Capítulo 47 :

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Pocah: Está me dizendo que nem entrou, mas a viu? — perguntou, confusa.

Carla: Sim. O imbecil escancarou a porta quando a abriu. Provavelmente, nem imaginava que fosse eu.

Pocah: É claro que ele sabia que era você, Carla. Pra que existe olho mágico? O filho da puta queria que você visse! Que cretino!

Carla O quê? Por quê? O que ele ganharia com isso? — Aquilo não fazia sentido.

Pocah: Não faço ideia, mas está claro que ele não estava preocupado em ser visto com outra, nem por você. Parece até que queria ser pego.

Carla: Mas com que intuito?

Pocah: O cafajeste tentou se explicar, pelo menos?

Carla: Eu saí correndo de lá.

Pocah: E ele não foi atrás de você?

Carla: Não. –  Não, simplesmente ficou lá, parado e mudo.

Pocah: Oh, Amiga... Desculpa ter que dizer isso, mas a gente sabia que esse dia chegaria. Você pode estar brava, triste, mas não surpresa, pois é isso o que aquele lá faz. Ele usa as mulheres e as descarta.

Carla: Por que você duvida tanto que o Arthur possa ter mudado?! — Não me conformava por ter me enganado tanto.

Pocah: Exatamente pelo que ele acabou de fazer, Carla. Meu Deus! Nem tenta defendê-lo. Ele acabou de esfregar uma vadia pelada na sua cara!

Carla: Pare! — Como ela podia ser tão cruel? Eu estava sofrendo e ela continuava me lembrando o que mais queria esquecer.

Ronan ouviu nossa discussão e retornou à sala. A louca direcionou a raiva para o marido.

Pocah: O salafrário do seu amigo nem se deu ao trabalho de esconder a periguete, acredita? Praticamente a esfregou na cara da Carla e nem tentou se desculpar. Ele fez de propósito, Ronan!

Carla: Chega, Pocah, que droga! — Virei-me para o Ronan. —  Por que o Arthur faria uma coisa dessas? — Tinha esperanças de que meu amigo pudesse esclarecer, mas ele apenas balançou a cabeça em negativa.

Peguei a minha bolsa e saí, sem dar ouvido aos gritos desesperados da Pocah sobre estar certa e de que tinha sido melhor assim.

Minha vontade era enforcá-la pela possibilidade de estar com a razão.

Enquanto descia a escada, tentava assimilar as suposições dela. Se o Arthur tivesse mesmo feito de propósito, qual era o seu objetivo? O que ele queria provar?

Talvez fosse o cafajeste de sempre e só tinha resolvido se divertir um pouco mais com uma única mulher. Mas, como de costume, se cansara depois de um tempo. Se é que tinha ficado só comigo mesmo.

Imagens dele com outras mulheres surgiam na minha mente e meu coração se apertou tanto, que pensei que ele fosse quebrar.

Pensar que poderia estar comigo e com elas me dilacerou.

Eu queria sumir, desaparecer, mas a única coisa que conseguia fazer era chorar com a cabeça apoiada no volante do carro.

O que tinha feito de errado para que se desencantasse de mim? Nem sei por quanto tempo permaneci trancada dentro do carro chorando. Chorei até esgotar todo o meu estoque de lágrimas.

Só então fui para casa. Só queria minha cama e uma boa dose de sonífero que me fizesse dormir por uns, sei lá... cem anos.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora