Ela me encarou confusa, mas sequer lhe dei tempo para processar minha invasão. Subi a escada mais rápido do que o Flash em direção ao escritório.Entrei sem bater. Pocah me encarou com o telefone na orelha.
Pocah: Tudo bem, Monique. Conheço essa pessoa. — Encerrou a ligação.
Ronan entrou na sala na mesma hora e franziu a testa, surpreso ao me ver.
Ronan: Arthur? O que faz aqui?
Arthur: É com você mesmo que eu quero falar. Vim te dar um aviso, cara! Para de se intrometer na minha vida! Não tinha nada que ir fazer fofoca pra minha mãe e ficar me mandando vídeos, porra!
Pocah: Acho melhor sair do minha gravadora, antes que eu chame o segurança. — Ela se aproximou do marido, toda trabalhada na superioridade.
Ronan: Espera, amor. Arthur, me escuta cara — Ele começou a justificar. — Não fiz por mal, só queria te fazer entender...
Arthur: Não preciso que me faça entender nada, porra! Que tipo de amigo você é? Fica aí empurrando a garota pra mim, mesmo sabendo que eu não valho nada! — Ele abaixou a cabeça, constrangido, mas a esposa parecia que me fritaria apenas com o olhar. — O recado está dado. Procura outra pessoa pra se meter na vida dela.
Quando comecei a andar em direção a porta, o tal João apareceu do nada.
Nem tive tempo, o babaca já chegou chegando, me dando um soco certeiro no meu olho direito.
Ronan: João! — gritou, segurando-o por trás.
João: Eu disse que se a magoasse...
Arthur: Você deve estar é muito satisfeito, babaca! O caminho está livre para você. Aproveita!
Sem olhar para trás, saí dali. Aquele filho da puta não me enganava.
Todo aquele papinho de melhor amigo era pura fachada, o cara gostava dela.
Os dois poderiam ficar juntos, afinal, ela estava livre para se envolver com quem quisesse.
Não era da minha conta, mesmo assim, doeu.
Carla Diaz
Dizem que o tempo cura tudo, não é verdade? Só que, naquele momento, sentada no sofá da minha sala, com uma panela de brigadeiro e um copo de Coca-Cola, eu só pensava numa coisa: o tempo não curava nada. Ele só era um cretino.
O cretino do tempo era o culpado de toda dor de amor. Iludia as pessoas, dizendo que curava as feridas.
Mas, na verdade, só as deixava reféns dele, como eu estava nas últimas semanas.
Desde o fiasco que foi a minha última saída para tentar me distrair com algum gostosão — que de fato não aconteceu, afinal, preferi pagar mico no karaokê —, eu só trabalhava.
Parei de ir à academia, de ir ao bar com a galera. Era de casa para o trabalho, do trabalho para casa.
À noite, me perdia nas páginas dos meus inúmeros livros de romances recém-adquiridos. Ou, decorando roteiros.
Na noite em questão, estava desejando arduamente um Christian Grey, personagem do livro que estava lendo. Não cansava de ler esse livro.
Ele era tudo o que eu precisava, um homem que me virasse do avesso — para compensar os dias de seca — e que não me desse esperanças de relacionamento e, sim, um contrato.
Aceitei o fato de que Arthur nunca me dera esperanças, mas depois de um tempo, resolvi que não carregaria o fardo sozinha. Ele tinha me dado esperanças, SIM!
Fez isso quando quis sair comigo de novo — já que não repetia mulheres —, quando passou a dormir na minha casa, quando me chamou de amor e confessou que estava curtindo muito ficar comigo... Enfim, foram várias atitudes que me levaram a ter esperanças.
Meu telefone tocou, me interrompendo de listar os vários motivos que me levaram a ter esperanças. Era minha amiga, Pocah.
Pocah: Oi, Carlinha! Você, eu e o Ronan, fim de semana em Angra, o que me diz? — Era sério aquilo? Aquela mulher não tinha desconfiômetro, não? Será que tinha esquecido que eu estava curtindo uma fossa?
Carla: Estou de luto. — Exagerei no tom melodramático.
Pocah: Tenha dó! Enquanto você está de luto, o cafajeste deve estar galinhando por aí.
Pisa na minha ferida, Pocah.
Carla: Problema dele. — Fingi indiferença.
Pocah: O problema vai ser seu se eu chegar aí amanhã e não estiver preparada.
Carla: Pocah, eu não vou... — Pensei numa desculpa. — Vou ficar menstruada, já devia até ter descido... — Ai, caramba. — Engoli em seco.
Pocah: O que foi? — Não respondi de imediato, ocupada em fazer as contas mentalmente. — Pelo amor de Deus, o que aconteceu?
Nada, só tinha me lembrado de que havia transado com o Arthur sem preservativos e que minha menstruação estava atrasada.
Fudeu Sera?..
Comentario.
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O Crossfiteiro Irresistível.
RomansaSinopse: Carla Diaz, nunca pensou que conheceria o homem da sua vida na festa de aniversário de sua afilhada, muito menos que ele seria um cafajeste. Já Arthur Picoli, assim que colocou os olhos na madrinha da filha de seu melhor amigo, de cara, qui...