• sensei •

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S/N:

— Desculpe te tirar de casa essas horas, sensei. -disse à Mito, enquanto caminhávamos. — Você deve estar cansada por conta da gravidez.

— Eu preciso me movimentar, isso sim. -ela riu. — Hashirama é tão preocupado que não me deixa fazer nada. Minha vida está chata ultimamente, é bom sair de casa.

— Que bom. -sorri.

    Meus olhos são voltados para uma loja de roupas. Vejo que há sessão infantil, olho para a barriga de Mito - que está cada vez mais aparente - e decido ser uma boa madrinha, pelo menos uma vez.

— Vou comprar um presente para o bebê. -digo, pegando a Uzumaki pela mão e puxando na direção da loja. — Vem!

    Ela me segue, um pouco atordoada. Entramos no estabelecimento e somos recebidas por uma moça que deve ter quase a minha idade.

— Bom dia! -falei.

— Como posso ajudar? -ela perguntou, simpática.

— Quero uma roupa de bebê. -falei travessa. — É uma menina.

— Por aqui.

    Ela nos guia dentre os corredores simples até chegarmos em algumas prateleiras cheias de coisas lindas. Meus olhos brilham ao ver tanta coisa fofa e pequena, posso imaginar a bebezinha de Mito vestindo qualquer uma dessas peças.

— Escolhe, sensei. -pedi.

— Ah, eu não sei... -ela parece envergonhada.

— Para de bobeira. -revirei os olhos, pegando um vestido vermelho. — Olha, esse combina com o seu cabelo!

— Mas eu nem sei se ela vai ter o cabelo igual o meu. -riu.

— E daí? -bufei, olhando para a atendente em seguida. — Você pode me dar uma sacola ou cesta?

— Claro. -ela se afastou para buscar.

— Olha Mito, tem até um KIMONO INFANTIL! -gritei, extasiada. — KAMIIII, isso vai ficar tão fofo! -peguei em mãos. — Branco e verde, parece aquele que o hokage estava usando hoje de manhã!

— S/n, eu...

— Vamos ver umas fraldas. -a interrompi, concentrada nas prateleiras. — Olha, vai ser chato lavar esses panos cheios de cocô, mas já vou comprar um pacotinho. -dei uma risadinha divertida e peguei a embalagem.

— Aqui moça. -a atendente me entrega uma cestinha de madeira.

— Obrigada. -agradeci e coloquei as coisas dentro.

— Não vejo a hora de existir fraldas descartáveis. -Mito suspirou. — Eu sou uma kunoichi, não nasci para limpar cocô de neném.

— Pelo menos você é rica, pode pagar para fazerem isso para você. -gargalhei.

    Peguei mais alguns acessórios, pois são lindos mas não tem muita variedade. Peguei uma coberta para enrolar o bebê quando sair do hospital, também peguei um cobertor para usar em casa.

    Provavelmente Mito já tem tudo isso, mas estou comprando mesmo assim. Parece que estou mais animada do que ela sobre as compras.

— Você seria uma boa mãe, S/n. -disse a Uzumaki.

— Bate na madeira. -brinquei, sem dar muita importância. — Não tenho vocação.

— Eu também não tinha, agora preciso ter.

— Mas você está com alguém que ama. -rebati.

— Você também pode ter.

— Não acho. -insisto, tentando fugir do assunto. — Olha, tem prendedores de cabelo! Vou pegar um para mim e um para você.

— Tudo bem. -ela suspirou. — Você não me contou como foi a sua noite depois que saiu lá da minha casa naquele dia, S/n. -paraliso com as suas palavras. — E vendo essas marcas no seu pescoço, suponho que tenha aceitado aquele convite.

    Meu corpo congela por um segundo quando lembro que estou toda marcada. Sim, eu falei para ela sobre o convite, mas não contei que eu aceitei. Puxo a gola da camisa mais para cima e faço uma careta, fugindo de Mito e entrando no outro corredor. Ela vem atrás de mim, decidida a descobrir o que quer que seja.

— Então você foi até ele, hum? -ela sorriu travessa.

— Fui. -não olhei em seus olhos, apenas para as prateleiras.

— E como foi?

— Foi bom. -dei de ombros. — Podemos não falar nisso?

— Eu fico curiosa. Hashirama está todo empolgado com a quietude dos Uchihas, mas ele não sabe que o motivo pode ser o chá que você anda dando para acalmar o líder deles. -gargalhou.

— MITO! -sem querer gritei, chamando a atenção das atendentes.

    Decido parar de olhar a loja e ir pagar logo de uma vez as coisas que já peguei. Meu rosto está queimando, por que ela tem que ser tão indiscreta? Ela fala justamente as coisas que sabe que eu não quero ouvir. Mas vou sentir falta disso.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora