O Crossfiteiro Irresistível.

Capítulo 71 :

Arthur: Olha no que me transformei, Ronan! Em um maricas chorão. Maldita hora em que aquela mulher entrou na minha vida. Eu estava muito bem antes dela aparecer. Por que ela foi aparecer? A culpa é sua! Por que você me chamou pra aquele aniversário?

Ele caiu na risada. Se eu não estivesse tão bêbado, teria partido a cara dele.

Ronan: Se não fosse tão seu amigo, filmaria sua dor de corno e colocaria na internet. Essa é uma cena épica...

Arthur: Caralho, Ronan! Que tipo de amigo é esse que fica rindo da desgraça do outro?

Ronan: O tipo de amigo que deu vários conselhos antes de você fazer merda. Não escutou porque não quis! Agora, pare de ficar se lamentando feito um moleque chorão e vai correr atrás do prejuízo. Que droga, Arthur! Pela primeira vez em anos, vejo que ainda tem um coração. Agarra essa chance, cara! Pare de dizer asneiras. Isso aqui é vida real, não um conto de fadas.

Arthur: Estou fodido, você sabe. Não tenho conserto e ela acabou de foder com o resto.

Ronan: Então o que foi fazer atrás dela na boate, seu idiota? Se você não tem conserto, pare de ir atrás dela!

Arthur: É só você parar de me mandar mensagens, vídeos e fotos dela com outro cara!

Ronan: Vá se foder, Arthur! — O babaca ainda me empurrou. — Quando quiser ajuda pra resolver toda essa merda, me procura! Até que isso aconteça, fica longe da Carlinha, ou eu serei o primeiro a te cobrir de porrada! — Ele saiu, pisando duro e me deixou largado a minha própria vergonha, sentado no chão do banheiro.

Depois que ele saiu, fiquei remoendo os últimos acontecimentos, até ficar com raiva, muita raiva.

Raiva da 1,53, de mim, da Larissa e até do box do banheiro.

Em um momento de fúria, desferi um soco no vidro, espatifando-o em milhões de pedacinhos quadradinhos.

Olha que, para quebrar um vidro temperado, não é lá tão fácil assim.

Para completar a minha desgraça, ganhei um corte feio na mão.

Resultado? Fui parar, ainda meio bêbado, na emergência do hospital.

De lá mesmo, fui direto para a casa da minha tia procurar Dona Beatriz que ainda estava no Rio de Janeiro. Meu estado era deplorável e acabei assustando-a aparecendo daquele jeito.

Mas eu precisava de alguém que só me ouvisse, que não me julgasse, me dizendo o que eu deveria ou não fazer. Minha mãe era a pessoa certa.

Contei-lhe tudo o que tinha acontecido. Desde o primeiro encontro, as minhas escapadas, até a merda que aprontei para afastá-la.

Para concluir, contei sobre a cena que fiz na boate e na casa dela.

Beatriz: O que fez não foi bonito, Arthur. — Fez um carinho gostoso na minha cabeça, repousada em seu colo. — Mas se ela realmente te ama, tem conserto, sim. Você só precisa mostrar que está arrependido e que a ama de verdade.

Pela primeira vez, pensei sobre aquilo. Carlinha nunca disse que me amava. Ela comentou algo sobre acreditar que a gente pudesse estar apaixonado e que eu pudesse amá-la, mas em nenhum momento assumiu que me amava. Nunca ouvi tais palavras saírem da boca dela.

Será que ela não me amava e eu estava criando toda aquela confusão baseada apenas no amor que descobri sentir por ela?

Teria sido por não me amar que ela fora se entregar para o primo? Eu estava bancando o otário correndo atrás dela?

Arthur: Mãe, será que ela não me ama? Por isso foi abrir as pernas pro babaca do primo?

Beatriz: Me poupe desses detalhes, Thur! — ela me reprimiu, mas ignorei, confuso com as suposições que estava criando.

Arthur: Ela nunca disse que me amava. Será que é isso? — Levantei-me e a encarei.

Beatriz: Eu acredito que ela te ame sim, mas só você pode descobrir se é verdade ou não.

Arthur: Se a Carlinha realmente me ama, esqueço que ela transou com o Microbiano. — Minha mãe fechou a cara e antes que começasse a me dar sermão sobre eu ter feito a mesma coisa estando com ela, continuei: — Faço o que for preciso para que ela volte pra mim.

Comentem bastante!