Cap 78

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• Maya •

Acordo escutando um choro e levanto a cabeça olhando pra trás. Era a Malu. De novo. Hoje também tava chovendo, tinham alguns trovões mas não eram tão altos como no outro dia.

Pego ela e meu telefone indo pro banheiro, onde os trovões são mais baixos. A Me sento no chão e começo a brincar com ela. Eu também não tava com muito sono, tanto que acordei fácil.

- soco soco, bate bate - faço batendo nas mãos dela que estavam paradas - soco soco, vira vira - falo e ela começa a fazer também - aeee soco bate, soco vira. Soco bate vira.

- ate e vila - tenta repetir e eu rio.

- isso meu amor - toco sua bochecha com a ponta do dedo. Passo pra sua boca e começo a mover o lábio inferior dela pra baixo com o dedo. Ela começa a gargalhar e uma babinha vai se formando - babona!

Fico ali brincando com ela até ela cansar e cair no sono. Depois deixo ela na cama e desço pra tomar um pouco de água.

Assim que chego perto da cozinha vejo uma luz acesa que acredito ser a da geladeira. Dito e feito. Chego de fininho por trás da Melissa e fico parada esperando ela virar.

Ela fecha a geladeira e se vira. Ela arregala os olhos e antes que ela grite eu tapo sua boca segurando o riso.

- calma fia sou eu - falo e ela respira fundo recuperando o fôlego quando eu descubro sua boca - mano é muito bom assustar os outros.

- é né, quando te assustam você acha ruim - fala e eu reviro os olhos

- eu disse os outros, não eu - bato na sua testa - tá fazendo oque acordada a essa hora? - abro a geladeira pegando a jarra.

- tava conversando com meu boy, tô com saudade - faz bico.

- tadinha dela gente - brinco fazendo bico também - como ele tá- pergunto e eu dou um gole na água.

- tá bem, só os pais dele que estão brigando muito, ele tá procurando um jeito de sair de casa - fala.

- espero que ele consiga, mas nem inventa de ir morar com ele agora - falo pegando uma faca e apontando pra ela.

- tá bom mamãe- levanta as mãos em sinal de rendição.

- só espera chegar nos vinte? - peço e ela assente - obrigada. E já procura uma casa reserva, pra casa dos nossos pais você não volta se der errado.

- nossa, para de pensar negativo desse jeito - fala e eu rio fraco.

- tudo pode dar errado, a qualquer momento - dou de ombros - só gosto de me preparar pro pior.

- entendo...

Ouvimos uns gemidos de dor e nos encaramos atentado até que ouvimos de novo e corremos lá pra cima. Chegando no corredor dos quartos ouvimos os gemidos vindo do quarto da Nádia.

Batemos na porta mas ela não respondo então entramos. Encontramos ela sentada ao lado da cama com a mão no peito e fazendo uma careta de dor.

Nos aproximamos dela e nós agachamos do seu lado.

- Nádia! Você tá bem? - pergunto mas ela me olha com a visão meio desgovernada. Ela estava desmaiando.

- Maya... - Melissa começa.

- ambulância, chama uma ambulância agora! - digo alto e ela se levanta saindo do quarto.

Tiro Nádia do chão e a deito na cama. Me sento ao seu lado e fico ali com ela esperando Melissa voltar.

- Maya - ouço ela sussurrar - Maya.

- eu to aqui, tá sentindo muita dor? - pergunto me aproximando mais.

- não, eu só... só preciso que me perdoe - fala e vejo uma lágrima descer. Meus olhos se enchem de água.

- eu já perdoei você - falo.

- não, quero que me perdoe de verdade - fala com dificuldade. Olho pra cima tentando controlar o choro - me perdoa?

- eu te perdoo - falo.

Vejo ela assentiu com a cabeça e fechar os olhos. Fico com ela até a ambulância chegar. Quando eles chegam eu levanto e espero eles na porta do quarto.

Meus avós estavam sentados no sofá quando descemos. Minha vó tinha uma chácara em mãos enquanto meu avô estava em pé apoiado na lareira aparentemente nervoso.

- eu vou com ela - aviso e minha avó se levanta.

- não Maya, eu vou - fala vindo em minha direção mas faço sinal pra que ela pare.

- vó... fica e descansa. Amanhã vocês vão ver ela - falo e ele assente contrariada.

- tudo bem, mande notícias - meu avô fala vindo até ela e tocando seu ombro. Assinto e saio com eles.

Antes que eu entre na ambulância um deles me para.

- você é oque dela? - pergunta e eu esito um pouco antes de responder.

- sou filha dela - falo e a olho - da pra gente ir agora? - volto a encara-lo.

Ele afirma com a cabeça e eu entro. Partimos pro hospital.

Horas depois...

To no hospital ha três horas e até agora não tenho nenhuma noticia. Se eu tiver que admitir eu admito, tô muito preocupada.

Pelos meus avós? Não só por eles. To preocupada pela Nádia mesmo, ela errou comigo mas ninguém merece passar por nada disso. E me arrependo de um dia ter dito o contrário.

Vejo um dos médicos que estavam cuidando dela fundo na minha direção e me levanto. Espero ele chegar até mim e pergunto.

- e então? Ela tá bem - pergunto e vejo ele reprimir os lábios.

- sabe que o estado dela era grave, certo? - assinto - e que já estava avançado.

- sim eu sei de tudo isso. Quero saber como ela tá. É tão difícil dar uma notícia? - pergunto nervosa.

- pode acreditar, é mais difícil do que parece - fala e eu me calo entendendo a onde ele quer chegar.

- ela... - minha garganta fecha antes que eu termine.

- ela não faleceu, ainda... - fala e eu suspiro meio aliviada - mas não vai demorar muito, Srt. Maya.

- como assim?

- ela tem no máximo uma semana - diz e pelo impacto das palavras eu acabo caindo de volta na cadeira.

- u-uma semana? - engulo em seco.

- terá sorte se passar disso. Diria pra aproveitar esse tempo. Pode fazer bem pra ela e aliviar o sofrimento até a hora chegar - diz e eu assinto - com licença - se vira pronto pra se afastar mas eu me levanto tocando seu ombro.

- eu posso vê-la? - pergunto e ele assente.

- quarto 243 - fala e eu assinto.

Pego meu telefone dentro da minha bolsa e ligo pro Léo. Explico pra ele toda a situação e mando eles virem pra ca. Depois pego a bolsa e vou até o quarto.

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Oiii
Tenho más notícias. Eu to quase reprovando, por isso eu vou ficar de castigo. Não sei quando vou pegar meu telefone de novo, então não sei quando vou voltar a postar.

CURTEM E COMENTEM.
Bjs e  até logo.

Abre a porta - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora