• engraçadinhos •

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S/N:

— Quem te deu esse colar? -Madara perguntou.

— Uma senhora. -dei de ombros, levando meus dedos até o pingente.

— Mas você não é uma Uchiha. -ele sorriu ladino.

— Não importa.

— Só vai se tornar uma Uchiha quando se casar com algum membro do clã.

— Eu não quero. E mesmo que quisesse, não vou trocar meu sobrenome com homem nenhum. -sorri travessa. — Se ele quiser, ele que vai virar Gogatsu.

— O clã Uchiha é mais forte. -rebateu.

— Mas o clã Gogatsu que precisa ser restaurado. -arqueei as sobrancelhas.

— Vai ser. -ele pegou uma das garrafas e levou até os lábios, me olhando fixamente. — É só você querer.

    Fico um pouco aérea com as palavras de Madara, mas eu costumo brincar com as pessoas e falar que vou restaurar o meu clã, talvez ele esteja brincando também. Ainda não o conheço o suficiente para saber até onde ele é sério e quando está só brincando.

    Involuntariamente passo a língua nos lábios, pois estou com a boca seca. Não desvio dos olhos do Uchiha enquanto dou um gole na bebida da minha taça. Madara está com os lábios entreabertos e os olhos sombrios, como se pudesse me devorar só com o olhar.

Mulher... -ele falou com a voz baixa e arrastada, se ajeitando na poltrona. — O que você fez comigo?

    Minhas bochechas esquentam violentamente e meu estômago embrulha. As borboletas estão na minha garganta, como se pudessem me sufocar. Eu só senti isso com uma pessoa antes, e isso me deixa nervosa.

— Sua taça, irmão! -Izuna retornou, finalmente. Mesmo sem perceber, ele me livrou dessa situação estranha. — Que climão. -torceu o nariz.

    Madara pareceu incomodado e arrumou o kimono no colo. Observei aquilo de soslaio, para não ficar muito óbvio.  Espero que eu esteja imaginando coisas, porque não pode ser real.

— E o seu namorado, S/n? -Izuna perguntou.

— Qual namorado? -perguntei automaticamente.

— Tem tantos assim? -Madara riu soprado.

— Óbvio que não, olha só para ela. -o mais novo zombou. — Essa garota nem tem tantos pretendentes assim, e só se envolveu com um único homem.

— Está louco, Izuna? -cerrei as sobrancelhas na direção dele.

— Eu sei da sua missão falsa, o Kagami me contou. -ele gargalhou.

— Cala a boca, garoto! -falei arregalando os olhos na direção dele.

— Esteve fazendo missões falsas? -Madara riu contido. — Você sabe com quem, irmão?

— Ah, é óbvio. -Izuna estava agindo inocentemente e se divertindo com aquilo. — Quem mais poderia pedir uma missão falsa? Foi aquele filho da puta do Tobirama Senju.

    E nesse momento, eu quis morrer.
    Desviei o olhar para todos os cantos, não sabendo direito para onde olhar. Izuna e Madara estavam se divertindo com a minha cara, isso era óbvio, mas aquele assunto me incomodava.

— Se envolveu com aquele Senju? -Madara riu fraco, como se quisesse esconder que estava achando graça da situação. — Não tinha alguém melhor, não?

— Não interessa para você. -respondi.

— Mas eu estive pensando aqui. -disse Izuna, num tom travesso. — Ela se meteu na frente da espada dele para me defender, então eu acho que andaram brigando. -me olhou com malícia.

— Eu nunca tive nada com ele, garoto. -reclamei. — E se eu tivesse, o que você tem a ver com isso? Eu não entendi até agora, no que isso vai afetar a sua vida?

— Ui, ela ficou brava. Acho que ainda dói. -Madara provocou, fazendo Izuna gargalhar.

— Não, mas eu acho que Kami deu uma vida para cada um, então vocês cuidam da vida de vocês enquanto eu cuido da minha. -revirei os olhos, dando um sorrisinho em seguida.

— E antes dele, você teve alguém? -o mais velho perguntou de repente.

    Izuna ficou sério, talvez não esperasse uma pergunta mais pessoal. Até então ele estava só me zoando, mas o interesse repentino do seu irmão o deixou mudo.

— Por que quer saber? -perguntei.

— Só para saber. -o líder deu de ombros.

— Não, antes dele não tive ninguém. -respondi.

— Você perdeu a sua virgindade com aquele Senju? -Izuna gargalhou, atirando a cabeça para trás. Parecia o melhor dia da vida dele, me tendo como alvo principal das suas piadas. — No meio do mato?

— Não, não foi no meio do mato.

— Foi onde? -o tom de Izuna era debochado, não estava levando a sério nenhuma palavra que eu falo.

— Foi num hotel, muito bonito inclusive. -ergui as sobrancelhas, num tom convencido.

— O dinheiro da população está rendendo, hein. -ele riu, cutucando Madara.

— Ele foi legal com você? -o mais velho perguntou de repente.

    Novamente, Izuna ficou sério e confuso. Madara estava se divertindo, pelo o que parecia, mas ao mesmo tempo estava interessado demais, muito além de apenas zombar de mim.

— Foi. -respondi convencida. — Não poderia encontrar um parceiro melhor para aquele dia. -fiz uma rápida pausa, bebendo todo o líquido da minha taça de uma vez. — Mas não tenho mais nada com ele, já acabou.




feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora