Assim que cheguei, me encarou com aquele jeito de mãe, que sabe das coisas. Aquele jeito que sabe que o filho não está bem. A princípio, ela evitou a conversa.Só que, na hora em que estávamos os quatro na mesa, o assunto Carla — meu mais novo tabu — veio à mesa.
Beatriz: Filho... O aniversário do seu pai está chegando. Vamos fazer uma recepção íntima, somente alguns clientes e alguns amigos. Traga a Carla também. Para ela conhecer Conduru.
Arthur: Mãe, acho que não vai rolar. — Engoli seco com o olhar mortal que ela me deu.
Beatriz: Por quê? Vocês terminaram?
Arthur: Nunca estivemos juntos.
Beatriz: Escritório, agora! — Levantou-se, irritada. Olhei para o meu pai, que apenas deu de ombros, e não tive outra opção senão segui-la. Fechei a porta atrás de mim e me encostei nela.
Beatriz: Você a dispensou?
Arthur: Mãe, eu já disse...
Beatriz: Foi ela quem saiu fora?
Arthur: Não. — Caminhei até o sofá e desabei nele. Minha mãe suavizou a expressão e sentou-se ao meu lado.
Beatriz: Essa garota é a primeira depois da Larissa que conseguiu penetrar aqui. — Tocou meu peito.
Arthur: Está exagerando — respondi, de cabeça baixa.
Beatriz: Eu te conheço. Está na sua cara que gosta dela. Olha pra você, tentando parecer indiferente, mas sei que aqui dentro está uma bagunça. Por que não se dá uma chance?
Arthur: Não posso! — Levantei-me bruscamente. — Mãe, a Carla tem o dom de me quebrar. Se ela fizer isso, não me levanto mais.
Beatriz: Não a conheço direito, mas ela parece gostar de você de verdade. Mesmo sabendo como você é, preferiu arriscar porque te ama, porque acreditou poder te fazer amá-la de volta.
Arthur: Como sabe essas coisas? – Olhei para ela, embasbacado.
Beatriz: Encontrei com o Ronan por acaso. Ele me contou tudo, inclusive as cafajestagens que fez com ela. — Ronan, claro. Aquele idiota estava disposto a atrapalhar minha vida.
Arthur: Só porque a vida dele é uma merda, o idiota acha que pode fazer o mesmo com a minha. — Bufei, cego de raiva.
Beatriz: Eu acho que a vida dele é muito boa. Ele tem uma esposa que o ama e uma filhinha que é uma fofura. A sua também pode ser...
Arthur: Esse almoço não era para falar da festa, né? A intenção era questionar meu modo de vida?
Beatriz: Eu só queria que se abrisse comigo.
Arthur: Eu a amo — confessei. — Mas e daí?
Beatriz: Admitir isso em voz alta já é um grande passo...
Arthur: Não é — interrompi. — Porque isso não muda nada. Não a procurarei, independentemente de amá-la.
Beatriz: Por quê?
Arthur: Porque não sou bom o suficiente pra ela! — gritei, e lá estavam as lágrimas novamente. — Estou quebrado, mãe. Carla merece alguém melhor do que eu.
Beatriz: Está errado! Criei vocês para o mundo, mas me recuso a deixar que o mundo os corrompa! A essência de vocês deve permanecer e sei que a sua está aí, perdida em algum lugar. — Apontou para mim. — Sei que é um homem bom e que tem a capacidade de fazer qualquer mulher feliz, inclusive a Carla. Então seja o homem que te eduquei pra ser e corra atrás do prejuízo!
Arthur: A Carlinha não quer saber de mim. Eu a magoei, a humilhei, nem tenho cara para procurá-la.
Beatriz: Se ela o ama de verdade, vai perdoá-lo. Basta que você seja sincero.
Sorri fraco. Duvidava muito, mas apenas concordei com a cabeça para encerrar o assunto.
Saí de lá, de cabeça quente, e com muita raiva de mim, no entanto, direcionei um pouco dela para o Ronan.
Quem ele pensava que era para se intrometer daquele jeito na minha vida? Envolver a minha mãe? O babaca veria só.
Dirigi até o estúdio, cego de raiva, ele ouviria algumas verdades. Sabia que a Pocah estava lá, já que era a dona, mas eu estava muito puto para deixar para depois. Entrei no estabelecimento e fui pulando a catraca, sem ao menos falar com a recepcionista.
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O Crossfiteiro Irresistível.
RomanceSinopse: Carla Diaz, nunca pensou que conheceria o homem da sua vida na festa de aniversário de sua afilhada, muito menos que ele seria um cafajeste. Já Arthur Picoli, assim que colocou os olhos na madrinha da filha de seu melhor amigo, de cara, qui...