|Capítulo 33|

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O mundo estava em chamas e ninguém poderia me salvar além de você

O mundo estava em chamas e ninguém poderia me salvar além de você

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Eu e a Balca conseguimos bolar um plano rápido, do tipo matar ou morrer! Eu entendi que ontem ela só esteve lá fora e aguentando o Zeki, para estudar a casa, a quantidade de homens e descobrir como sair desse lugar.

Agora nós temos uma pequena chance de fazer esse plano dar certo, desde que o Zeki continue como está: descontrolado!

— Balca, por quê não contou antes?

— Zeki foi a minha ruína Eda, a pior coisa da minha vida! Na verdade, a única coisa boa que ele me deu foi a Lis. — Explica tentando se soltar. — Quando descobri a volta dele, me permiti ter esperanças de que dessa vez ele não escaparia.

— Como ninguém soube desse casamento?

—  Porque nunca existiu casamento! Minha tia me vendeu para o Zeki e eu passei um inferno nas mãos dele. Abuso atrás de abuso, violência, humilhações... — Ela desiste de tentar se soltar e controla as lágrimas. — Ele acabou comigo por anos, eu não tinha esperanças de continuar vivendo, porque aquela tortura só acabaria se eu, ou ele morresse. E então veio o milagre da pequena Lis e a minha chance de fuga, foi quando ele me deixou em paz. O Zeki cuidou do meu psicológico, da minha saúde e me manteve presa em casa durante toda a gestação. Ele queria que a Elisa viesse saudável e quando eu descobri sobre o tráfico de crianças eu entendi o porquê. — Ela respira fundo e me encara. — Quando a Elisa completasse um ano de idade, ele ia vendê-la. Eu senti tanto medo pela minha filha Eda, tanto. Quando completei oito meses de gestação, consegui fugir dele e comecei a me esconder até ganhar a Elisa.
Com muita força e determinação eu consegui proteger a minha filha. Fiquei escondida entre uma cidade e outra com a Lis, fiz de tudo para ele não me encontrar, mas enquanto eu estava no alcance da Europa o Zeki conseguia me achar e eu conseguia fugir por muito pouco.

— Por isso ele me disse que era péssimo em encontrar pessoas. — Digo e vou juntando todos os pontos.

— Foi em uma dessas vezes que ele me encontrou e tentou fazer mal para a Elisa.  Eu consegui defendê-la e fui salva por um policial que mais tarde eu descobri ser o Efe. — Eu a encaro, reconhecendo a importância do Efe na vida dela. — Ele me ajudou indiretamente, viu que tinha algo errado e colocou o terror atirando para todo lado enquanto me pedia para correr. Consegui fugir, me esconder e entre um localização e outra eu consegui chegar até o continente africano e fui acolhida em Marrocos. Fiquei lá até os três anos de idade da Elisa e depois fui para o Egito. Foi entre uma cidade e outra que eu aprofundei o meu conhecimento sobre ciência forense.

— E por quê veio para Istambul? Foi loucura voltar e ficar perto dele novamente. — Me expresso, mas paro e avalio a minha situação que tecnicamente não é muito diferente.

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