• visita inesperada •

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NARRAÇÃO:

    S/n ficou no rio até o cair da noite. Assim que colocou a cabeça em ordem e se sentiu mais relaxada, ela voltou para a sua casa.

    Após tomar tirar a roupa úmida, tomar banho e jantar, a garota deitou-se em sua cama para descansar, pois no dia seguinte era provável que teria alguma missão. E ela queria isso, pois precisava de dinheiro para se manter.

    Passados poucos minutos, alguém bateu em sua porta. S/n estava com os olhos ativados pois queria tentar entender aquele poder, mas assim que ouviu os barulhos de batidas, a garota desativou os seus olhos imediatamente.

    Ela levantou e foi atender, dando de cara com nada menos que Tobirama Senju, bem na sua frente. Seu estômago borbulhou e o coração bateu forte no peito, pois não esperava uma visita daquelas e muito menos aquela hora da noite.

— Posso entrar? -ele perguntou.

— Você não costuma pedir mesmo.

    Um filme de possibilidades passou pela cabeça de S/n sobre o que poderia acontecer ali, mas ela se manteve firme e deu espaço para que ele entrasse.
    E ele o fez, entrando em sua casa e parando no meio da sala, como havia feito da última vez em que esteve no local.

— Já arrumou tudo. -ele observou, olhando em volta.

— Eu não ficaria no meio da sujeira. -ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Você parece tensa. -o Senju a analisou com os olhos. — Não quero que fique assim comigo.

— Como assim? -ela se fez de sonsa.

— Prefiro você antes. -ele desviou o olhar. — Se eu soubesse que mudaria comigo depois do beijo, não teria feito.

    S/n refletiu naquelas palavras. Talvez ela estivesse se equivocando, exagerando demais nas suas emoções. Foi só um dia e um beijo. Antes disso, eles eram aluna e mestre, tinham uma boa relação de amizade, faziam bem um para o outro quando conversavam. S/n estava deixando isso morrer e estava agindo como alguém que ela nem mesmo conhecia, por causa de um único dia.

— Desculpa. -ela murmurou.

    Tobirama não queria deixar S/n desconfortável, afinal, ele se encantou pelo jeito extrovertida que ele costumava ser. Nunca passou pela cabeça dele que causaria aqueles efeitos. Ela estava visivelmente deslocada na sua presença.

— Eu trouxe vinho. -ele pegou uma garrafa da sacola que havia levado. — E duas taças.

— Que bom, porque eu não tenho taças. -ela sorriu desconcertada. — Pode sentar aí, no sofá. -instruiu.

    Tobirama tomou seu lugar e S/n sentou-se ao seu lado. A garota já estava um pouco mais relaxada, apesar de ainda estar sentindo como se seu estômago estivesse tomado de borboletas.

— Não quero deixar você desconfortável. -ele disse, servindo as taças com vinho.

— Não estou. -ela respondeu, pegando uma das taças e dando um gole. — É bom!

— Peguei o melhor. -ele sorriu sem mostrar os dentes e bebericou o líquido, fechando os olhos e saboreando o gosto.

    S/n aproveitou que o Senju estava de olhos fechados e ficou o observando. O maxilar travado, a garganta se movendo enquanto engolia, as sobrancelhas cerradas, a postura de homem marrento...

— Vamos fazer uma brincadeira? -ele sugeriu de repente.

    S/n desviou o olhar antes que ele percebesse que estava sendo analisado.

— Brincadeira? -ela questionou.

— Uma pergunta e uma resposta. Quando responder, bebe um gole, e quando não quiser responder, bebe a taça inteira. -ele apoiou o cotovelo no encosto do sofá, virando-se de frente para a garota. Tobirama carregava um sorriso convidativo nos lábios.

— É trapaça, beber um copo se não for responder. -ela riu, mas se animou com a brincadeira. — Vamos. Você começa.

— Hum. -ele arqueou uma sobrancelha e analisou S/n com o olhar, pensando por alguns segundos. — Prefere treinar comigo ou com a Mito?

— Ah, que pergunta óbvia. -ela bebeu um gole. — Com a Mito. -respondeu.

— Por quê? -ele riu divertido.

— Minha vez. -ela o interrompeu. — Prefere me treinar ou ir para o campo de batalha?

— Outra pergunta óbvia. -ele deu um gole da bebida. — Você. -respondeu.

— Como eu imaginei. -ela sorriu travessa. — Sua vez.

— Por que fica tão nervosa quando estou perto de você? -ele perguntou, fazendo o clima entre eles mudar.

    Desta vez, S/n não ficou desconfortável. Talvez pelo momento descontraído, ela gostou que Tobirama entrou nesse assunto e ficou animada com isso.

— Não fico nervosa, fico tensa, é diferente. -ela riu e deu um gole no vinho.

— Por quê? -ele se fez de magoado.

— Minha vez. -sorriu de canto. — Por que você me beijou de repente naquele dia? -perguntou de uma vez.

— Sabia que estava curiosa. -ele riu e levou o líquido de sua taça aos lábios, bebendo tudo de uma vez.

— Ah, não! -ela reclamou.

— Não vou responder essa. -ele lançou uma piscadela e encheu a taça novamente. — Minha vez.

— Fala. -ela revirou os olhos.

— Não gostou do beijo? -perguntou de repente.

    S/n sentiu seu corpo gelar, mas não ia dar o prazer da resposta que Tobirama queria. Ela sorriu travessa e bebeu todo o líquido da taça, sem quebrar contato visual com o homem em sua frente.

— Minha vez. -ela falou, se ajeitando no sofá com as pernas cruzadas. — Me beijou porque queria me deixar com vontade, ou porque você não aguentou a vontade que sentia? -arqueou uma sobrancelha.

— Diaba. -ele sorriu, atirando a cabeça para trás, rendido. — Não aguentei. -respondeu.

— Hum. -ela murmurou. — Quem diria, Tobirama Senju não conseguindo conter a vontade de me beijar. -ela bebericou o vinho.

    Os dois continuaram com perguntas desconexas até S/n se sentir um pouco mais solta do que o normal. A garota teve uma idéia perigosa, mas que naquele momento pareceu ser perfeita.

— Vamos mudar a brincadeira. -ela sugeriu, prendendo a atenção do Senju em si. — Quem não quiser responder, tira uma peça de roupa.


feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora