Capítulo 30 :

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ARTHUR

A viagem a Cabo Frio veio na hora certa.

Eu precisava dar um tempo de toda aquela intensidade.

Ficar uns dias longe daquela pitica me faria bem.

O sobrinho do meu tio. O Bruno era corretor de imóveis e vinha me ajudando a comprar alguns.

Num dia qualquer, quando eu estava na casa dos meus tios, meus pais estavam no Rio, vieram me visitar e comprar algumas coisas para a ONG que temos em Conduru. Ele apareceu por lá.

Bruno: E aí, Arthur? Ia mesmo ligar para você.

Arthur: O que você tem para mim? — Cumprimentei-o com um aperto de mãos.

Bruno: Uma casa de praia em Cabo Frio. O casal está se divorciando e estão vendendo tudo.

Arthur: Não sei não, cara... Casa de praia?

Bruno: É uma puta de uma casa, de frente para o mar, num condomínio fechado. Três quartos com suíte, sala, cozinha e piscina. Recém-reformada. Estão vendendo barato, é uma oportunidade única.

Arthur: Claro que é, corretor... — brinquei.

Bruno: Estou dizendo como amigo, é um ótimo negócio! Você pode alugar definitivo ou por temporada, sei lá.

Arthur: Não sei não, estamos falando de quanto?

Bruno: Seiscentas pilas!

Arthur: Acha que estou nadando em dinheiro? Não vim milionário dos States, cara! E nem sei se compensa comprar casa de praia pra alugar.

Bruno: As academias estou bombando seu mão de vaca...

Arthur: Vei, a questão nem e essa...

Bruno: Mas cara, vai lá e vê a casa. Se gostar, a gente pode tentar negociar. O marido está desesperado. A esposa número um descobriu a esposa número dois e as duas têm filhos com ele. O cara está na merda...

Arthur: Caramba!

Bruno: Pois é. – Nunca tinha pensado em comprar uma casa de praia, mas poder sair da cidade me daria tempo para colocar a cabeça em ordem.

Arthur: Ok. Darei uma olhada primeiro. Se eu gostar, vejo se dá para comprar.

Bruno: É isso aí! Vou ligar para o proprietário.

Arthur: Valeu!

Bruno: Mudando de assunto... Verdade que resolveu se amarrar? — O que ele queria dizer com aquilo?

Arthur: Me amarrar?

Bruno: A Mari estava comentando com a Dani sobre a sua namorada. Soube que é aquela atriz loirinha linda.

Puta que pariu! Estava me enrolando na minha própria corda. Carla não era minha namorada, mas todo mundo estava agindo como se fosse. Será que ela também pensava assim?

Arthur: Não tenho namorada. Ih! Lembrei que tenho uma coisa importante pra resolver. Me liga quando eu puder ir ver a casa. Se for hoje, melhor ainda — desconversei.

Bruno: Tá legal, te mantenho informado. — Assenti e saí de lá quase correndo, nem me despedi da minha mãe.

No mesmo dia, encontrei o Ronan numa lanchonete.

Ele me ligou dizendo que queria botar o papo em dia, mas eu sabia que o que queria mesmo era falar sobre o meu show na boate.

Felizmente, ninguém filmou e o meu rosto não estava em nenhum site de fofoca.

Ronan: E aí, Vítor Belfort! — Mal me esperou chegar para começar a pegar no meu pé.

Arthur: Não enche, Ronan! — respondi, sem ânimo. Pedi um café e o esperei continuar com as piadinhas, porque eu sabia que o babaca não desistiria tão fácil.

Ronan: Cara, o que foi aquilo?

Arthur: Ele passou a mão nela na minha frente. O que você faria se fosse a Pocah?

Ronan: Pocah  é minha esposa e mãe do minha filha, então acho que talvez eu peitaria.

Arthur: Está querendo dizer que eu não deveria tê-la defendido já que não é minha esposa?

Ronan: Estou dizendo que estou surpreso com suas atitudes ultimamente.

Arthur: Que atitudes?

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora