Capítulo 74 :

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No caminho, liguei para a minha amiga e combinamos de nos encontrar na minha casa.

Pocah: O que houve mulher? Fiquei preocupada. O que tem pra dizer que não podia esperar? — Abraçou-me apertado. Às vezes ela parecia a minha mãe.

Carla: Estou grávida.

Pocah: O quê? — Encarou-me, boquiaberta. — Mas como?

Carla: Poquita, já se esqueceu como é que as mulheres engravidam? — Ri, achando graça da cara dela.

A coitada abriu a boca, mas não disse nada. Sentou-se ao meu lado com os olhos esbugalhados.

Pocah: Ai, meu Deus! É do Arthur ou do Bil? Tomara que seja do seu primo.

Carla: Ei, como assim? Não tive nada com meu primo! — Fingi ficar ofendida.

Pocah: Aff, então é do cafajeste. Por acaso vocês...

Carla: Claro que não! Foi daquela vez.

Pocah: Certo, hã... Os testes deram negativos. Como pode estar grávida?

Carla: Calma, amiga, respira. — Fiz uma massagem nos ombros dela.

Pocah: Desculpe querida, fui pega de surpresa. — Parecia prestes a ter um treco.

Carla: Tudo bem, continuando... Fiz o exame de sangue, lembra?

Pocah: Claro, mas isso foi há semanas. Por que só está me dizendo isso agora?

Carla: Porque só soube ontem. Acabei me esquecendo de pegar o resultado com tudo o que aconteceu e com Bil ainda para me distrair. Enfim, acontece que passei mal num restaurante que fui. — Nem morta descreveria a cena para ela.— Fiquei enjoada logo que comecei a comer e acabei vomitando. Só então me lembrei do exame e olhei o resultado na internet.

Pocah: Caramba, Carlinha! Você vai ser mãe!

Carla: Pois é. — Nós nos abraçamos, emocionadas.

Pocah: Vou ter que perguntar — disse, quando se afastou. — Vai contar para ele, né?

Carla: Claro que sim! Não fiz sozinha. — Concordou com a cabeça. — Mas se ele não quiser assumir, nem vou ficar grilada, até porque é do Arthur que estamos falando. Vou pensar apenas no meu bebê, amiga. Estarei mentindo se disser que não fantasiei com uma família linda e feliz ao lado dele, mas a minha prioridade será apenas esse serzinho aqui. — Alisei minha barriga.

Pocah: Está certa. Bem, eu nem devia te contar isso, mas o Arthur ligou para o Ronan desesperado querendo saber notícias suas, logo depois da confusão que ele causou no seu apartamento. E eu disse a ele que você tinha viajado com seu primo.

Carla: Por que você fez isso, Pocah?

Pocah: Pra ele sentir na pele tudo o que a fez passar, mas agora que você está grávida...

Carla: Esquece isso! Não é porque estou grávida que ficaremos juntos. Filho não segura ninguém, já sabemos disso e não é de hoje. E nem quero que ele fique comigo por causa de filho.

Pocah: Tem razão.

Carla: Sim, eu tenho. Apesar de estar sofrendo, porque eu estou, não consigo perdoá-lo, mesmo se ele me quisesse. Só eu sei o que senti quando vi aquela mulher seminua no apartamento dele, o que senti quando me disse que ficava com várias mulheres estando comigo. Por mais que às vezes eu queira jogar tudo para o alto e correr atrás dele, o jeito cruel com o qual me tratou na última vez, me faz desistir.

Pocah: Entendo e concordo, amiga. O Arthur não te merece. Foca agora no seu bebê. — Fez carinho na minha barriga, já se sentindo a tia. — E esquece o resto, você não precisa dele, pois tem a nós, seus amigos e sua família. Apenas assenti. O que a Pocah disse me fez pensar em meus pais.

Ainda precisava contar a eles.

Pocah: Fiquei curiosa com uma coisa, Carlinha. Como será o seu bebê?

Carla: Como será? — A pergunta me deixou confusa.

Pocah: É... Será que vai ser loirinho do dentinho coisadinho e do olho esverdiado?

Carla: É claro que não, sua boba! — Acabei rindo. — Como eu vou saber?

Pocah sorriu também e, pelas próximas horas, ficamos conversando apenas sobre bebês. Nada de Arthur Picoli.

Nossa conversa se resumiu a trocar fralda, dar banhos, curar o umbigo... E eu estava mais do que feliz em ouvir todas as dicas da minha amiga, afinal, precisaria de toda ajuda possível.

Só tive coragem de contar ao Arthur que ele seria pai, no entanto, um mês depois de descobrir a novidade.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora