Capítulo 6 :

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ARTHUR

Uma bela noite, saí sozinho com uns amigos depois da faculdade. Era aniversário do Ronan, meu melhor amigo, que não é mais tão melhor amigo assim, já que escolheu outro cara para batizar o seu filho. Enfim... O Guilherme e o Ronan não eram muito chegados, portanto, o fura-olho não estava nesse dia.

Depois de muitas biritas e de ouvir o Ronan bêbado declarando amor eterno por uma periguete que conheceu no bar, deixei-o no alojamento e segui de táxi para o apartamento que Larissa e eu dividíamos, porque, é claro, já estávamos morando juntos. Juntos e apaixonados! Que babaca iludido que eu era!

Sim, peguei os dois na cama. Eu vi a bunda branca do camarada chacoalhando em cima da minha mulher assim que abri a porta do meu quarto. Senti o chão sumir debaixo dos meus pés. Tive ânsia de vômito e precisei me segurar para não chorar. Que otário!

Quando os dois me viram, ele levantou e, como se não bastasse eu ter visto sua bunda branca, ainda fui obrigado a ver seu pinto pequeno. Fala sério! Ela tinha me traído com um cara do pinto pequeno!

Eles ainda tentaram se justificar. Agora, me respondam: como se justifica que você está comendo a mulher de alguém? Parti para cima dele, cego de raiva. Dei vários socos naquela cara de pau — acho até que quebrei o seu maxilar — e depois saí, sem ao menos olhar para ela.

Se eu olhasse, provavelmente acabaria virando o tipo de cara que sempre desprezei, o que bate em mulher. Joguei o par de alianças que tinha comprado na primeira lata de lixo que achei na rua, no entanto, arrependi-me e as peguei de volta. Eu podia ser corno, mas não era idiota. Aquele par de alianças tinha me custado uma nota.

Havia passado as últimas semanas criando coragem para dar aquele passo. O palhaço estava andando com as alianças no bolso há mais de uma semana. Tenho vontade de me socar quando me lembro do quão retardado eu parecia.

Estava mais do que convencido de que era aquilo que eu queria. Casar-me com ela, afinal, eu a amava. Sofri igual a um burro de carga, passei semanas sem sair do alojamento. Instalei-me no quarto do Ronan, porque nem para onde ir eu tinha.

Só bebendo e fumando, e eu nem fumava. Tinha dias que nem banho eu tomava. Acordava de manhã e enxaguava os dentes com cerveja, isso quando eu escovava. Faltei às aulas da faculdade, não recebia visitas. Até que, em um belo dia, despertei para a vida.

É claro, com a ajuda de algumas garotas que o Ronan tinha levado para o quarto. Eu soube depois de um tempo que a minha ex e o tal paraguaio chegaram a morar juntos, mas não durou, pois ele a traiu e ela o deixou.

Bem feito! Estaria mentindo se dissesse que não gostei. A bandida teve o que mereceu. Depois que o paraguaio falsificado a abandonou, a maldita me ligou algumas vezes, até apareceu na porta da casa dos meus pais em Conduru. Só que eu já estava morando nos Estados Unidos, graças a Deus! Antes de ir tentar a vida em outro país, no entanto, fiquei um bom tempo na farra com a mulherada, eu e o Ronan. Tocamos o terror naquela faculdade.

Ainda não consigo acreditar que o Ronan se casou. Era uma mulher por noite e todas as noites. Teve uma vez que foram duas. Calma, o Ronan com uma, e eu com outra. Não, também teve aquela vez das gêmeas, mas isso é outra história.

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora