O Crossfiteiro Irresistível.

Capítulo 88 :

Algumas luzes se acenderam no prédio e duas vizinhas da Carla saíram na sacada e se penduraram no parapeito para me ouvirem cantar.

Algumas com o celular filmando. Puta que pariu, se isso caísse na internet. Aquela altura do campeonato eu tinha ligado o foda-se.

Ouvi alguém ao longe me mandar calar a boca também, mas ignorei.

Quando a música acabou, pensei que minha reação seria correr de vergonha, mas me senti bem e leve. Carlinha, no entanto, não esboçou qualquer reação.

Arthur: Carla, eu te amo! Volta para mim! — gritei alto. Já que era para pagar mico, que fosse direito.

Mais luzes se acenderam, outras pessoas saíram na sacada, mas ela continuou muda.

Xxx: Volta, Carla! Se você não quiser, a gente quer! — Uma das vizinhas dela gritou. Achei graça, mas foi só até vê-la virar as costas e entrar correndo no apartamento.

Arthur: Carla! — Fiquei desesperado. — Droga! Não deu certo, Pocah. Essa sua ideia de jerico não deu certo!

A Pocah encarou a sacada com uma expressão confusa. Nem ela esperava tal reação.

Arthur: O que eu faço? — Comecei a andar de um lado para o outro, desesperado. — Vou invadir o apartamento dela. Ela tem que pelo menos  me ouvir, Pocah! Nem que eu tenha que rastejar. Se ela não me perdoar, minha vida está acabada — dramatizei, convicto em minhas palavras.

Pocah: Calma, Arthur. Dá um tempo pra ela.

Ronan: Isso, cara! De nada vai adiantar pressioná-la — Ele disse.

Arthur: Caralho, Ronan! O que vou fazer da minha vida se ela não me aceitar de volta?

Pocah: Acho que ficará bem. — Ela apontou com a cabeça para a portaria do prédio. — Venha, Amor, vamos embora.

Ronan: Boa sorte, meu amigo. — Os dois se afastaram e eu acelerei o passo na direção da Carla. O coração quase saindo pela boca...

Arthur: Carla... — Nem sabia como começar. A mulher da minha vida estava parada diante de mim, com aqueles olhinhos estreito e aquela pinta no queixo que eu tanto amava.

Tive vontade de pular a parte da conversa e partir logo pra cima dela e atacá-la com beijos e abraços, enchê-la de carinho, mas eu precisava expressar tudo o que estava sentindo.

E, principalmente, fazê-la entender que era verdadeiro e forte o amor que eu sentia por ela.

Segurei suas mãos, entrelaçando nossos dedos, e a encarei profundamente. Ela encarou nossas mãos unidas, visivelmente abalada, e rezei para que fosse de um jeito bom.

Arthur: Não vou pedir perdão, porque sei que não tem perdão para o que te fiz. Mas vou pedir que me dê uma chance de mostrar que sou o cara certo pra você. Você é a mulher da minha vida, Carla, e eu quero muito fazer parte da sua. — Respirei fundo, encarando as lágrimas que desciam desinibidas pelo seu rosto. — Fui o homem mais feliz do mundo no pouco tempo em que esteve na minha vida. Por isso serei egoísta e te pedirei que me dê mais dessa felicidade. A quero comigo, e não estou falando de deixar as coisas rolarem pra ver o que acontece, estou falando de futuro.

Ela me encarava.

Arthur: Eu te amo, Carla. Sei que te amei desde o momento em que coloquei meus olhos em você na festa de aniversário da Vitoria. No fundo, eu sabia que, a partir daquele momento que te dei carona, seria um caminho sem volta. Você me libertou, me fez amar novamente e eu quero demais viver esse amor contigo. Faço qualquer coisa, estou implorando. Fica comigo pra sempre...

Carla: Respira fundo. — Sorriu divertida. Fiz o que ela disse, mas logo voltei a falar.

Arthur: Preciso colocar pra fora tudo que está aqui dentro. — Bati no peito.

Mas ela não me deixou concluir a última frase, me calando com seus lábios.

Nunca conseguiria definir em palavras a emoção que senti ao tê-la de novo em meus braços, o seu lugar, a sua morada.

Foi um beijo repleto de sentimento, parecia que eles transbordavam naquele gesto.

Era quase palpável o amor que sentíamos. Agradeci a Deus em silêncio, prometendo a Ele e a mim mesmo fazer por merecer, dia após dia, aquele amor tão intenso. Nada nem ninguém nos tiraria isso.

Xxx: Uhulll! — as duas garotas gritaram, batendo palmas, antes de entrarem no apartamento. Sorrimos da situação.