Estacionei de qualquer jeito na porta da Estudio dos meus amigos, pois precisava desesperadamente do apoio deles, e principalmente, que me ajudassem a entender o porquê o Arthur tinha feito aquilo comigo.Passei pela recepção como um foguete. Quando entrei no escritório, minha amiga brincava com a filhinha no cercadinho e Ronan trabalhava no computador.
Pocah me encarou confusa e preocupada, quando explodi em lágrimas.
Pocah: Meu Deus! O que aconteceu? — Aproximou-se, aflita.
Carla: T-tinha uma mu-mulher p-p... — Sequer conseguia falar por causa dos soluços.
Ronan: P o quê? O que aconteceu? — Foi o Ronan quem perguntou.
Carla: P-pelada. Eu q-quero morrer! — Desabei no sofá, escondendo o rosto nas mãos.
Ele continuou confuso, mas, pelo olhar mortífero da minha amiga para o marido, ela já tinha entendido.
Pocah: Explica isso direito, querida. Que mulher estava pelada? — Sentou- se ao meu lado, afagando as minhas costas.
Não respondi. Eu só conseguia chorar arrasada. Estava fazendo uma cena na estudio, mas e daí? Só queria que aquela dor desaparecesse.
Queria acordar e descobrir que tudo não passava de pesadelo.
Esquecer-me da indiferença estampada naqueles olhos claros sem expressão e principalmente, esquecer a imagem daquela mulher nua, mas cada vez que eu fechava os olhos, lá estava ela, debochando de mim.
Pocah: Ronan, pega um copo de água com açúcar para ela. — Meu amigo obedeceu. — Bebe e tenta se acalmar. — Bebi toda a água, como se precisasse dela para viver. — Devagar, assim vai engasgar.
Devolvi o copo ao Ronan e respirei fundo.
Pocah: Isso, respira fundo — Ela pediu. Continuei o exercício de respiração até que me senti segura para falar.
Carla: Fui ao apartamento do Arthur. — E lá estavam as lágrimas, saltando dos meus olhos novamente. — E eu vi, Amiga, e-le estava com uma mulher, ela... estava nua.
O Ronan arregalou os olhos, parecia não acreditar. Bom, nem eu acreditava.
Pocah: O quê?! — Pocah ficou possessa.
Seus olhos foram de mim para o Ronan e, antes que eu pudesse dizer algo em defesa dele, porque, coitado, que culpa ele tinha? Ela o expulsou da sala.
Pocah: Some daqui agora! Nos deixe sozinhas! — Ela o expulsou da sala.
Ronan: Amor, não pode me culpar por isso!
Carla: É, você não pode — concordei com o óbvio. — Ele não tem culpa.
Pocah: Anda, sai daqui e leve a Vitoria com você!
Carla: Ele não tem culpa, Pocah — insisti.
Ronan colocou o rabinho entre as pernas, pegou a filha e saiu, obediente.
Pocah: Depois me entendo com ele, agora me conte exatamente como aconteceu. — A vontade era nenhuma. Eu queria esquecer, presenciar já tinha sido demais para mim. — Anda, Carla, abre logo o bico. Preciso saber o que aconteceu pra poder te ajudar. — Assenti, limpando as lágrimas.
Carla: Nós tínhamos ingressos pro cinema ontem, era noite de estreia. Queríamos muito ver esse filme.
Pocah: Tá, e aí?
Carla: Ele não apareceu no horário combinado. Então eu liguei e liguei e liguei. Nem sei quantas vezes, mas ele ignorou todas as minhas ligações. Mandei mensagens, mas nada dele responder. Depois disso, o celular deu desligado. Fiquei preocupada, quase fui à casa dele ontem à noite mesmo, mas consegui me conter. Assim que acordei, fui direto pra casa dele, liguei no caminho também, mas não tive resposta. — Dei uma pausa para respirar e segurar as novas lágrimas. — Então eu a vi.
Pocah: Você entrou e pegou os dois no flagra? Você tem a chave? — Fiz que não com a cabeça.
Carla: Toquei a campainha e ele abriu. Ela estava na sala, só de calcinha. Ainda sorriu para mim, a vaca! Acredita?
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O Crossfiteiro Irresistível.
RomanceSinopse: Carla Diaz, nunca pensou que conheceria o homem da sua vida na festa de aniversário de sua afilhada, muito menos que ele seria um cafajeste. Já Arthur Picoli, assim que colocou os olhos na madrinha da filha de seu melhor amigo, de cara, qui...