Capítulo 91 :

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ARTHUR

Depois que finalmente a Carla e eu nos acertamos, não demorou muito para que juntássemos as nossas escovas de dentes.

Um mês depois, eu já estava enfiado no apartamento dela, de mala e cuia.

Por mim, teríamos saído do seu apartamento, na manhã seguinte à nossa reconciliação, direto para o cartório mais próximo. Mas, como casar no papel não é assim tão simples, me enfiei na casa dela mesmo.

Fui ficando, ficando e, quando ela deu por si, já tinha roupas minhas no armário dela, cuecas na gaveta e a minha escova de dentes do ladinho da dela.

Aquele vídeo da serenata caiu nas paginas de fofocas. Atraves das redes sócias assumimos nosso relacionamento.

Eu não conseguia me desgrudar dela, porque a saudade não tinha fim. Eu queria recuperar todo aquele tempo perdido longe dela.

No terceiro mês de relacionamento, enfiei uma aliança em seu dedo, sem hesitar. E anunciamos a media que estávamos grávidos.

Nada de ficar enrolando com a caixinha da aliança no bolso dessa vez, pois eu nunca tive tanta certeza de querer algo na vida como queria casar com ela.

Fiz o pedido no Forte de São Mateus, em Cabo Frio.

Fomos passar o feriado na casa de praia que eu havia comprado.

Quando estávamos visitando pela segunda vez o monumento, ajoelhei-me ali mesmo, sem me importar com a presença de outros turistas, e a pedi para ser minha esposa.

Fizemos a celebração quando nossa filhinha Maria Clara, completou dois meses, ao lado dos nossos pais e amigos íntimos.

Poder presenciar a mulher da minha vida tornar-se mãe, participar e vivenciar a experiência ao lado dela não tinha preço.

Vê-la cuidar tão bem da nossa pequena me dava um puta orgulho. Carla não foi como uma mãe de primeira viagem cheia de medo, ela vestiu mesmo a camisa, enquanto eu gritava desesperado, quando a pequena engasgava com o leite, já querendo ligar para os bombeiros, ela apenas ria da minha cara e dominava a situação.

Eu quase surtei quando descobri que seria uma menina, mas prometi a mim mesmo que a protegeria de qualquer menino que se aproximasse dela.

Os primeiros meses de Maria Clara foram bastante agitados. Quase não dormíamos a noite, mas valeu a pena cada momento.

A danadinha era a coisinha mais linda desse mundo, olhinhos claros e os cabelos loirinhos.

A cada descoberta dela, a cada sorriso, nós nos desmanchávamos juntos.

Quando Carlinha voltou a trabalhar, acreditem, como o desocupado que era, eu que cuidava da nossa princesa.

Apenas ia nas academias para assinar documentos, enquanto ela dormia trabalha no escritório de casa. Competições de crossfite nunca mais.

Minha mãe me ajudava, Claro que Dona Beatriz se mudou para o Rio de Janeiro. Mas sempre que podia íamos para Conduru.

Chorei igual a muleque a primeira vez que levei a Maria Clara para conhecer a cidade que o papai dela tinha crescido. Sai exibindo ela em cada rua daquela pequena cidade que eu tanto amava.

È  claro, que Dona Beatriz  e minhas irmãs corujavam muito a nossa princesa.

A família toda ficou radiante quando contei que seria pai e que Carlinha e eu havíamos nos acertado. A minha mãe tratava a nora melhor do que a mim, seu próprio filho, mas nunca reclamei.

A mãe dela também caiu de amores pelo agora, bom moço, Arthur Picoli, ao contrário do pai, que precisei conquistar.

Mas logo nos tornamos grandes amigos, daqueles que saem para bater uma bolinha sempre que vinha ao Brasil. Meu pai, claro, sempre nos acompanhava.

Enfim, nunca esquecerei tudo o que aquela mulher fez por mim, a felicidade que ela tornou possível novamente, a família maravilhosa que me deu, minha filha.

Passaria o resto dos meus dias fazendo todos os caprichos dela e isso incluía todos os mesversários que fizemos e a bendita festa de um ano da nossa boneca.

Por mim, teria esperado que ela crescesse mais um pouco, para aproveitar e se lembrar, mas se ela queria uma megafesta para comemorar um aninho dela, ela teria.

Nunca tinha visto tantas crianças juntas na minha vida.

Era criança na piscina, correndo nos gramados, nos brinquedos, para todo lado. Desconfiava que muitos ali a gente nem conhecia.

Até minha princsa se divertia em um pula-pula, sendo segurado pela tia Dani babona.

Avistei o Bil  com a minha mulher, rindo de alguma coisa. Embora soubesse que ele não me oferecia perigo, morria de ciúmes, mas respeitava a amizade deles e ficava na minha. Bil tinha voltado com ex noiva, Juliette, casaram e tivera um filho.

Carla sorriu para mim e caminhou na minha direção. Quando me olhava daquele jeito, minhas inseguranças e todo o ciúme besta caíam por terra.

Carla: Fizemos um bom trabalho, não? — Apontou para a direção da nossa filha, enquanto se enroscava no meu abraço.

Arthur: Quero fazer pelo menos mais um trabalho bem feito desse contigo, Dona Carla. — Ela gargalhou. — É sério, quero outro.

Carla: Eu também, amor, mas vamos esperar um pouco. A Maria Clara acabou de completar um ano. — Virou-se de frente para mim e me beijou na boca, pelo menos tentou, que era pitica, tive que abaixar um pouco.

Arthur: Tudo bem, mas em breve falaremos de novo sobre isso. Quero um mulequinho  loirinho pra chamar de meu filho também.

Carla: E se vier outra menina?

Arthur: A gente tenta de novo.

Carla: Tá bom, seu Arthur. Agora vamos que está na hora de entreter a criançada.

Peguei nossa princesa e nos sentamos na grama, de frente para o palco improvisado.

Carla sentou-se ao meu lado, Pocah e Ronan, com a Vitoria no colo, sentaram-se ao lado dela.

A moça responsável pela apresentação pediu um voluntário para ajudá-la com os fantoches, claro que, numa pequena vingança pessoal, intimei o João.

Até que foi divertido a apresentação com fantoches.

Eu, que nunca tinha me ligado para qualquer entretenimento do tipo, peguei-me sorrindo várias vezes e até me emocionei com a história. Fazer o quê? É a paternidade.

Um tempo depois, finalmente chegara a hora de cantar os parabéns.

E lá estava eu, todo felizão e babão ao lado daqueles dois.

Contrariando a famosa frase de Clarisse Lispector, que diz: "Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome", eu, Arthur Louzada Picoli, sequer pensava em liberdade. O que queria mesmo, tinha nome sim: família.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora