Cap 101

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Três semanas depois...

•Maya•

- eu espero que você esteja bem agora. Que esteja em paz - digo depois que todos foram. Eu e minha avó ficamos por último.

- obrigada - minha avó diz depois de um tempo só observando.

- pelo oque vó?

- por perdoar ela - diz e eu sorrio - era só oque ela queria antes de ir.

- não tem que me agradecer - digo sincera e ela sorri.

- vai ser difícil minha filha, viver sabendo que não vou mais ver ela. Passamos muitos anos sem nos ver sim mas, agora eu tenho certeza de que não a verei mais - diz.

- eu sei que dói vó, mas pensa que agora ela tá bem, não tá mais sofrendo com aquela doença. Ficar aqui só prolongaria o sofrimento dela. Foi melhor assim - digo ainda a abraçando de lado.

Imagino que deve ser difícil ver a filha partir antes dela, logo ela que sempre disse que um filho nunca deve morrer antes dos pais.

Depois disso fomos todos pra casa da minha mãe. Estávamos todos na sala, menos meu pai. Todos em silêncio, acho que era o certo no momento.

Minha avó sempre foi muito apegada a Nádia, apesar de ter passado a maior parte do tempo a distância, ela sempre foi muito cuidadosa.

Ficamos ali observando seu túmulo por mais alguns minutos antes de ir pro carro do meu pai, que ficou de levar a gente pra casa.

(...)

- Maya - ouço meu pai me chamando e todos olhamos pra ele - pode vir aqui um minuto?

Assinto e me levanto deixando a Malu sentada do lado do Lennon. Sigo ele até a cozinha e ele me manda fechar a porta. Fecho e o encaro esperando ele dizer.

- a Nádia, ela te deixou isso - diz apontando pra um envelope e alguns papéis embaixo - na verdade o envelope é pra você, os outros papéis é sobre as meninas - o encaro sem entender - a Nádia deixou tudo oque era dela pras meninas.

- nossa - digo olhando os papéis - é... muita coisa.

- pois é, as meninas vão dividir mas ainda assim fica uma quantia enorme pra cada uma. Agora lê o final da última folha.

- "se caso houver um terceiro filho, os bens e propriedades serão repartidos entre os três herdeiros e assim por diante" - leio alto e o encaro - ela deixou...

- ela sabia do Enzo, sabe quem estão tentando adotar ele. Ela pediu minha ajuda pra incluir ele no testamento dela - diz sorrindo - é mesmo que não consigam, oque eu acho difícil, será repartido com qualquer outra criança com o sobrenome de vocês.

Eu cubro a boca com a mão e vou até ele o abraçando e deixando as lágrima caírem.

- como ela consegue ser assim comigo, depois de todo esse tempo em que eu só a rejeitei.

- ela te ama Maya, sua mãe sempre amou você, mesmo não estando aqui - diz no meu ouvido e beija minha cabeça logo depois.

Abre a porta - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora