S/N:
— O pessoal de Konoha sabe que vocês vieram? -perguntei aos irmãos.
— Sim, falamos com o Hashirama antes de vir. -Izuna revirou os olhos.
— E Tobirama? -decidi perguntar sobre.
— Ele tinha uma missão pendente, então não pôde vir conosco. -ele deu de ombros. — Graças à Kami. -murmurou.
— Estou com saudades dele.
Olho de canto para Madara e percebo que ele aperta o apoio da cadeira discretamente. Não sinto falta de nenhum dos dois, mas gosto de falar porque sei que ele se irrita.
— De mim você não sentiu falta, idiota? -Izuna torceu o nariz.
— Ah, claro. -sorri fechado.
— Você não vive sem os Uchihas. -ele riu, orgulhoso.
— É, alguns. -provoquei.
Madara de repente se colocou de pé e pegou a sua gunbai que havia deixado no canto da sala. Não me dou o trabalho de virar o rosto na sua direção, mas Izuna se preocupa com a atitude repentina.
— O que houve? -o mais novo perguntou.
— Onde é o meu quarto? -Madara me olhou.
— Pergunte às empregadas. -respondi.
— Já vai dormir? -Izuna torceu o nariz, confuso.
— Sim, estou muito cansado. -ele virou de costas e simplesmente saiu da sala, batendo a porta em seguida.
O clima fica pesado no local, mas finjo não me importar. Sinto que Izuna está me analisando mortalmente.
— Por que está agindo assim? -ele perguntou.
— Estou absolutamente normal. -respondi.
— Não. -insistiu ele. Revirei os olhos. — Por que está falando nesse tom tão rude?
— Eu mudei muito, Izuna. Achei que já esperaria por isso. -o encarei, séria.
— Muito mesmo. -seu tom é de decepção.
— O que vocês estão esperando de mim? -uni as sobrancelhas. — Acha que eu vou voltar correndo para Konoha só porque vieram até aqui?
— Não. -ele cerrou o cenho. — Mas achei que pensaria sobre isso.
— Vejo que criou muitas expectativas exageradas. -ergui o maxilar e desviei dos seus olhos sombrios.
Não sei o porquê de estar falando assim, mas de repente o meu peito se encheu de raiva. Izuna não tem nada a ver com isso, mas não é como se eu pudesse controlar.
— Olhe para mim. -ele rosnou. Não obedeci. — Você não consegue nem me olhar enquanto fala.
— Consigo, só não quero. -finalmente o encarei.
Izuna analisa os meus olhos como se pudesse ver a minha alma. Sustento o seu olhar por alguns segundos, sentindo essa raiva estranha se alastrar lentamente pelo meu corpo.
— Para de brincadeira, S/n. -ele pediu, irritado.
— Não estou brincando. -dei de ombros.
— Para de agir assim! -elevou o tom. — Nós não desistimos de você, viemos até aqui e você age como se não sentisse nada!
— Sinceramente? Eu não consigo sentir nada. -disparei.
As palavras estão saindo automaticamente. Eu não queria estar dizendo essas coisas, não é verdade, mas não consigo parar.
Izuna relaxa a expressão e parece não acreditar no que ouve. De fato, sei que ele está se esforçando para não acreditar nessas coisas que estão saindo da minha boca.
— Nada? -perguntou, com um fio de voz.
— Nada. -afirmei.
Houve um silêncio de poucos segundos, que foram os mais tensos da minha vida. De repente, Izuna se colocou de pé e jogou a garrafa de whisky no chão, quebrando-a em mil pedaços.
— DESDE QUANDO? -ele gritou.
— Você está bêbado, garoto, para de surtar. Não sabe beber? -reclamei, levantando-me para não molhar meus pés na bebida que se espalhou pelo chão.
— Todos nós nos esforçamos para ocupar as nossas mentes enquanto você não esteve lá! -ele continuou falando alto, completamente descontrolado. — Mito chorou feito uma criança no parto porque queria você tivesse ido vê-la e nem isso você fez.
— Eu não tenho uma bola de cristal para saber o dia que ela iria parir o bebê. -rebati.
— Você nem mandou uma carta!
— Se eu soubesse que seria obrigada a mandar notícias, não teria me escondido aqui por todos esses meses! -também elevei o tom. Já estou de saco cheio dessa conversa. — Eu não voltei, não apareci, não mandei carta e não procurei vocês porque eu não quis.
— MAS NÓS QUERÍAMOS! -gritou, segurando os meus dois braços com ambas as mãos e me sacudindo com força.
— ME SOLTA! -o empurrei, fazendo com que ele batesse com as costas na parede e derrubasse algumas garrafas que estavam perto. — Você queria que eu agisse da forma que você planejou. Para de projetar em mim uma pessoa que não existe mais!
— Tobirama sumiu da vila desde que você partiu, Madara vive bêbado e atarefado, eu nem conseguia ficar em casa sem lembrar de você, Mito está esperando você voltar para colocar em prática algo que ela sempre sonhou. -ele listou, e em cada coisa que citava, mais furioso parecia. — E você não sente nada?
— Eu pedi para agirem assim? -perguntei, erguendo as sobrancelhas. — Não, eu não pedi. Se o Tobirama sumiu, Madara virou um alcoólatra, Mito está atrasando os planos e você se afundou em missões, o problema é de vocês. Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso.
Izuna mal espera eu acabar de falar e ativa os sharingans, correndo na minha direção. Tenho poucos segundos para me defender, mas consigo segurar o seu soco antes que atinja o meu rosto. Ficamos nos encarando de perto, mortalmente.
— Eu não quero brigar. -resmunguei.
— Mas eu quero. -ele rosnou, furioso. — Vou fazer você voltar à si por bem, ou por mal.
Com uma força que eu não sabia que tinha, Izuna se solta do meu toque e me acerta um soco bem no nariz. Cambaleio pela dor extremamente aguda nesta parte do rosto e caio sentada em sua frente.
Izuna não me dá nem um segundo para me recompôr e me acerta um chute no maxilar, me fazendo cair com as costas no chão. Eu quero reagir, mas o meu corpo simplesmente não obedece.
O Uchiha sobe em cima de mim e me obriga a olhar em seus olhos. Tento resistir, mas ele aperta o meu pescoço até que eu me renda.
Assim que os meus olhos se encontram com as iris vermelho carmesim, antes que eu pudesse perceber, estou amarrada em um tronco de madeira e em um lugar completamente desconhecido. É tudo confuso aqui, como se eu estivesse em uma outra dimensão sombria.
— Sua ingrata. -Izuna aparece na minha frente, segurando uma espada longa.
— O que é isso, seu merda? -tentei me soltar, sem sucesso. — Me leva de volta, porra! -ordenei.
— Você pode possuir um kekkei genkai, ser uma feiticeira maldita ou seja lá o que você se tornou. -ele se aproxima, com um sorriso malicioso nos lábios. — Mas agora, eu vou te apresentar ao meu tsukuyomi.
— Que diabo é isso? -cerrei as sobrancelhas.
Izuna não respondeu, apenas ergueu a espada e continuou se aproximando. Continuo me debatendo, mas é como se a minha força não funcionasse aqui. Lentamente, ele crava a espada na minha barriga, me arrancando um grito estrondoso de dor e pânico.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
FanficOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
