• um pedido de desculpas •

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S/N:

    Depois que Madara saiu, adormeci novamente e acordei num pulo às onze da manhã. Levantei correndo, pois não quero que ele volte e eu ainda esteja aqui. Fui até o banheiro, me lavei e me vesti, catando todas as minhas coisas pelo quarto até estar pronta.
    Vou ter que ir sem sutiã. Droga. Por sorte, vim de casaco.

    Saio do quarto e caminho em passos rápidos pelos corredores, até passar pela cozinha e ver Izuna almoçando sozinho. Ah, ele deve saber de tudo, provavelmente ouviu.

— Bom dia! -falei me aproximando da mesa.

    Izuna virou um pouco de comida pelo susto, me olhando furioso.

— O que está fazendo aqui? -ele perguntou. — Dormiu aqui?

— Você não estava em casa?

— Eu passei a noite em missão, cheguei agora. -revirou os olhos.

    De fato, ele parece cansado. Me aproximo mais e puxo uma cadeira ao seu lado.

— O que você está comendo aí, hein? -espiei o seu prato e xícara, mas ele escondeu com os braços.

— Sai. Se quiser, vai se servir. -xingou.

— Ignorante. -murmurei, pegando um pouco de café que estava numa garrafa em cima da mesa. — Mas e aí? Como foi a missão?

— Fácil. -deu de ombros. — Mas tivemos um problema com um dos homens da equipe. Ele foi envenenado.

— Que merda.

— Sim. -suspirou. — Chamaram o meu irmão para a primeira reunião do conselho por causa disso. Precisamos de um esquadrão de médicos em todas as missões. Aquele homem quase morreu.

— É o desejo de Mito. -suspirei, me sentindo culpada por ter rejeitado a vaga no conselho.

— Se der certo a nossa sugestão, você provavelmente será a capitã dos médicos ninjas até que a esposa do hokage possa assumir o cargo. -me olhou, animado. — Você finalmente seria alguém importante.

— Mas eu já sou. -rebati.

— Para quem? -zombou. — Só Kami, né.

— Para a Mito, Shodaime e para você também. -empurrei seu ombro com o meu, sorrindo ladino.

— Esqueceu do Senju e do meu irmão. -ele gargalhou.

— Você não consegue conversar comigo sem mencionar eles? -revirei os olhos, irritada.

— Fala sério, como vou ignorar esse assunto se estou vendo essas marcas roxas no seu pescoço? -revelou entre risos.

    Dei um sobressalto na cadeira e cobri o pescoço com as mãos, só agora lembrando desse detalhe. Minhas bochechas esquentam como se queimassem. Lembro de tudo da noite passada e de hoje de manhã, e isso me causa muitos arrepios.

— Olha, S/n, você é a primeira mulher que dorme com o Madara. -ele diz, agora num tom sério. — Ele está diferente desde que você chegou.

— Isso é ruim? -perguntei receosa.

— Bom, seria muito ruim se eu não gostasse de você. -sorriu, mas desfez a expressão rapidamente. — Eu sei que você não vai machucar o meu irmão, porque você não é má. Mas, se você o magoar de algum jeito, ou fizer ele gostar de você e depois largá-lo igual fez com o Senju... -ele faz uma pausa, ativando os seus sharingans e me olhando com o canto do olho. — ... eu mato você. -completou.

    Não estou me vendo, mas sem que empalideci. Izuna se tornou assustador de repente, então apenas engulo em seco e pondero muito bem a minha resposta antes de dizer algo.

— Escuta aqui, pirralho! -seguro sua nuca e enfio a cara dele na mesa, segurando-o firme. — Você pode ter esses olhos, mas eu também tenho um doujutsu e eu sou a sua única amiga. Você não vai fazer nada contra mim, e se fizer, acabo com você primeiro!

    Eu o solto e ele me dá um tapa na cabeça. Empurro o seu rosto ao mesmo tempo que ele fica empurrando o meu, até que uma empregada bate na porta da cozinha, carregando um balde e com uma expressão assustada.

    Sentamo-nos direito na cadeira e sorrimos para ela, disfarçando a situação.



• • •


    Estou andando de volta para casa quando vejo Tobirama de longe, vindo na minha direção. Baixo o rosto e tento cortar caminho pela esquerda, mas ele percebe e para na minha frente antes que eu consiga fugir.

— Oi, S/n. -ele disse.

— Oi. -murmurei, com a cabeça baixa.

— O que está fazendo aqui nessa chuva? -perguntou.

— Indo para casa.

— Hum. -sinto o seu olhar pesando sobre mim. — Depois daquele dia em que quase te matei, ando me sentindo culpado. Queria te pedir desculpas.

— Mas você já pediu. -resmunguei.

— O quê? -seu tom é de pura confusão. Encaro o seu rosto. — Eu fui na sua casa num dia à noite, mas você não estava. Depois daquele dia, só agora estou te encontrando. Tenho certeza de que não me desculpei com você ainda.

    Arregalo os olhos e fico ofegante. Como ele não lembra? Nós literalmente transamos no meu banheiro. Mas pensando bem, eu o joguei para fora da janela e depois o vi normal. Isso não faz sentido, mas parece que as minhas teorias estão se concretizando agora.

— Eu me confundi. -fingi um sorriso. — Mas, tudo bem, aceito as suas desculpas.

— Você disse com tanta certeza que eu já havia me desculpado. -ele coçou o queixo com o indicador. — O que aconteceu?

    Tobirama não é burro, ele me conhece o suficiente para ter percebido a minha confusão. Respiro fundo, um pouco tímida por ter que dizer isso.

— Nós literalmente transamos no meu banheiro. -murmurei. Pude ver ele arregalar os olhos e ficar rapidamente corado.

— Eu tenho certeza que não. -respondeu. — A última vez que transamos foi no hotel.

— Se não era você, quem era? -me senti trêmula só de imaginar o que poderia estar acontecendo.

— Vou comunicar Hashirama sobre isso. Deve haver algum invasor pervertido. -ele colocou a mão no rosto, envergonhado. — Me desculpe.

— Tudo bem. -respondi.

    Me despeço do Senju e volto a andar rumo à minha casa, desta vez muito nervosa e triste. Eu transei com alguém que nem conhecia, mas por que alguém iria me enganar assim? Pensar nisso faz eu me sentir violada e suja.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora