• coleção de mágoas •

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NARRAÇÃO:

    Mesmo sendo confrontada daquela forma, S/n sabia que ter dormido com Madara não foi nada demais. Tobirama estava nervoso, e no lugar dele, ela também estaria. Ela mentiu sem perceber, esqueceu de falar a verdade e acabou mal, mas nunca foi a intenção dela tê-lo enganado.

— Por que você não me contou? -o Senju perguntou.

— Olha, por que nós não saímos para dar uma voltinha e conversarmos melhor? -ela sugeriu, pois assim teria tempo de pensar no que dizer.

— Nós saímos. -disse Hashirama. — Preciso comprar umas coisas. Podem conversar aqui.

    O hokage era um homem bom, estava arrependido por ter errado com S/n. Mito estava brava com ele também, então emprestar a sala foi a melhor alternativa que ele encontrou para amenizar o que havia feito.

    O casal saiu da sala, deixando apenas S/n e Tobirama sozinhos. A garota respirou fundo e esfregou uma mão na outra na tentativa de controlar a ansiedade que estava sentindo. Pedir desculpas era algo que ela detestava fazer.

— Eu menti porque não queria que você se afastasse. -ela disse.

— Eu não iria. -o Senju respondeu sem olhá-la.

— Mas você sempre deixou claro que odiava clãs amaldiçoados e "aquele tipo" de kekkei genkai. -ela fez aspas com os dedos, gesticulando enquanto falava. — Eu sou as duas coisas, por isso não falei.

— Eu confiava em você, não te odiaria por algo que você não escolheu possuir. -ele continua sem olhar para ela. — Mas manter essa mentira por tanto tempo foi uma escolha sua. Eu queria ter ouvido da sua boca e não pelo meu irmão.

— Eu ia te contar hoje mesmo. -ela deu um risinho nervoso.

— Mentirosa.

— Eu não menti por mal, ok? Não fiz nada para te prejudicar. -cruzou os braços. — Não vou pedir desculpas. Nunca fui obrigada a te contar sobre a minha vida. -ela faz uma pausa ao ter o olhar do Senju finalmente preso nela. — Mas se eu pudesse voltar no tempo, contaria.

    Os dois ficam em silêncio por alguns minutos, até estarem em um clima constrangedor. S/n fica inquieta e caminha até a janela do escritório, passando a olhar para o céu enquanto espera um pronunciamento de Tobirama.

— Você era virgem mesmo? -ele perguntou. — Ou mentiu sobre isso também?

    A garota se virou de frente para ele e ficou o encarando mortalmente. Ela não acreditava no que estava ouvindo, será que ele era tão idiota ao ponto de desconfiar disso?

— Está duvidando? -ela perguntou incrédula.

— Você dormiu com aquele Uchiha. -afirmou.

— Só dormi. -ela se aproximou dele. — Se eu não fosse virgem, com certeza não mentiria sobre isso. E se eu tivesse transado com ele, eu falaria.

— Falaria? -ele ironizou. — Eu não acho.

— Por que isso está incomodando tanto você? -ela cruzou os braços e apoiou o peso em uma das pernas. — Pelo o que eu me lembre, nós dois deixamos claro que não queríamos um relacionamento sério. Logo, eu durmo com quem eu quiser!

    Naquele momento, S/n só queria ouvir ele dizendo o contrário, como naqueles filmes onde a discussão acaba em sexo e em um pedido de namoro. Mas na vida real não funciona assim. Na vida real as pessoas se magoam e nem sempre conseguem superar com facilidade.

    Tobirama gostava de S/n. Não a amava, mas gostava e confiava nela, pois um dia foram amigos. Porém, saber que era o único que não sabia de um assunto tão importante, deixou o Senju decepcionado. Mas ele se colocou no seu lugar, afinal, ela nunca teve a obrigação de ser sincera sobre nada.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora