feiticeira • entre uchihas e senjus

• desejo •

NARRAÇÃO:

— Você não entenderia. -Madara proferiu, sério.

— Então me explica. -S/n pediu.

     O Uchiha curvou os lábios em um sorriso quase imperceptível. Estava gostando da conversa, por incrível que pareça.

— Amar alguém além do meu irmão pode me trazer problemas. -ele disse, fazendo uma pausa para beber o whisky. — Além de eu não conseguir, eu também não quero nem tentar. Esse sentimento me deixaria vulnerável, além de ser algo inútil.

— Está errado. -ela contestou, pegando a garrafa da mão dele. — O amor é um sentimento poderoso. Se alguém te ama, você tem a pessoa nas mãos.

— Mas ela também me teria. -ele rebateu.

— Você tem um ponto. -ela riu, dando um gole da bebida e entregando a garrafa para o Uchiha. — Tem sorte de não sentir isso.

— Você também.

— Mas você tem o seu irmão. -ela acrescentou, ficando séria. — Eu sofro todos os dias por ter perdido a Amaya. Às vezes eu queria poder arrancar esse sentimento. Gostaria de não sentir nada.

    Madara observou S/n por alguns segundos, em silêncio. Ele jamais poderia contar que a irmã dela estava viva, era um segredo perigoso, porém se ele pudesse, contaria.

— Não quero falar de coisas tristes. -ele disse. — Vai dormir aqui, não vai?

— Vou.

— Comigo? -o Uchiha arqueou uma sobrancelha.

    S/n sentiu um arrepio descer pelas suas costas e parar entre as suas pernas. Ela uniu os joelhos e se encolheu na poltrona, ponderando se deveria ou não aceitar o convite.

— Não sei. -ela respondeu. Pela primeira vez, esteve confusa da sua decisão.

— Está com medo de mim? -ele riu. — Eu não mordo. Só se você me pedir.

    Ela se encolheu mais um pouco, como se aquela poltrona fosse enorme para o tamanho dela.

    Madara deixou a garrafa de whisky em cima da mesa de centro e se ajeitou na sua poltrona, com as pernas um pouco abertas. S/n sentiu o seu coração acelerar quando ele deu dois tapinhas em uma das coxas, como um convite.

— Vem cá. -ele disse baixo. — Senta aqui.

    A garota sentiu suas pernas ficarem dormentes enquanto o seu rosto esquentou com força. Ela estava bêbada, então não estava num bom momento para tomar decisões como aquela.

— Não pense no que é certo ou errado. -disse o Uchiha. — Pense no que você deseja de verdade.

    S/n se deu conta de que estava ponderando sobre o que as pessoas pensariam dela, mas ela só esteve com um homem antes e aquilo já estava no passado. Não havia problema algum em se sentir atraída por outra pessoa, por mais que tenha sido rápido.

    Ela só não sabia se a vontade era dela mesma, ou da sua versão alcoolizada. Já haviam se passado alguns minutos desde que Madara havia feito aquele convite, mas seus olhos ainda estavam fixos em S/n, como se a sua vida dependesse da resposta dela.

     A garota então decidiu agir de acordo com o que queria naquele instante. Não havia sentido em pensar na opinião dos outros, afinal, ninguém precisava saber. Ninguém iria saber, e ela queria aquilo naquele momento. Queria porque era uma garota curiosa e a sua curiosidade foi o que a permitiu de vivenciar as melhores sensações da sua vida até o momento. Carnais, ou não.

    S/n afastou os joelhos e se colocou de pé, observando um sorriso enigmático se tornar presente no rosto daquele Uchiha - que parecia tão malicioso naquele momento -.

    Mesmo com as pernas bambas, a garota andou lentamente, dando a volta na mesinha e parando em frente àquele homem. Madara deu mais dois tapinhas na própria coxa, enquanto encarava S/n fixamente e esboçava um sorriso convidativo nos lábios.

— Senta aqui. -ele pediu num tom baixo, só para ela ouvir.

— Eu... -ela ia relutar, mas foi interrompida por um puxão em seu pulso, caindo certinho no colo do Uchiha.

— É tão difícil assim? -ele perguntou.

    S/n estava com as bochechas queimando, mas não estava confortável daquele jeito. Ela ajeitou o bumbum, sentando de lado na coxa de Madara enquanto ele apenas a observava, sem dizer nada. A garota não sabia onde deixar as mãos, e já estava quase desistindo daquele joguinho.

— Pode me tocar. -ele disse, notando o desespero interno dela.

    S/n tomou coragem e envolveu os braços no pescoço do Uchiha, sentindo o cabelo longo e macio do homem contra a sua pele. Seus rostos estavam próximos demais, então ela se afastou para poder olhar em seus olhos.

— De perto assim você é mais linda ainda. -ele sussurrou, afastando uma mecha de cabelo que cotornava o rosto dela.

    Além de afastar os fios, Madara escorregou a mão e segurou com certa firmeza a mecha de cabelo na nuca dela, para que não caísse novamente no seu rosto.

    Pode parecer pouco, mas foi o suficiente para deixar S/n rendida e hipnotizada pelos olhos escuros que a encaravam. Ambos estavam com as respirações próximas, olhos fixos e os lábios entreabertos, só faltava a iniciativa de qualquer um para que aquele mínimo espaço entre ambos fosse quebrado.