• um amontoado de problemas •

2.2K 343 143
                                    

S/N:

— PARA! -implorei. — EU VOU MORRER!

— Você não morre aqui. -Izuna continuava sorrindo.

    De repente, apareceram mais uns cinco clones dele, também com espadas. Continuei tentando me soltar, ativar o doujutsu, usar alguma técnica, mas absolutamente nada funciona.

    Não acredito que vou morrer pelas mãos desse garoto.

— Por favor, Izuna. Eu volto a ser quem eu era, eu volto para Konoha. -supliquei.

— Eu sei quando você está mentindo. -ele cravou a espada mais uma vez.

    Ao contrário do mundo real, eu não desmaio e o meu corpo também não adormece. Eu sinto a dor como se fosse a primeira vez, mas cada golpe é mais doloroso do que o outro.

— COMO VOCÊ ME CHAMA DE AMIGA E FAZ ISSO COMIGO? -gritei, chorando de raiva.

— Você está corrompida por algo que não é você de verdade. -ele proferiu calmamente enquanto os seus outros clones se aproximavam.

    Entrei em desespero quando todos cravaram as espadas no meu corpo de uma só vez. O gosto do sangue se faz presente na minha boca e eu cuspo um grande coágulo, mas após sentir toda a dor, simplesmente volto ao normal e eles me golpeiam mais uma vez.

— Izuna, eu também não queria estar assim. -começo a chorar de desespero, não aguento mais isso nem por um segundo. — Eu não sei o que está acontecendo comigo, estou ciente de que não sou eu de verdade. Eu só queria voltar no passado e não cometer todos esses erros.

— É, mas você não pode. -ele lamentou falsamente. — Por isso, vou continuar até que você se arrependa genuinamente e decida voltar comigo para Konoha.

— Eu não posso voltar agora, tem muitas pessoas que precisam de mim! -gritei.

    Os clones se aproximaram com as espadas e eu fechei fortemente os olhos, desejando sumir. Minhas sobrancelhas se uniram quando percebi que a dor não se fez presente. Quando abri os olhos, já não estava mais naquele pesadelo.

    Meu corpo está cansado, como se eu tivesse corrido uma maratona. Dói como se tudo tivesse sido real, mas eu sei que era uma espécie sinistra de genjutsu.

    Izuna ainda está em cima de mim, me olhando fixamente sem esboçar qualquer reação. Começo a chorar compulsivamente, sem saber o que fazer. Não sei nem o que pensar.

    Até que Izuna cospe um tanto de sangue bem no meu rosto.

— Izuna? -arregalei os olhos, passando a mão pelo meu rosto todo sujo.

S/n... -ele gemeu com dificuldade.

    Izuna despencou o peso por cima de mim e só agora vejo Itsuki de pé atrás dele. Está com as mãos sujas de sangue e com uma expressão de pavor.

Não, não, não, não. -repito diversas vezes.

    A respiração de Izuna está acelerada e muito fraca. Com cuidado, tiro ele de cima de mim e o deixo de bruços ao meu lado. Percebo logo que a minha espada está cravada profundamente em suas costas.

— Itsuki, por quê? -perguntei.

    Mesmo um pouco perturbada, me esforço para conseguir me concentrar e iniciar o ninjutsu médico. O pulmão do Uchiha foi perfurado, não tenho muito tempo para agir. Se eu não for rápida, ele morrerá.

— O que está acontecendo? -Madara entra correndo na sala.

    Ele fica parado na porta por alguns segundos, até assimilar tudo o que está acontecendo. Logo, ele avança para cima de Itsuki e começa a espancá-lo sem pena.

— Não briguem. -pedi entre soluços.

   Neste momento, os outros membros da equipe Uchiha chegam na sala e ficam todos amontoados na porta, tentando entender o que está acontecendo.

— Por favor, não deixem que o seu líder mate o Itsuki. -implorei.

— Madara-sama! -os homens chamavam, mas ele estava cego e surdo pelo ódio.

    Respiro fundo e mantenho o ninjutsu médico enquanto retiro a lâmina do corpo de Izuna. Mesmo me esforçando ao máximo, meu cérebro não obedece aos meus comandos. Estou perdendo a concentração e o fluxo de chakra medicinal o tempo inteiro.

— Ele está inconsciente, mestre! Pare! -ouço Osamu dizer.

    Os membros do esquadrão de Madara se esforçam para tirar o Uchiha de cima de Itsuki. O meu mordomo é muito fraco, se eu não fizer nada, ele vai morrer.

— Filho da puta! -Madara gritava enquanto batia no garoto.

— Madara, eu preciso da sua ajuda aqui! -menti. — Se você não me ajudar, o Izuna vai morrer e a culpa vai ser sua!

    Por sorte ou acaso divino, ele recobra a consciência e se ajoelha ao meu lado rapidamente, segurando a cabeça do seu irmão com uma das mãos e colocando sobre a sua coxa.

— Mantenha ele consciente, não deixe ele dormir. -instrui.

— Certo. -ele está ofegante e sujo com o sangue que provavelmente espirrou de Itsuki.

    Não olho para o mordomo, pois se eu ver, vou perder completamente o foco. Eu realmente não posso me desconcentrar mais, senão Izuna vai morrer nas minhas mãos.

— S/n, se concentra. -Madara pediu.

    Continuo chorando, e agora nem tento esconder isso. Se eu prender o choro, vou ficar muito tensa. Minhas lágrimas se unem às minhas mãos manchadas e eu finalmente consigo ajustar o fluxo do chakra medicinal.

— Ah, graças à Kami. -sussurrei baixinho, me sentindo um pouco mais aliviada.

    Aos poucos, o ferimento de Izuna foi sendo curado. Enquanto isso, tratei de aliviar a minha mente de todo o resto e apenas me concentrar em salvar a vida dele. O esquadrão Uchiha está "cuidando" de Itsuki, mas sei que ele não morreu e não está nem perto disso.

    Pelo menos eu achei que não.

— S/n... -Osamu me chama num tom preocupado. — Eu acho que o garoto está convulsionando.

    Olho de soslaio na direção deles e vejo o mordomo tremendo no chão, se afogando com sangue e engolindo a língua. Que desgraça!

— Se eu parar, Izuna vai morrer. -resmunguei comigo mesma.

— Você só pode salvar um. -Madara me olhou no fundo dos olhos.

    Pense em algum jeito. Tem que ter um jeito.
    Pensa, S/n. Pensa!

— Tem como salvar os dois. -falei em voz alta. — Madara, fica pressionando aqui por um segundo.

    Ele assentiu e obedeceu. Fiz um sinal de mãos rapidamente e gerei dois clones idênticos e perfeitos. Enquanto a minha versão verdadeira fica com Izuna, meus clones cuidam de Itsuki.

— Pensei que o fluxo do chakra medicinal de clones era mais fraco. -disse Madara.

— E é, mas é forte o suficiente para salvá-lo. -voltei a me concentrar em Izuna. — E sinceramente, Madara? Cala a sua boca, eu não quero falar com você.

    Cerrei as sobrancelhas e continuei o meu trabalho, enquanto uma parte da minha mente guiava os clones bem atrás de mim.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora