• intuição •

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NARRAÇÃO:

    Após algumas horas andando, o trio chega na aldeia da areia. S/n carrega Koji nas costas, pois o neném não consegue andar por muito tempo. Sempre que ele passa por uma árvore, arranca folhas para guardar de recordação.

    Com o doujutsu ativado e mesclado com magia, S/n tem os seus sentidos mais aguçados. Os três estavam quase nos portões da aldeia quando a garota sentiu que estavam sendo seguidos e parou de andar.

— Tem alguém atrás de nós. -ela anunciou.

    Itsuki começou a tremer igual uma planta no vento forte, algo que fez a garota gargalhar.

— Não é nada grave, mas não acho que seria seguro entrar em uma aldeia agora. -ela disse. — Minha visão será limitada por conta das construções, vamos para outro lugar.

— Já vamos voltar? -Koji perguntou, tristonho.

— Eu conheço uma cachoeira que fica bem perto daqui. -S/n respondeu. — Tem um campo ao redor. Vai ser mais seguro se formos lá.

— Tia, o que é uma cachoeira? -o garotinho questionou, torcendo o nariz.

— Ah, você vai gostar. -Itsuki se intrometeu. — Eu fui uma vez quando era mais novo.

    S/n riu contida ao ver a alegria do mordomo e a confusão de Koji, então o trio mudou a rota e seguiu tranquilamente rumo à cachoeira.

• • •

      Chegando no local, o sol do meio dia já era presente. O verão estava retornando e junto com o clima quente, muitas lembranças boas também chegavam.

     O último verão de S/n fora em Konoha e foi a época em que ela viveu os melhores momentos da sua vida. Mas a garota logo tratou de afastar aqueles pensamentos, pois ao mesmo tempo que viveu boas experiências, estava sendo enganada o tempo inteiro.

— Que lindo! -disse Koji ao ver o rio.

— Você quer nadar? -S/n perguntou, se agachando na frente do menino.

— Quero. -ele respondeu prontamente, sem nem saber do que ela estava falando.

    A garota tirou a armadura e o chapéu de palha que usava. Itsuki ficou paralisado, sem saber direito o que fazer.

— Ninguém vai fazer nada com a gente aqui. -ela garantiu. — Pode mergulhar também, se você quiser.

    O mordomo assentiu e tirou a camisa timidamente. S/n não se importou muito e tirou o restante das roupas e acessórios, ficando apenas com a camisa e calça que usava por baixo de todo o traje. Era óbvio que ela não ficaria seminua estando sob risco de algum ataque.

    A garota pulou na água e contraiu o corpo inteiro por conta da temperatura fria. Itsuki de repente se atirou no meio do rio, mergulhando e nadando em volta da margem.

— Tia, me pega! -Koji pediu, estendendo os braços.

— Pula. Eu te pego. -ela instruiu.

    O garotinho não hesitou e se atirou nos braços de S/n, rindo mas ao mesmo tempo assustado por estar vivendo algo tão novo e intenso para ele.

    Os três brincaram e nadaram na água por um longo tempo, talvez horas. As risadas naquele momento fizeram a garota esquecer de toda a tristeza que envolvia a sua vida nos últimos meses. Ela sentia falta da sua antiga versão, quando o mundo e os problemas pareciam ser muito mais fáceis de lidar.





• • •



    No meio da tarde, S/n já havia saído da água e estava sentada na margem, ao lado da sua espada, se secando no sol. Ela observava Itsuki e Koji brincando e sentia uma estranha sensação de paz observando aquilo, mesmo que no fundo sentisse falta de mais pessoas ali.

    O corpo de S/n entrou automaticamente em alerta, como se fosse puro instinto. Ativando discretamente o seu doujutsu, a garota teve certeza de que haviam pessoas observando os três, e também sabia onde estavam escondidos.

    Ela não podia deixar Itsuki e Koji com medo, então precisava ser discreta e centrada nas suas ações naquele momento.

— Vou fazer xixi. -ela anunciou, se colocando de pé e levando a espada consigo.

— Não vá para muito longe. -Itsuki pediu, enquanto tentava ensinar o garotinho a nadar.

— Volto logo.

    S/n seguiu dentre a floresta na direção oposta de onde havia alguém escondido. Como imaginava, as pessoas saíram de seus postos e a seguiram. De acordo com a sua intuição, era uma média de cinco à oito pessoas, sendo que duas delas não saíram de onde estavam antes.

    A garota baixou as calças e começou a urinar atrás de uma moita, enquanto fingia não estar ciente do que estava acontecendo. Assim que localizou onde estava uma das pessoas, S/n lançou a sua espada rapidamente na direção deles, acertando o braço de um dos membros daquela misteriosa equipe.

— Droga! -o homem xingou, urrando pela dor.

— Venham até aqui. -ela ordenou, erguendo as calças e saindo de trás da moita. — Que coisa feia ficar espiando uma mulher por trás das árvores! -xingou.

    A equipe inteira saiu dos seus esconderijos e todos ficaram parados na frente de S/n. Ela balançou a cabeça em negação ao ver que se tratava dos guardas do seu castelo.

— Estou decepcionada com vocês. -ela disse, de olhos fechados. — Mandei ficarem lá!

— Era perigoso deixar vocês saírem sozinhos. -o homem ferido se explicou. — Não queríamos correr o risco de perder a nossa nova rainha.

    A garota estalou os lábios e, mesmo irritada com a atitude deles, se aproximou para curar o braço do seu guarda. O homem prendeu um grito de dor assim que a espada fora removida, mas logo S/n iniciou o ninjutsu médico.

— Estão em quantos? -ela perguntou.

— Cinco.

— Imaginei. -ela suspirou, concentrada no seu trabalho. — Vocês precisam aprender a se esconder melhor. Qualquer ninja sensorial saberia que vocês estavam por perto.

— Desculpe. -o homem lamentou. — Dois de nós ficaram perto da cachoeira, cuidando da criança e do garoto.

— Eu sei. -S/n assentiu. — Vamos lá agora.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora