NARRAÇÃO:
S/n se despediu de Tobirama quando ambos estavam próximos do prédio do hokage. A garota estava muito confusa e com a cabeça cheia, então decidiu ir para casa e descansar um pouco.
Ela tomou banho, se enrolou na toalha e foi para o seu quarto. Em frente à sua cama, S/n tinha um espelho grande que a permitia ver o reflexo do seu corpo inteiro. Ela hesitou, mas decidiu parar um pouco para se olhar com mais atenção.
Talvez ela nunca tenha realmente parado sozinha para olhar a si mesma. De fato, ela não se achava uma mulher feia - e não era -, mas também não sabia o que causava tanto efeito naquele Senju.
A garota tirou a toalha e observou o seu corpo nu. De início sentiu vergonha, mas depois refletiu sobre o porquê sentir tanta vergonha de si mesma. O seu corpo era um corpo real. Tinha marcas, cicatrizes, curvas dispersas, mas estava longe de ser um corpo feio.
Ela virou de lado e observou suas costas. A tatuagem de dragão que fizera durante a viagem com Mito parecia estranhamente sexy na sua pele, olhando daquele ângulo. Somente Mito sabia sobre aquela tatuagem, pois foi junto com S/n no dia que a garota fez. Fora as duas, ninguém mais sabia sobre. Ela se perguntou como aquela tatuagem enorme pareceria sob os olhos de algum homem.
O dragão ocupava toda a extensão das suas costas, começando acima do bumbum e terminando próxima do seu pescoço. S/n decidiu fazê-la para cobrir uma grande cicatriz que ganhou enquanto fugia com a sua família.
A cicatriz sempre foi uma insegurança, mas depois de cobri-la a garota nunca mais havia se olhado no espelho para se auto-avaliar.
Ela estava começando a se amar e se considerar mais atraente, principalmente depois das coisas que ouviu saindo da boca do próprio Tobirama Senju.
Mesmo tendo vinte e dois anos, S/n nunca teve tempo para pensar em homens ou em desejos carnais. Ela já achou alguns homens atraentes aos seus olhos, mas nenhum que tenha despertado qualquer efeito no corpo dela. Porém tudo mudou a partir do momento que conheceu aquele homem.
— Estou pensando demais. -ela falou consigo mesma.
S/n olhou pela janela e reparou no quão forte estava o sol naquele dia. Ela decidiu tirar um tempo para si mesma e sair para tomar banho em alguma fonte de águas termais ou no rio perto de onde treinava com Tobirama. Das duas opções, a segunda era a mais próxima, então foi a que ela escolheu.
• • •
Chegando no rio, a garota sentou-se na margem e ficou encarando o horizonte, pensando em tudo o que havia passado até o momento. Ela sentia muita falta da sua irmã, principalmente quando estava sozinha. Esse era o motivo de S/n odiar ficar sozinha, pois quando fazia isso, sentia como se a sua irmã fosse voltar.
Uma vontade imensa de chorar invadiu o seu peito. Ela baixou a cabeça, encarou seu reflexo na água e se permitiu sentir mais uma vez a dor da saudade. Era difícil, mas se ela reprimisse aquele sentimento, mais tarde ele voltaria tão forte ao ponto de fazê-la desmoronar.
— Amaya... -ela sussurrou consigo mesma. — Eu sinto tanto a sua falta...
— Ela deve estar orgulhosa de você. -uma conhecida voz feminina soou por trás de S/n.
Ela limpou as lágrimas com pressa e continuou com a cabeça baixa. Era Mito, que se juntou à ela sentando-se ao seu lado na margem.
— Pode continuar. Faz de conta que não estou aqui. -disse a Uzumaki.
— O que você quer? -S/n perguntou sem olhar para a mais velha.
— Só te fazer companhia. -Mito encarava o horizonte fixamente, carregando um sorrisinho doce no rosto.
— Não precisa ter pena de mim. -a garota entrou no rio e apoiou os braços na margem, mergulhando apenas metade do corpo.
— Não tenho. -a Uzumaki riu e tirou um pergaminho do bolso. — Trouxe isso para você.
— O que é? -S/n cerrou as sobrancelhas e pegou o objeto nas mãos.
— Um convite.
— Para quê?
— Casamento. -Mito deu de ombros, desviando o olhar.
— De quem? -a garota ainda não tinha aberto o pergaminho.
— Tobirama e uma moça. Está marcado para a próxima semana.
S/n sentiu como se tivesse tomado uma facada no peito. Ela não ficou magoada, pois queria que ele fosse feliz independentemente da parceira que escolhesse. Mas naquele mesmo dia mais cedo, ele tinha falado todas aquelas coisas. Por que ele mentiu?
— Os homens são todos iguais, como a minha irmã dizia. -ela riu irônica e deixou o pergaminho ao lado de Mito. — Eu não quero ir, mas agradeço e fico feliz por ele.
— HÁ! -a Uzumaki solta uma gargalhada estrondosa. — Você tinha que ver a sua cara! -continuou rindo feito uma hiena.
— Não acredito que mentiu. -S/n fechou a expressão, furiosa.
— Ain, ele ia casar... espero que seja feliz mesmo que não seja comigo. -Mito falou com voz infantil. — Aposto que você pensou isso. Ah, S/n, toda boazinha! HÁ! -ela continuou gargalhando.
— Argh... -a garota rosnou, sentindo raiva e vergonha. Era como se seus cabelos flutuassem de tanta energia negativa que estava emanando dela. — MITO!!! -ela gritou e saiu da água rapidamente.
Mito levantou e começou a fugir de S/n, entre risadas e xingamentos.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
FanfictionOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
