• mentirosa •

4.3K 554 264
                                    

No dia seguinte.

NARRAÇÃO:

    S/n e Tobirama fizeram apenas uma pequena pausa no caminho e logo continuaram, chegando em Konoha nos primeiros raios de sol da manhã.

    Os moradores que tiveram contato com Amaya foram instruídos a manter segredo sobre o ocorrido, pois aquilo tudo poderia facilmente cair nos ouvidos de S/n, e não era essa a intenção do hokage ou dos outros líderes.

    Tobirama se despediu da garota e seguiu para o prédio do hokage, enquanto ela decidiu ir para casa dormir pois estava cansada demais da viagem longa que fizeram.

    O Senju adentrou o escritório do seu irmão, encontrando Hashirama já aguardando pois sabia que eles chegariam bem cedo.

— Bom dia, irmão. -disse o hokage. — E a S/n? -perguntou ao perceber que ela não estava junto.

— Foi descansar. -Tobirama sentou-se em cima da mesa. — Por que precisava de mim?

— Foi bom ela não ter vindo junto. -Hashirama suspirou cansado e andou até a janela, encarando o nascer do sol enquanto falava. — Creio que vocês se relacionaram, sim?

— Sim. -o mais novo assumiu sua expressão séria de sempre, atento em cada palavra, já pressentindo que algo não estava correndo bem.

— Então ela provavelmente te contou tudo. -o hokage afirmou, encarando o céu.

    S/n não tinha dito absolutamente nada para Tobirama. Aliás, ele era o único que não sabia sobre o doujutsu ou sobre a história dela. Mas o Senju não era bobo, ele conseguiria descobrir tudo facilmente pela boca do seu irmão com apenas algumas palavras bem colocadas. Hashirama não era tão esperto quanto ele.

— Sim, contou. -o mais novo mentiu. — Alguma novidade?

— A irmã dela esteve aqui ontem, na madrugada. -o hokage respira fundo, finalmente virando de frente para Tobirama. — Veio para buscá-la, mas Mito não permitiu.

    O mais novo fica estático, sem mudar a expressão mas com o corpo paralisado, processando aquelas informações. Ele sabia que S/n tinha uma irmã, mas pensou que estava morta. Inclusive, a própria S/n pensava que a irmã estivesse morta, aquilo estava muito confuso.

— Ela falou mais alguma coisa? -Tobirama manteve o personagem.

— Falou. -Hashirama nem percebeu que o irmão estava blefando e sentou-se na sua cadeira para continuar a conversa. — Disse coisas sobre a maldição das mulheres do clã dela, e que tudo piora depois que o doujutsu é despertado.

— Ela não me falou sobre a maldição. -Tobirama proferiu com um fio de voz.

— É semelhante ao clã Uchiha, mas no lugar do ódio, elas são gananciosas. Sempre em busca de mais poder. Mas a S/n não é assim, a irmã dela é. -o hokage continuou de forma ingênua, enquanto folheava alguns papéis em sua mesa. — Bom, Amaya disse que a garota pode ser uma bomba-relógio que está prestes a explodir, bastando apenas um mínimo gatilho.

    Tobirama ficou paralisado encarando a parede atrás do hokage. Além de possuir um doujutsu, S/n também era amaldiçoada. Tudo o que ele mais abominava estava nela, e o pior de tudo: ela ainda era mentirosa.
    O Senju se sentiu usado. Sentia como se S/n tivesse se aproveitado dos sentimentos dele para fazer o que tanto queria, sem ter o mínimo de decência de contar a verdade antes.

    Ele se sentia enganado, e de fato havia sido.

— Entendeu? -Hashirama perguntou, mas Tobirama não tinha ouvido quase nada do que ele estava dizendo. — Irmão? -o hokage chamou novamente.

    A ficha de Hashirama finalmente caiu e ele percebeu que talvez tivesse dito o que não devia. Mentalmente ele desejou enterrar a cabeça no chão, mas agora que já tinha vacilado, precisava dar um jeito de concertar aquilo.

— Você não sabia, não é? -o hokage murmurou.

— Aquela... -Tobirama rangeu os dentes, levantando de onde estava e andando pelo escritório. — Ela não me disse!

— Irmão, eu achei que...

— Ela é pior do que aqueles malditos Uchihas. -o mais novo espraguejou. — É mentirosa, oportunista, petulante e manipuladora. Como eu pude acreditar? -ele encara o irmão. — Quem mais sabe disso?

— Tobirama...

— Me fala! -ele insistiu, mas Hashirama se pôs de pé e começou a levar a conversa para um lado mais sério.

— Eu errei em ter tocado nesse assunto sem perguntar para ela primeiro. -disse o hokage com expressão fechada. — Mas não vou dizer mais nada sobre isso. Se quiser detalhes, pergunte para ela.

    Tobirama manteve contato visual com o seu irmão por alguns segundos, o encarando mortalmente. Ele ponderou sobre o que seria o melhor a se fazer naquele momento e decidiu se manter firme, afinal, uma mulher esperta era o suficiente para desestabilizar um homem maduro e, se S/n estivesse planejando acabar com ele, ficaria mais fácil com ele descontrolado. Ele precisava se conter para não ficar vulnerável.

— Eu sei que está magoado. -disse Hashirama.

— Eu? Magoado? Jamais. -o mais novo forçou o maxilar, sem tirar todas aquelas informações da cabeça. — Mas agora quero ouvir da boca dela.

— Irmão....

— Se ela teve coragem de me olhar nos olhos e mentir, vamos ver se vai ter a mesma coragem para me falar a verdade. -o mais novo prosseguiu, sem dar ouvidos ao hokage.

— Quando vocês se encontrarem e falarem sobre isso, não toque no nome da irmã dela em hipótese alguma. -o mais velho pediu. — Independente da raiva que você esteja sentindo, do lance que vocês tiveram ou de qualquer coisa... esse assunto é de total sigilo por enquanto. Não fale para ela.

— Eu não vou. -Tobirama respirou fundo e passou uma das mãos pelos fios do seu cabelo, frustrado. — Tem alguma missão para mim? Quero ir para longe.

— Tenho para a noite. -Hashirama pegou uma prancheta. — Vai ser necessário um esquadrão e será uma missão curta de uma semana. Buscar um pergaminho no país do trovão.

— Ótimo. -Tobirama finalizou.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora