Capítulo 59 :

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Ela me encarou confusa, mas sequer lhe dei tempo para processar minha invasão. Subi a escada mais rápido do que o Flash em direção ao escritório.

Entrei sem bater. Pocah me encarou com o telefone na orelha.

Pocah: Tudo bem, Monique. Conheço essa pessoa. — Encerrou a ligação.

Ronan entrou na sala na mesma hora e franziu a testa, surpreso ao me ver.

Ronan: Arthur? O que faz aqui?

Arthur: É com você mesmo que eu quero falar. Vim te dar um aviso, cara! Para de se intrometer na minha vida! Não tinha nada que ir fazer fofoca pra minha mãe e ficar me mandando vídeos, porra!

Pocah: Acho melhor sair do minha gravadora, antes que eu chame o segurança. — Ela  se aproximou do marido, toda trabalhada na superioridade.

Ronan: Espera, amor. Arthur, me escuta cara — Ele começou a justificar. — Não fiz por mal, só queria te fazer entender...

Arthur: Não preciso que me faça entender nada, porra! Que tipo de amigo você é? Fica aí empurrando a garota pra mim, mesmo sabendo que eu não valho nada! — Ele abaixou a cabeça, constrangido, mas a esposa parecia que me fritaria apenas com o olhar. — O recado está dado. Procura outra pessoa pra se meter na vida dela.

Quando comecei a andar em direção a porta, o tal João apareceu do nada.

Nem tive tempo, o babaca já chegou chegando, me dando um soco certeiro no meu olho direito.

Ronan: João! —  gritou, segurando-o por trás.

João: Eu disse que se a magoasse...

Arthur: Você deve estar é muito satisfeito, babaca! O caminho está livre para você. Aproveita!

Sem olhar para trás, saí dali. Aquele filho da puta não me enganava.

Todo aquele papinho de melhor amigo era pura fachada, o cara gostava dela.

Os dois poderiam ficar juntos, afinal, ela estava livre para se envolver com quem quisesse.

Não era da minha conta, mesmo assim, doeu.

Carla Diaz

Dizem que o tempo cura tudo, não é verdade? Só que, naquele momento, sentada no sofá da minha sala, com uma panela de brigadeiro e um copo de Coca-Cola, eu só pensava numa coisa: o tempo não curava nada. Ele só era um cretino.

O cretino do tempo era o culpado de toda dor de amor. Iludia as pessoas, dizendo que curava as feridas.

Mas, na verdade, só as deixava reféns dele, como eu estava nas últimas semanas.

Desde o fiasco que foi a minha última saída para tentar me distrair com algum gostosão — que de fato não aconteceu, afinal, preferi pagar mico no karaokê —, eu só trabalhava.

Parei de ir à academia, de ir ao bar com a galera. Era de casa para o trabalho, do trabalho para casa.

À noite, me perdia nas páginas dos meus inúmeros livros de romances recém-adquiridos. Ou, decorando roteiros.

Na noite em questão, estava desejando arduamente um Christian Grey, personagem do livro que estava lendo. Não cansava de ler esse livro.

Ele era tudo o que eu precisava, um homem que me virasse do avesso — para compensar os dias de seca — e que não me desse esperanças de relacionamento e, sim, um contrato.

Aceitei o fato de que Arthur nunca me dera esperanças, mas depois de um tempo, resolvi que não carregaria o fardo sozinha. Ele tinha me dado esperanças, SIM!

Fez isso quando quis sair comigo de novo — já que não repetia mulheres —, quando passou a dormir na minha casa, quando me chamou de amor e confessou que estava curtindo muito ficar comigo... Enfim, foram várias atitudes que me levaram a ter esperanças.

Meu telefone tocou, me interrompendo de listar os vários motivos que me levaram a ter esperanças. Era minha amiga, Pocah.

Pocah: Oi, Carlinha! Você, eu e o Ronan, fim de semana em Angra, o que me diz? — Era sério aquilo? Aquela mulher não tinha desconfiômetro, não? Será que tinha esquecido que eu estava curtindo uma fossa?

Carla: Estou de luto. — Exagerei no tom melodramático.

Pocah: Tenha dó! Enquanto você está de luto, o cafajeste deve estar galinhando por aí.

Pisa na minha ferida, Pocah.

Carla: Problema dele. — Fingi indiferença.

Pocah: O problema vai ser seu se eu chegar aí amanhã e não estiver preparada.

Carla: Pocah, eu não vou... — Pensei numa desculpa. — Vou ficar menstruada, já devia até ter descido... — Ai, caramba. — Engoli em seco.

Pocah: O que foi? — Não respondi de imediato, ocupada em fazer as contas mentalmente. — Pelo amor de Deus, o que aconteceu?

Nada, só tinha me lembrado de que havia transado com o Arthur sem preservativos e que minha menstruação estava atrasada.

Fudeu Sera?..

Comentario.

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora