Capítulo 73 :

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Eu saboreava uma porção generosa de yakissoba, aproveitando para navegar nas redes sociais, quando meu estômago começou a revirar.

Foi praticamente uma cena de filme de terror. Mal deu tempo de sair correndo para o banheiro e eu já estava colocando todo o macarrão para fora.

Começou com um leve enjoo e, de repente, lá estava eu vomitando no chão do banheiro. Sequer deu tempo de chegar ao vaso.

Uma das mulheres que estavam dentro do banheiro saiu berrando puta da vida, porque tinha sujado os sapatos, mas que culpa eu tinha?

Já a outra que estava com ela, ao contrário, foi bastante solidária e me ajudou, ficando comigo até eu me recuperar. Agradeci e me despedi depois de ter tirado uma foto com ela, para ela mandar para a filha dela.

Vergonha era meu primeiro nome enquanto aguardava minha vez de acertar a conta no caixa.

Os funcionários ainda ficaram me perguntando se eu estava bem, queriam até me levar para o hospital. Foi o mico do ano.

E a Pocah achando que meu mico master tinha sido tentar fazer aquela serenata para o meu ex... Graças a Deus, ela não estava comigo.

De volta à casa dos amigos, o motivo de ter passado mal daquele jeito e do nada não me saía da cabeça. Descartei a possibilidade de ser a hipoglicemia. Esse mal estar estava dirente.

Aliás, o motivo de desconhecer o motivo de ter passado mal é que não saía da minha cabeça. Até que uma luz imaginária se acendeu acima da minha cabeça.

Será que eu estava grávida? Não era possível, tinha feito os testes de farmácia e até um de sangue.

Ops! Só então que me lembrei que nem tinha me preocupado em pegar o resultado do exame.

Mas os testes de farmácia tinham dado negativo, forcei-me a lembrar.

Como pude ser tão desatenta? A falta da menstruação é o primeiro sintoma de gravidez. Se eu tivesse buscado o bendito exame, não estaria tão apavorada.

Mas, em minha defesa, estive ocupada com o Bil e depois ocupada demais em tentar odiar o Arthur — em vão — para pensar naquele papel na minha bolsa.

Na minha bolsa! Acendi a luz do abajur e corri até ela.

Claro que nem era a mesma que usava no dia, mas para minha sorte, tinha guardado o papel de pegar o resultado na minha carteira.

Carla: Achei! Peguei-o e fui até a mesinha do computador que ficava na sala. Liguei e esperei — o danado era mais lento do que uma tartaruga. Assim que a foto do minha afilhada linda surgiu na tela, digitei o nome do laboratório e acessei o site.

Depois de colocar o usuário e a senha, lá estava o exame.

Engoli seco, criando coragem para abrir. Encarei a tela, por pelo menos uns dez minutos, antes de respirar fundo e apertar a tecla enter.

O resultado era um número gigante, que só fui entender quando li mais abaixo os valores de referência.

Engoli seco, atônita.

Eu estava grávida do Arthur. Do cafajeste do crossfiteiro galinha dos tempos da faculdade do Ronan.

Os próximos dez minutos foram de total embasbaquismo. Essa palavra existe?

Era para eu ter me descabelado inteira e chorado até o raiar do dia. Mas, quando a ficha finalmente caiu, ao contrário disso tudo, apenas... sorri.

Fiquei feliz. Não porque ele era o pai, mas porque eu seria mãe.

Deslizei as mãos suavemente pela minha barriga, já me sentindo a mãe do ano.

Carla: A mamãe está aqui com você, meu bebê, vai ficar tudo bem.

No dia seguinte, acordei com um sorriso pregado na cara.

Claro, antes de começar a enjoar e colocar o que não havia comido para fora.

Passados os enjoos matinais — eu tinha aproveitado que o notebook ainda estava ligado e fiquei navegando nos sites de gravidez, me atualizando sobre tudo referente ao tema —, me aprontei para voltar ao Rio.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora