S/N:
— Não, não, não. Isso não pode estar acontecendo. -sussurrei comigo mesma.
Levanto e me certifico de que Tobirama foi realmente embora. Tranco a porta e caminho até o banheiro, abrindo os olhos na frente do espelho.
Estão como naquele dia.
O brilho esverdeado, a pupila estreita. Se esses olhos não tivessem essa coloração fluorescente eu poderia continuar no escuro e ele não iria perceber. Mas não, eles praticamente brilham no escuro!
Pera aí, será que eu enxergo no escuro?
Corro pela casa, desligo todas as luzes e fecho todas as janelas, deixando tudo um breu. Por Kami! Eu enxergo no escuro!, percebo, sem conter um sorriso animado.
Corro até o banheiro novamente e me olho no espelho, analisando meu corpo seminu.
— E pensar que foi aquele Senju que tirou a minha roupa. -sussurro comigo mesma, sentindo um arrepio entre minhas pernas.
Só de lembrar já fico louca, mas ele provavelmente não vai me querer depois disso. Que droga, eu queria ter terminado o que começamos, eu estava pronta!, espraguejei. Acho que vou ter que morrer virgem.
Faço um selo de mão para desativar os olhos, mas não funcionou como da primeira vez. Tento mais de dez vezes mas não consigo.
— Que ódio! -falo alto, dando um tapa na pia do banheiro.
Fico me encarando no espelho, mas é como se eu não me reconhecesse. Estou me enxergando de uma forma diferente, como se eu estivesse em uma constante mudança.
Começo a ser invadida por um estranho sentimento de raiva. De repente, dou um soco no espelho e faço o mesmo se partir em mil pedaços. Estou ofegante, como se estivesse fora de mim. Preciso de água.
Vou até a cozinha e tomo um copo de água, mas nada é suficiente para matar a minha sede. Após uns 15 copos de água, sinto uma vontade enorme de fazer xixi e corro novamente para o banheiro.
Por Kami, minha vida está um caos!
Isso só me deixa mais irritada.
Saio do vaso sanitário e vou direto para o chuveiro, ligando na temperatura mais fria e deixando a água gelada esfriar o meu corpo. Após alguns minutos, me sinto melhor e menos irritada.
Saio do banheiro, toda molhada e nua, e caminho até o espelho da sala. Olho para o sofá onde quase perdi minha virgindade e lembro do que aconteceu, voltando a ficar irritada. Por que isso só acontece comigo?
Talvez se você não fosse mentirosa...
— Argh!!! -rosno, levando ambas as mãos à cabeça.
Encaro meu reflexo no espelho e percebo que os olhos ainda estão ativos. Como eu paro isso? Respiro fundo e faço um selo de mão, me concentrando novamente.
Após alguns minutos de olhos fechados e concentrada, encaro meu reflexo novamente e vejo que nada mudou. Piso forte no chão, causando uma rachadura no solo.
— O que eu faço? -pergunto para mim mesma.
Então, lembro-me da conversa que tive com Madara no rio. Talvez ele consiga me ajudar.
Corro até o guarda-roupas, pego uma toalha, me seco e coloco a roupa mais confortável que encontro. Coloco minha katana no cinto e saio de casa rumo ao território dos Uchihas.
• • •
Chegando em frente ao local, me certifico de que não fui seguida e nem avistada por ninguém. Dou um salto e subo em cima do muro, pulando para o lado de dentro em seguida. Não sei o que está acontecendo comigo, eu não costumo ser assim.
Todos parecem estar dormindo à esta hora, então caminho em passos firmes até a casa principal, onde Madara mora.
Bato na porta algumas vezes, mas ninguém me atende. Parece que tudo está colaborando para me deixar mais brava do que o normal.
Dou um soco na porta, quebrando-a e me permitindo entrar. Caminho alguns passos para dentro até ser prensada na parede com uma kunai pressionada contra o meu pescoço.
— Está louca, garota? -Madara me encara de perto, com seus sharingans ativos.
Empurro sua mão com força, agindo de uma forma que ele visivelmente não esperava. O Uchiha aparece atrás de mim e me segura pelo pescoço, usando um clone para me encurralar.
— Me solta! -digo, me debatendo e tentando me livrar do seu toque.
— O que está acontecendo com você, gata? -o Madara verdadeiro me analisa, com um sorrisinho maldoso nos lábios. — Perdeu o controle, foi?
Ele parece se satisfazer ao ver meus olhos ativos e isso é nojento da parte dele. Respiro fundo e paro de tentar me soltar, fazendo com que seu clone me solte por vontade própria.
— Eu já estava vindo te atender. -ele diz, fazendo o clone sumir como poeira.
— Não tenho a noite toda. -respondi.
— Madara-sama! -Kagami aparece correndo, parando atrás de mim. — S/n?
— Ela só veio conversar, diga à todos que não há perigo. -Madara ordenou. — Vem, vamos para o meu escritório. -ele convida, dando as costas.
Cerro o cenho e o sigo até o local instruído por ele, chegando então à uma sala semelhante a sala do hokage. Provavelmente é aqui que ele resolve as coisas sobre o seu clã, visto que ele é o líder deles.
— Falei que você ia me procurar. -ele sorriu vitorioso, sentando-se em sua cadeira. — O que houve?
— Não consigo controlar o doujutsu. -sentei-me na cadeira em sua frente. — Ativou sozinho e eu não consigo controlar.
— Está sentindo algo diferente? -me analisou com o olhar, atento.
— Muita raiva. -cerro o cenho e os punhos.
— Por que você ativou? Houve um gatilho? -arqueou uma sobrancelha.
— Não que eu saiba. -pensei um pouco.
— O que você estava fazendo quando os olhos ativaram?
— Eu não preciso te dizer isso. -cruzo os braços, virando o rosto.
— Então estava fazendo coisas impróprias? -falou com malícia, carregando um sorrisinho fraco no rosto.
— Me fala logo, o que eu faço? -revirei os olhos.
— Vou pensar. -se esparramou na cadeira. — Quer dormir aqui hoje?
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feiticeira • entre uchihas e senjus
FanfictionOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
