essa menina parece ser legal. Se não quer nada sério, seja homem e a deixe em paz. Porque está na cara que ela está muito interessada em você. Ela não e qualquer pessoa.
Sabia disso, era fato, mas, o que ele disse em seguida, foi uma apunhalada no meu coração.
Davi: Conheço um rostinho apaixonado quando vejo, e o dela, com certeza, é de uma garota apaixonada.
Arthur: Só estamos ficando há uma semana, nem deu tempo.
Davi: E pra se apaixonar tem data ou tempo definido, Arthur? — Não respondi, apenas abaixei a cabeça, me sentindo frustrado. — Pensa nisso, ela está vindo aí.
Depois que a deixei em casa — depois de ter entrado dessa vez e transado de novo com ela — as palavras do meu tio pairavam na minha mente.
Ela não podia estar apaixonada, podia?
Bom, se a garota tinha se apaixonado, modéstia à parte, até entendia, mas eu não estava apaixonado.
A Carla podia ficar louca por mim o tanto que quisesse, o perigoso seria se eu me apaixonasse, mas acreditei que estava seguro quanto a isso. E a crise de consciência que eu tive mais cedo sobre ser melhor me afastar? Foi direto para o ralo.
Naquela mesma noite, depois de muito pensar, cheguei a uma conclusão: continuaria levando a situação adiante e, se a coisa começasse a ficar séria, sairia fora. Simples assim. Plano de mestre.
Já estávamos na segunda semana de "relacionamento" — intitulava o que tínhamos assim só por não conseguir definir melhor nosso envolvimento até aquele momento — e foi a primeira noite que dormi na casa dela.
Se as garotas nunca dormiam na minha casa, eu muito menos dormia nas delas. Mas estava muito cansado, era tarde e...
Bom, o estoque de desculpas já se esgotou. Enfim, enquanto passeava pelos canais da TV, Carla estourava pipocas de micro-ondas.
Ela usava um shortinho de pijama com estampas de corações. Simplesmente perfeita.
O que me encantava na Carla era que não ficava tentando me seduzir ou parecer sexy.
Para mim, ela era sexy pra caralho apenas com aquele pijama de coração.
Claro que a pitica tinha lingeries sensuais que me deixavam doido, mas a garota de pijama, ali na cozinha, concentrada em ouvir os primeiros estouros das pipocas, era a que eu realmente queria.
Eu não disse isso!
Ela se aproximou e me entregou a bacia de pipoca, enquanto colocava os copos com coca na mesinha de centro.
Carla: O que vamos assistir? — Perguntou, quando se sentou ao meu lado.
Arthur: Não sei. Desisti da TV a cabo. Vamos assistir Netflix? — Balançou a cabeça, concordando, enquanto enchia a boca de pipoca. Tão fofa! — Vamos assistir serie?
Carla: Adoro! — gritou, tomando o controle da minha mão.
Arthur: Eu escolho the walking dead.
Carla: Credo! Um monte de zumbi tentando se matar?
Arthur: Tá bom, mocinha, vamos procurar uma de menininha para você. — Ela riu da minha cara enquanto eu revirava os olhos.
Carla: Vamos assistir The Crown.
Arthur: Eu procuro! — Tomei o controle da mão dela. — Vamos ver Querido John.
Carla: Não, eu procuro! — Arrancou o controle da minha mão e saiu correndo. E eu, feito um bobão, saí correndo atrás dela. A danada ficava se esquivando atrás do balcão da cozinha, balançando o controle na mão.
Aquilo era tão infantil e tão divertido ao mesmo tempo...
![](https://img.wattpad.com/cover/265360090-288-k892318.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Crossfiteiro Irresistível.
RomanceSinopse: Carla Diaz, nunca pensou que conheceria o homem da sua vida na festa de aniversário de sua afilhada, muito menos que ele seria um cafajeste. Já Arthur Picoli, assim que colocou os olhos na madrinha da filha de seu melhor amigo, de cara, qui...