S/N:
O sol está forte, mas a brisa leve diminui o calor. O clima está perfeito para mim, pois detesto dias frios. Madara está sentado ao meu lado, de olhos fechados e com o rosto erguido na direção do céu. Queria saber no que ele está pensando.
Depois de ver e ouvir tudo o que ele me disse, percebi que eu poucas vezes - ou nunca - dirigi uma palavra mais sentimental para ele. Sempre fujo das situações fazendo piadas e mudando de assunto, mas nunca vou direto ao ponto, de fato.
Eu sei o que ele quer de mim, mas não consigo revelar tudo o que eu tenho para oferecer. Pensei em dizer diversas coisas, mas saber que ele vai partir por tempo indeterminado me deixa insegura.
Agora pode ser que ele esteja mesmo gostando de mim, mas quem garante que isso vai perdurar até quando ele voltar? Quem garante que os meus próprios sentimentos vão durar até lá?
Fecho os olhos e tenho uma lembrança bem objetiva do dia em que a minha irmã falou comigo pela última vez. Ela me disse para aproveitar a vida, criar laços e me apaixonar. Não sei se essa confusão dentro de mim é por conta do feitiço que ela mesmo colocou no meu coração, mas prefiro acreditar que é.
Entretanto, não consigo negar e nem disfarçar o nervosismo, as pernas trêmulas, o coração acelerado e as borboletas no estômago quando estou com ele. Pode ser que ele não tenha percebido ou sentido o mesmo, mas uma das nossas transas teve uma conexão diferente das outras. Desde lá eu venho ficando cada vez mais nervosa e confusa.
Será que se eu assumir isso, vou entender? Meu Kami, Amaya, que ódio de você. Quando eu morrer e te encontrar você me paga.
Até alguns dias atrás eu tinha a certeza de que a única pessoa que eu amava na vida era a minha irmã, mas depois que ela se foi, os meus laços com várias outras pessoas se tornaram bem nítidos para mim. Izuna, Itsuki, Koji, Mito, Hashirama, Masu... é tão fácil dizer que eu os amo, porque eu sei que amo, mas quando o assunto é o Madara eu já não sei dizer que sim e nem que não.
Na verdade eu tenho medo de me entregar à esse ponto e ser abandonada. Mais do que triste, seria vergonhoso para mim. Assumir os sentimentos é a mesma coisa que se livrar de todas as minhas defesas, eu estaria vulnerável demais.
Porém, por outro lado, se eu não fizer isso agora, quando vou fazer? Pensando bem, se eu falar tudo agora e ele me der um pé na bunda, vou ficar puta mas pelo menos vou ter dito. Se eu não falar e ele me der um pé na bunda, vou morrer com a dúvida do que poderia ter sido se eu tivesse dito.
Meu estômago embrulha e o meu coração fica acelerado. Me curvo para tentar fazer essa angústia passar, mas é difícil. Estou passando por um surto interno dos grandes.
— Você está bem? -Madara perguntou.
A sua voz afastou os meus pensamentos. Só agora percebi que estava mergulhada neles. Olho para o seu rosto que está com a expressão serena, meus lábios se entreabrem algumas vezes mas nenhuma palavra sai da minha boca.
Eu literalmente estou com uma pane no meu sistema e saber disso me deixa mais travada ainda.
— Está pálida. -o Uchiha coloca a mão aberta na minha testa.
Minhas bochechas esquentam com força e eu fico ofegante. Se ele chegar mais perto, provavelmente vai conseguir ouvir o meu coração batendo.
— Eu... -tento falar mas as palavras não saem.
Num ato impulsivo, me atiro para trás e deito no gramado. Madara imediatamente se coloca de pé e anda até mim, se ajoelhando ao meu lado. Uma das suas mãos tocam o meu rosto e a sua expressão é de preocupação.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
FanficOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...