• desligamento •

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No dia seguinte.

S/N:

Decidi fechar o meu coração e fazer o que é certo. Chego em casa assim que amanhece, após o término do meu turno, e encontro Koji dormindo. Itsuki está sentado à mesa, fumando e me esperando voltar.

- Bom dia. -falei sem ânimo algum.

- Bom dia, amiga. -ele sorriu sem mostrar os dentes. - Como foi o seu primeiro dia?

- Foi bom.

Olhei de canto para o cinzeiro posto em cima da mesa e não deixo de reparar na quantidade absurda de cigarros apagados.

- Passou a noite fumando? -perguntei.

- E esperando você. Eu estava nervoso. -ele assentiu.

- Vai acabar se matando. -resmunguei e segui até o banheiro.

Tomo um banho gelado e fecho os olhos por alguns minutos. Não consigo sentir sono, estou muito elétrica com tudo o que vem acontecendo.

Eu sempre fui boa em me afastar e cortar laços, nunca foi algo que me afetou tanto assim, mas pensar em ficar longe daqueles malditos Uchihas me deixa triste. Talvez porque eu saiba que não vou conseguir, pois Koji faz parte da linhagem do clã e eu vou precisar criá-lo perto deles.

Pensando bem, se Madara quer tanto me ajudar, pode ficar com o garoto caso eu não encontre o pai biológico dele.

Eu decidi permitir o desligamento dos aparelhos da minha irmã. Mesmo que eu não queira, é o melhor para ela. Entretanto, sei que não vou mais ser a mesma mulher quando o peso da morte dela cair sobre os meus ombros. Não vou conseguir cuidar do Koji e provavelmente também não vou conseguir ficar nesta aldeia. O garotinho não merece sofrer junto comigo, já basta sofrer pela perda da sua mãe.

Mas ainda assim, mesmo que eu tente me conformar, estou irada. Às vezes eu penso que minha irmã viveu não só para me proteger, mas também para me perturbar até no leito de morte. Desde que eu descobri que ela estava viva, a minha vida virou de cabeça para baixo e decaiu consideravelmente. O amor não deveria ser tão doloroso assim.

Penso em Izuna e em tudo o que vivemos. Ele era meu amigo, muito semelhante a relação que tenho com Itsuki. Quando penso na possibilidade de Amaya ter usado ele para me afastar do clã, sinto uma tremenda angústia que me sufoca até a alma. Talvez eu não queira acreditar, mas no fundo não duvido que isso realmente tenha acontecido.

Eu sinceramente não queria ter que cortar os poucos laços que criei com o líder Uchiha. O nosso lance é bom e ele não mede esforços para me enaltecer e me fazer sentir a pessoa mais importante do mundo.

Bom, o Senju também era assim e eu o deixei para trás, cortei os laços e o deixei livre com tanta facilidade. Não entendo o porquê de estar sendo tão difícil fazer isso de novo com esse outro homem.

Talvez minha irmã queria me afastar pois sabia que a intensidade dos Uchihas me prenderia. De qualquer forma, eu não quero me amarrar à ninguém. Madara precisa reproduzir com alguém do próprio clã e eu nem quero ter filhos. Com certeza ele será o primeiro que me deixará para escanteio quando chegar a hora de fazer os seus herdeiros.

Tenho a absoluta certeza de que, se fosse para o próprio Madara escolher entre ficar comigo ou fazer o certo para a sua vida, ele não hesitaria tanto como eu estou hesitando. Nós não temos nada, afinal de contas. Não posso me emocionar igual o Senju e confundir as coisas.

Mas Izuna me fará falta. Aquele moleque maldito., cerrei os dentes com o pensamento e dei um soco não tão forte na parede. Droga., a minha mente está em colapso.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora