Capítulo 79 :

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Pocah: Carlinha, esse idiota te ama. Que cara estaria disposto a assumir o filho de outro assim? Essa é a maior prova de amor que aquele idiota poderia dar. Olha, continuo não gostando dele, mas é impossível continuar negando que ele realmente te ama.

Carla: Você está do lado de quem? — Bufei, desgostosa. Já tinha coisas demais para me preocupar, não precisava que ela ficasse enchendo minha cabeça de caraminholas.

Pocah: Do seu, é claro, mas pensa comigo... Ele nem quis saber, já foi logo dizendo que assumia. Isso foi... fofo, temos que admitir.

Carla: Pelo amor de Deus, não me deixa pior do que já estou!

Pocah: Está bem. Vamos mudar de assunto.

Carla: Ótimo...  — No fundo, precisava admitir que a atitude do Arthur tinha me tocado profundamente.

Claro, depois que a raiva por ele ter pensado que o filho era de outro passou.

Reconheci que a culpa foi minha, em parte. Fui eu quem disse que tinha ido para a cama com o Bil.

Só que, mesmo reconhecendo minha parte no erro, me negava ao luxo de ficar iludida com palavras.

Arthur tinha me feito sofrer feito cachorro sem dono, além de ter me feito de idiota e me traído com outras mulheres. Não dava para confiar.

No fundo, o que eu sentia era medo de me deixar levar pelos sentimentos novamente e permitir que aquele cafajeste me massacrasse mais uma vez, ainda mais depois de descobrir que estava grávida.

Recusava-me a passar a gravidez infeliz e sofrendo por homem. Eu precisava pensar no meu bebê.

Despedi-me de Pocah e fui para casa. O dia tinha sido cansativo e eu ainda precisava lidar com os enjoos e cólicas.

Para minha sorte, a ginecologista que estava acompanhando minha gravidez me tranquilizou, explicando que logo aquele mal-estar passaria.

Quando cheguei em casa, já estava mais calma. Aproveitei e fiz um lanche saudável.

A médica havia me proibido de comer besteiras, estava sendo barra ficar longe dos doces e dos fast foods, mas era por um bem maior.

Depois de alimentada, tomei meu banho e fui para a cama.

Meus sonhos foram recheados por certo cara de olhos claros e barba segurando uma criança de cabelos loiros nos braços.

Tive dúvidas se eram realmente sonhos ou delírios da minha mente insana.

Acordei bem cedo no outro dia. Escovar os dentes era um martírio, mas não me queixava, todo incômodo só me lembrava que havia uma vida crescendo dentro de mim.

Já pronta, tomei um suco verde e comi alguns biscoitos de água e sal.

Esperei um tempo no sofá. Quando constatei que não vomitaria meu café da manhã, peguei minha bolsa, a chave e o livro sobre nomes de bebê, mas, ao abrir a porta, dei de cara com Arthur, encostado na parede da frente.

As mãos dele descansavam nos bolsos da calça jeans, as pernas estavam levemente cruzadas, mas foi o olhar intenso que me chamou a atenção.

Embora as olheiras debaixo deles demonstrassem cansaço, havia um brilho diferente reluzindo nas íris esverdeadas.

Arthur: Oi. — Quando me olhava daquele jeito, tinha o poder de tirar tudo de mim.

Carla: Oi.

Eu deveria ter fechado a porta na cara dele e o mandado ir plantar batata ou catar coquinho, mas a única coisa que fiz foi responder seu cumprimento.

Nós nos encaramos em silêncio e mais e mais aqueles dois oceanos iam me aprisionando.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora