Capítulo 20 :

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Arthur: Tio, não tenho nada com a Carla — esclareci, um tanto sem jeito. — Ela é... É...

Davi: Só mais uma? — ele me interrompeu. Meu tio me conhecia bem. Sabia como eu levava a vida.

Arthur: Mais ou menos.

Davi: Filho, essa menina parece ser legal. Se não quer nada sério, seja homem e a deixe em paz. Porque está na cara que ela está muito interessada em você. Ela não e qualquer pessoa.

Sabia disso, era fato, mas, o que ele disse em seguida, foi uma apunhalada no meu coração.

Davi: Conheço um rostinho apaixonado quando vejo, e o dela, com certeza, é de uma garota apaixonada.

Arthur: Só estamos ficando há uma semana, nem deu tempo.

Davi: E pra se apaixonar tem data ou tempo definido, Arthur? — Não respondi, apenas abaixei a cabeça, me sentindo frustrado. — Pensa nisso, ela está vindo aí.

Depois que a deixei em casa — depois de ter entrado dessa vez e transado de novo com ela — as palavras do meu tio pairavam na minha mente.

Ela não podia estar apaixonada, podia?

Bom, se a garota tinha se apaixonado, modéstia à parte, até entendia, mas eu não estava apaixonado.

A Carla podia ficar louca por mim o tanto que quisesse, o perigoso seria se eu me apaixonasse, mas acreditei que estava seguro quanto a isso. E a crise de consciência que eu tive mais cedo sobre ser melhor me afastar? Foi direto para o ralo.

Naquela mesma noite, depois de muito pensar, cheguei a uma conclusão: continuaria levando a situação adiante e, se a coisa começasse a ficar séria, sairia fora. Simples assim. Plano de mestre.

Já estávamos na segunda semana de "relacionamento" — intitulava o que tínhamos assim só por não conseguir definir melhor nosso envolvimento até aquele momento — e foi a primeira noite que dormi na casa dela.

Se as garotas nunca dormiam na minha casa, eu muito menos dormia nas delas. Mas estava muito cansado, era tarde e...

Bom, o estoque de desculpas já se esgotou. Enfim, enquanto passeava pelos canais da TV, Carla estourava pipocas de micro-ondas.

Ela usava um shortinho de pijama com estampas de corações. Simplesmente perfeita.

O que me encantava na Carla era que não ficava tentando me seduzir ou parecer sexy.

Para mim, ela era sexy pra caralho apenas com aquele pijama de coração.

Claro que a pitica tinha lingeries sensuais que me deixavam doido, mas a garota de pijama, ali na cozinha, concentrada em ouvir os primeiros estouros das pipocas, era a que eu realmente queria.

Eu não disse isso!

Ela se aproximou e me entregou a bacia de pipoca, enquanto colocava os copos com coca na mesinha de centro.

Carla: O que vamos assistir?  — Perguntou, quando se sentou ao meu lado.

Arthur: Não sei. Desisti da TV a cabo. Vamos assistir Netflix? — Balançou a cabeça, concordando, enquanto enchia a boca de pipoca. Tão fofa! — Vamos assistir serie?

Carla: Adoro! — gritou, tomando o controle da minha mão.

Arthur: Eu escolho the walking dead.

Carla: Credo! Um monte de zumbi tentando se matar?

Arthur: Tá bom, mocinha, vamos procurar uma de menininha para você. — Ela riu da minha cara enquanto eu revirava os olhos.

Carla: Vamos assistir The Crown.

Arthur: Eu procuro! — Tomei o controle da mão dela. — Vamos ver Querido John.

Carla: Não, eu procuro! — Arrancou o controle da minha mão e saiu correndo. E eu, feito um bobão, saí correndo atrás dela. A danada ficava se esquivando atrás do balcão da cozinha, balançando o controle na mão.

Aquilo era tão infantil e tão divertido ao mesmo tempo...

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora