Quando voltei para a praia, me sentia pior do que antes. Pela primeira vez desde que iniciei a vida na cafajestagem, me senti culpado pela atitude, mesmo que eu nem tenha chegado às vias de fato.E o pior de tudo é que senti o que jamais poderia ter sentido, sendo o cafajeste que era: a porra do arrependimento.
Carla me mandou uma mensagem minutos depois que parei no quiosque, avisando que também estava na praia e me deu as coordenadas para encontrá-la.
Avistei-a de longe, sentada debaixo de um guarda-sol. Linda...
A culpa me atingia como um tapa na cara a cada passo que eu dava e, como se não bastasse estar arrependido pelo que quase fiz, me senti sujo até a alma, como pau de galinheiro.
Fui presenteado com o sorriso mais lindo do mundo.
Foi aí que esqueci de todo o resto e aproveitei o restinho do tempo que nos restava. Depois da minha atitude ao concordar em ver a Anna, a segunda opção era a única que me cabia, além do fato de ter ficado claro que eu não tinha mais o controle de mim mesmo.
Carla Diaz
Como eu já esperava que fosse acontecer, depois da viagem incrível a Cabo Frio, Arthur tomou chá de sumiço, como já vinha fazendo nas últimas vezes em que ficávamos juntos.
Vez ou outra eu pensava que seu o sumiço era para me dar um toque, do tipo: "Olha, não se iluda comigo".
"Não espere nada sério de mim".
"Eu não namoro".
Sabia que ele não prestava quando me envolvi, e que nunca levava alguém a sério.
Então, como a adulta que eu deveria ser e sabendo onde tinha amarrado o meu bode, eu fingia uma maturidade que estava longe de ter e encarava numa boa.
Afinal, são 28 anos, sou atriz, sei camuflar meus sentimentos. Entretanto, por dentro, meu coração implorava por ele.
Em contrapartida, às vezes sentia que o sentimento era recíproco.
Só que, quando isso ficava nítido demais, o Arthur sempre se esquivava, e isso ultimamente estava sendo frequente. Essa confusão toda em torno dos sentimentos que o cafajeste pudesse ter ou não por mim me deixava maluca.
Eu tinha absoluta certeza da minha paixonite, mas ele... Era impossível saber o que se passava naquela cabecinha loira e linda.
No entanto, gostava de imaginar que havia uma luta constante dentro dela, para decidir se ia embora ou se ficava de vez.
A minha vida ultimamente estava resumida a letras de música sertaneja.
Parecia que todas haviam sido feitas para mim e, foi ouvindo um vasto repertório de sofrência, que adicionei mais uma a minha coleção.
"Ainda não decidiu se você vai ou fica.
Mesmo assim, te incluí de vez da minha vida.
De uma coisa, eu sei
O que me faz falta é o seu amor."
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Cantei a pleno pulmões caminhando pela orla do Recreio, enquanto aguardava meu amigo, João.
Quando ele chegou ao calçadão, meu objetivo estava longe de ser me exercitar, e sim pedir conselhos, já que com a Pocah eu nem ousava mencionar o que estava acontecendo.
João: Esse cara não quer nada contigo, Carlinha — Ele sentenciou, depois que desabafei. — Pelo menos, nada sério.
Sabia que poderia ser verdade, mas já estava perdendo minhas esperanças sozinha, não precisava de ninguém me dizendo o óbvio.
Carla: É... — concordei, sem emoção.
João: Ele é um otário. Como alguém pode não querer ficar contigo?
Carla: Ai João.
João: — O fato é que, por mais que doa, a melhor coisa a se fazer, Carlinha, é tirar seu time de campo e sair com dignidade, antes que não lhe sobre nem isso.
Carla: Eu não posso tirar meu time de campo se ele nem entrou, João — eu disse o óbvio.
João: Ótimo, melhor ainda... Só fica na sua, então. — Concordei, pois ele estava certo. Ficar esperando o Arthur me procurar era angustiante demais.
Passávamos perto de um pessoal jogando vôlei na areia, quando o avistamos.
Arthur fazia dupla com uma morena sarada, enquanto a outra dupla era composta por homens.
Eu quis morrer. Ele nem estava fazendo nada demais, sequer estava próximo da garota, mesmo assim, meu alarme soou, afinal, era o Arthur. Quando tentei puxar o João para sair à francesa, ele nos avistou e acenou.
João: Agora não dá mais para correr. — Meu amigo acenou de volta.
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O Crossfiteiro Irresistível.
RomanceSinopse: Carla Diaz, nunca pensou que conheceria o homem da sua vida na festa de aniversário de sua afilhada, muito menos que ele seria um cafajeste. Já Arthur Picoli, assim que colocou os olhos na madrinha da filha de seu melhor amigo, de cara, qui...