• conhecendo a própria história •

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NARRAÇÃO:

    Quando S/n acordou, Madara já não estava na cama. Uma parte dela pensava ter sido irresponsável por dormir com ele, mas outra parte sabia que não havia nada de errado. Mesmo que Tobirama descobrisse e não gostasse disso, ele e S/n não tinham compromisso algum então ela não devia explicações à ninguém.

    Enquanto isso, Madara estava com uma batalha travada em sua cabeça, entre ele e o seu subconsciente. Ele nunca havia dormido com uma mulher sem transar com ela. Ele nunca havia pedido para dormir com uma mulher, muito menos uma mulher petulante e que enfrentava a sua autoridade.

    Mas claro que não, afinal, a única mulher que o enfrentou na vida foi S/n. Fora ela, nenhuma outra havia sido corajosa o suficiente e era exatamente isso que fazia a garota se destacar aos olhos do Uchiha.

    Quando ela chegava, mesmo sem perceber, ela ditava as próprias regras e mesmo que Madara achasse que estava ganhando, no fim, acabava fazendo o que ela queria. A maneira com que ela se posicionava para conseguir as coisas era sutil e direta, algo que atraiu o Uchiha ao mesmo tempo que o frustrou.

    Ela tinha um espírito forte de coragem e liderança, certamente que por conta do passado do seu clã. Isso tudo só se confirmou quando a garota destruiu a porta da casa dele só porque ele nao atendeu de primeira. S/n já estava levemente consumida por uma raiva insana e repentina, causada pela sua maldição da ganância. Quem diria, até nisso eles combinavam., Madara pensou, mas afastou aquele tipo de pensamento imediatamente.

    S/n levantou, fez a higiene matinal e desceu até a cozinha para comer antes de sair, afinal, se ele queria que ela dormisse lá, teria que alimentá-la também.

— Bom dia! -ela falou ao encontrar Izuna na cozinha.

— Bom dia. -ele a olhou com malícia. — Dormiu bem, hum?

— Não me irrita logo cedo. -ela bufou, indo até os armários. — O que vocês têm para comer, hein?

— Garota... -Izuna engasgou com o nome dela, incrédulo pela sua falta de educação.

— Vai tomar café aqui? -Madara apareceu na cozinha.

— Óbvio. -ela sorriu fechado.

— Chame a Suy, diga para preparar um café para nós. -ele disse para Izuna, se referindo à alguma empregada. — Vamos para a sala de reunião, temos um assunto para tratar lá.

— Assunto? -a garota torceu o nariz. — Que assunto?

    Madara ignorou as perguntas e virou as costas, obrigando S/n a seguí-lo. Ela respirou fundo, acenou para Izuna e seguiu com o líder até a sala de reunião.

    Quando chegaram, haviam três anciãos sentados na ponta da mesa, com alguns livros em mãos. Ela arregalou os olhos minimamente ao vê-los, pois eles conheciam Tobirama.

— Essa conversa será de total sigilo. -disse um deles, notando a expressão assustada de S/n.

    Ela e Madara tomaram seus lugares à mesa, um de frente para o outro. Os anciãos folhearam os livros até chegarem em alguma página qualquer. S/n estava concentrada e curiosa, como sempre.

— Eu diria que é notório a sua familiaridade com o clã Gogatsu. -um dos velhotes disse. — As mulheres desse clã têm fama por serem belíssimas. Não é atoa que foram as primeiras kunoichis da história, pois atraíam qualquer homem para conseguirem o que queriam. Dos líderes, aos aldeões.

— Eu não entendi. -a garota arqueou uma sobrancelha. — Mas obrigada pelo elogio.

— As mulheres Gogatsu não atraem os homens só pelo fato de serem bonitas. -outro velho continuou. — Vocês são cheias de feromônios, algo que deixa qualquer homem naturalmente atraído. Eram conhecidas como feiticeiras nos tempos antigos, pois estavam à frente do seu tempo.

— Mas já sei que durou pouco, não é? -ela revirou os olhos.

— Na verdade, muitas mulheres Gogatsu usaram a sua inteligência única para selar o doujutsu e impedir que ele passasse para outras gerações. -o terceiro velho falou. — Estima-se que haja diversas mulheres do seu clã espalhadas pelo mundo ninja, porém não possuem o doujutsu e nem o sobrenome Gogatsu.

— Espertas. -ela resmungou.

— Sortudas. -corrigiu o ancião que estava sentado no meio. — Poucas mulheres do seu clã encontraram alguém que as amasse o suficiente a ponto de emprestar o sobrenome.

— São azaradas então. -a garota riu sarcástica, mas ficou séria ao perceber que ninguém estava achando graça.

— Os homens ficavam tão atraídos pelos feromônios que sentiam um desejo irracional por vocês. -outro ancião explicou, sério. — Mas depois de um tempo, e depois de fazer vocês se sentirem únicas, eles caíam na realidade e as deixavam para trás.

    S/n ficou paralisada, apenas refletindo naquelas palavras. Será que seria possível ela ter enfeitiçado Tobirama mesmo sem querer e por isso ele estava agindo daquela forma? Uma insegurança tremenda tomou o corpo dela, a deixando tristonha e nervosa.

— Por isso vocês foram as primeiras a despertar o doujutsu primário. Antes de qualquer homem Gogatsu, quem dominou todas as técnicas foi uma mulher do seu clã. -revelou outro velho.

— Como? -a garota questionou.

— Ela não aceitou ter sido deixada e exposta da maneira que havia sido, por um rei. O ódio tomou conta, a ganância a consumiu e ela matou o homem que amava, despertando acidentalmente o doujutsu do seu clã. -revelou o ancião do meio. — E depois disso, ela exterminou toda a família dele, incluindo as crianças e bebês, para assim assumir o reinado.

— E ela conseguiu? -os olhinhos de S/n exalavam curiosidade.

— Conseguiu. -ele finalizou.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora