Capítulo 60 :

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Pocah: Carla Days, está aí? Responde, ou vou até a sua casa.

Carla: Estou aqui — suspirei tomada pelo desespero.

Se eu tivesse me prevenido nem estaria preocupada.

Mas como sempre gostei de sofrer por antecipação, claro que já fiquei apavorada.

Pocah: O que aconteceu?

Carla: Eu me lembrei de algo.

Pocah: De quê?

Carla: Minha menstruação... está atrasada. Pocah, eu transei com o Arthur sem camisinha. Estou ferrada, ferrada!

Ela ficou em silêncio, ou talvez ela até tenha dito algo, mas só conseguia ouvir as batidas descompassadas do meu coração.

Pocah: Carla... Caramba!

Caramba? Merda! Bosta! Minha cabeça fervilhava de xingamentos.

Pocah: Estou indo para sua casa agora. Não sofre por antecipação, vou comprar uns testes de gravidez na farmácia e tiramos isso a limpo, ok? — Desligou sem me dar a chance de responder.

O que vai ser de mim se eu estiver grávida daquele cafajeste?

Essa pergunta ficou se repetindo na minha mente, enquanto psicologicamente, eu já começava a sentir sintomas de gravidez.

Que loucura.

Quando Pocah chegou com uma sacola cheia de testes de gravidez, eu já estava imaginando como seria a decoração do quarto do bebê.

Pocah: Toma, faz todos eles. — Peguei a sacola, obediente, e segui para o banheiro. Depois que fiz todos, os deixei na bancada da pia e voltei para a sala.

Carla: Agora é esperar. — Sentei-me ao lado dela.

Minhas mãos estavam tremendo, e meu coração batendo acelerado.

Minha amiga me encarava muda, ela nunca ficava sem ter algo a dizer.

O que significava que estava tão assustada quanto eu.

Pocah: Vamos conversar. — Sorriu, segurando minha mão. — Não vou te dar sermão por ter transado sem proteção. Temos que conversar sobre a possibilidade de você estar grávida, Carlinha. O que pretende fazer se isso acontecer?

Carla: Criar, ora! — Ela respirou aliviada. — O quê? Estava achando que eu iria tirar? Não me conhece, não é?

Pocah: Conheço, sim, mas em se tratando do pai, né? Pensei que poderia ter passado isso por sua cabeça.

Carla: Fica tranquila, Pocah! Jamais faria uma coisa dessas. Sequer pensei.

Pocah: Saiba que estou aqui, para o que der e vier — ela disse com um sorriso reconfortante.

Carla: Eu sei. Obrigada. — Respirei fundo, olhando no relógio. — Será que já podemos olhar?

Pocah: Acho que sim.

Fomos até o banheiro e eu me sentei na tampa do vaso, incapaz de olhar para os resultados.

Carla: E aí? — perguntei, curiosa e ansiosa.

Pocah: Negativo, Carlinha. — Fechei os olhos e agradeci a Deus em silêncio. — Dessa você se livrou.

Carla: Foi melhor assim. Embora eu fosse amar ser mãe, não dá com um pai daqueles. — Minha amiga assentiu.

Pocah: Então, vamos para Angra? Você precisa se distrair, amiga.

Carla: Preciso mesmo, amiga, agora mais do que nunca. Vou com vocês.

Acabei indo com a Pocah e o Ronan para a casa de praia deles — sem o João. Ele inventou que não daria para ir por causa do trabalho.

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