Capítulo 76 :

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Ela ficou me encarando sem reação, por tanto tempo, que achei que havia conseguido penetrar na armadura antiArthur, Frozen que havia vestido contra mim, mero engano.

Carla: Uau... Então é isso? — Pigarreou. — Você diz que me ama e fica tudo bem? Eu esqueço que me traiu, me humilhou, esfregou uma mulher seminua na minha cara e tudo bem, viveremos felizes para sempre?

Arthur: Por favor, não seja sarcástica. Não é isso. Eu só quero que saiba que estou apaixonado por você. Estou louco de saudade e sofrendo com a sua ausência... —  Ela engoliu em seco, percebi pela sua expressão que minhas palavras a tinham afetado. De indiferente, pareceu... nervosa?

De novo, mero engano.

Carla: Só por curiosidade, você descobriu que me ama antes ou depois de me humilhar, de jogar na minha cara que esteve com outras mulheres enquanto estava comigo?

Arthur: Descobri quando a deixei. Por isso, me afastei. Tive medo, medo de quebrar meu coração novamente...

Carla: Aí com medo de quebrar o seu, você resolveu quebrar o meu?

Arthur: Isso... — Abaixei a cabeça, envergonhado. Mas era a verdade. Se eu queria o seu perdão, precisava ser sincero. — Quando te conheci, eu só pensava em manter meu coração seguro.

Carla: É um jeito muito estranho de demonstrar que ama alguém — falou mais para si mesma.

Arthur: Eu sinto muito, Carlinha.

Carla: Não sente. Mesmo depois de descobrir que me amava, você só me magoou e me fez sofrer, me fez de idiota e me afastou de você. Isso é muito doente, Arthur. Você é um filho da puta doente.

A calma com que disse as palavras, a falta de emoção em cada sílaba fez com que a esperança que eu tinha de que nos acertássemos fugisse para as colinas.

Arthur: Sei que não tem desculpa — insisti. — Mas você não sabe pelo que já passei para ser o idiota que sou hoje.

Carla: Exatamente, não tem desculpa e sequer me interessa. O que quer que tenha acontecido a você, não lhe dava o direito de passar como trator em cima dos meus sentimentos. Pelo amor de Deus! Eu vi uma mulher seminua passeando pelo seu apartamento. Mesmo assim, ainda fui atrás de você. E o que fez? Me humilhou ainda mais!

Arthur: Carla, sei que não mereço o seu perdão, mas estou arrependido pra cacete. Tem que acreditar em mim! — Tentei abraçá-la, mas fui empurrado.

Carla: Não! — Afastou-se, limpando as lágrimas.

Arthur: Você me ama? — Embora ela se recusasse a me aceitar de volta, eu precisava saber a resposta, ou enlouqueceria.

Carla: O quê?

Carla: Quero saber se me ama. — Diz que sim, por favor... Eu repetia em pensamento.

Carla: Sai da frente do meu carro, Arthur! — Não saí. Ela teria de me responder primeiro.

Arthur: Responde à pergunta.

Carla: Não tenho que responder nada! — esbravejou, desconcertada. — Tenho coisas mais importantes acontecendo na minha vida agora, e isso envolve...

Arthur: Só a deixo partir se me responder, por favor, estou implorando — interrompi-a.

Carla: Estou grávida.

Uau... Não era a resposta que eu estava esperando.

Grávida?

Do babaca? Soube que o primo dela havia voltado para o Espirito Santo. Será que o desgraçado tinha a engravidado e metido o pé? Filho da puta!

Engoli em seco sem saber o que dizer. A mulher da minha vida estava grávida de outro cara, e ele nem estava mais com ela.

O que eu poderia fazer numa situação dessa? Pasmem...

Arthur: Eu assumo. — Assumiria o filho de outro cara, sem qualquer hesitação.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora