Capítulo 46 :

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Estacionei de qualquer jeito na porta da Estudio dos meus amigos, pois precisava desesperadamente do apoio deles, e principalmente, que me ajudassem a entender o porquê o Arthur tinha feito aquilo comigo.

Passei pela recepção como um foguete. Quando entrei no escritório, minha amiga brincava com a filhinha no cercadinho e Ronan trabalhava no computador.

Pocah me encarou confusa e preocupada, quando explodi em lágrimas.

Pocah: Meu Deus! O que aconteceu? — Aproximou-se, aflita.

Carla: T-tinha uma mu-mulher p-p... — Sequer conseguia falar por causa dos soluços.

Ronan: P o quê? O que aconteceu? — Foi o Ronan quem perguntou.

Carla: P-pelada. Eu q-quero morrer! — Desabei no sofá, escondendo o rosto nas mãos.

Ele continuou confuso, mas, pelo olhar mortífero da minha amiga para o marido, ela já tinha entendido.

Pocah: Explica isso direito, querida. Que mulher estava pelada? — Sentou- se ao meu lado, afagando as minhas costas.

Não respondi. Eu só conseguia chorar arrasada. Estava fazendo uma cena na estudio, mas e daí? Só queria que aquela dor desaparecesse.

Queria acordar e descobrir que tudo não passava de pesadelo.

Esquecer-me da indiferença estampada naqueles olhos claros sem expressão e principalmente, esquecer a imagem daquela mulher nua, mas cada vez que eu fechava os olhos, lá estava ela, debochando de mim.

Pocah: Ronan, pega um copo de água com açúcar para ela. — Meu amigo obedeceu. — Bebe e tenta se acalmar. — Bebi toda a água, como se precisasse dela para viver. — Devagar, assim vai engasgar.

Devolvi o copo ao Ronan e respirei fundo.

Pocah: Isso, respira fundo — Ela pediu. Continuei o exercício de respiração até que me senti segura para falar.

Carla: Fui ao apartamento do Arthur. — E lá estavam as lágrimas, saltando dos meus olhos novamente. — E eu vi, Amiga, e-le estava com uma mulher, ela... estava nua.

O Ronan arregalou os olhos, parecia não acreditar. Bom, nem eu acreditava.

Pocah: O quê?! — Pocah ficou possessa.

Seus olhos foram de mim para o Ronan e, antes que eu pudesse dizer algo em defesa dele, porque, coitado, que culpa ele tinha? Ela o expulsou da sala.

Pocah: Some daqui agora! Nos deixe sozinhas! —  Ela o expulsou da sala.

Ronan: Amor, não pode me culpar por isso!

Carla: É, você não pode — concordei com o óbvio. — Ele não tem culpa.

Pocah: Anda, sai daqui e leve a Vitoria com você!

Carla: Ele não tem culpa, Pocah — insisti.

Ronan colocou o rabinho entre as pernas, pegou a filha e saiu, obediente.

Pocah: Depois me entendo com ele, agora me conte exatamente como aconteceu. — A vontade era nenhuma. Eu queria esquecer, presenciar já tinha sido demais para mim. — Anda, Carla, abre logo o bico. Preciso saber o que aconteceu pra poder te ajudar. — Assenti, limpando as lágrimas.

Carla: Nós tínhamos ingressos pro cinema ontem, era noite de estreia. Queríamos muito ver esse filme.

Pocah: Tá, e aí?

Carla: Ele não apareceu no horário combinado. Então eu liguei e liguei e liguei. Nem sei quantas vezes, mas ele ignorou todas as minhas ligações. Mandei mensagens, mas nada dele responder. Depois disso, o celular deu desligado. Fiquei preocupada, quase fui à casa dele ontem à noite mesmo, mas consegui me conter. Assim que acordei, fui direto pra casa dele, liguei no caminho também, mas não tive resposta. — Dei uma pausa para respirar e segurar as novas lágrimas. — Então eu a vi.

Pocah: Você entrou e pegou os dois no flagra? Você tem a chave? — Fiz que não com a cabeça.

Carla: Toquei a campainha e ele abriu. Ela estava na sala, só de calcinha. Ainda sorriu para mim, a vaca! Acredita?

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora